Presidente pede estado de exceção no Paraguai contra grupo armado de esquerda

O presidente do Paraguai, Fernando Lugo, pediu nesta quinta-feira ao Congresso que decrete estado de exceção no país como forma de ampliar os poderes do Estado para combater um grupo armado de esquerda no norte do país.

Lugo enviou ainda reforço para os policiais e os militares, depois que três civis e um policial foram mortos nesta quarta-feira em um confronto com militantes do pequeno Exército Paraguaio do Povo.

A polícia e o governo estimam que o EPP tenha cerca de cem membros e opere de forma remota, escondido em áreas de floresta e produção de maconha no norte do Paraguai, um grande fornecedor regional da droga.

O grupo, que se suspeita tenha vínculos com as Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), é acusado de ao menos quatro sequestros desde 2001 --incluindo o de um agricultor famoso na região e que foi libertado no início do ano.

"O governo, em consulta com os senadores e deputados, decidiu apresentar uma lei que declara estado de emergência na zona de conflito", disse o assessor legal da Presidência, Emilio Camacho.

Se os legisladores aprovarem a medida, o governo poderá ordenar prisões e banir reuniões públicas e protestos nas Províncias de San Pedro, Concepcion, Amambay, Alto Paraguai e Presidente Hayes, ao longo da fronteira com o Brasil e a Bolívia.

Victor Rios, aliado do governo, disse que o estado de emergência durará 60 dias --a menos que os membros do EPP sejam presos antes.

A última vez em que uma medida similar foi adotada foi em 2002, quando manifestantes antigoverno protagonizaram violentos protestos contra o presidente Luis Gonzalez Macchi. O estado de exceção era usado com frequência diante os 35 anos de ditadura, liderada pelo general Alfredo Stroessner e encerrada em 1989.

Com Reuters