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Sob estado de exceção, Paraguai envia tropas para operação contra guerrilha
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da Reportagem Local
O ministro de Interior do Paraguai, Rafael Filizzola, afirmou neste domingo que o país iniciou os preparativos para a operação contra a guerrilha Exército do Povo Paraguaio (EPP), logo após a assinatura do estado de exceção para cinco Departamentos do norte paraguaio. Segundo Filizzola, muitos dos militares que participarão da operação já estão na região.
Saiba mais sobre o decreto de estado de exceção no Paraguai
Paraguai diz que guerrilha de esquerda recebeu ajuda das Farc
Logo após ratificar a medida, aprovada pelo Congresso, o presidente Fernando Lugo se reuniu com os integrantes da Comissão de Segurança Interna para discutir o comando da operação, afirma o jornal paraguaio "Ultima Hora".
O governo definiu apenas que um comando conjunto deve cuidar da operação, executada pela Polícia Nacional e as Forças Armadas. Não se sabe ainda, contudo, quem fará parte deste comando.
Filizzola disse, segundo o jornal, que o comando não precisa necessariamente estar na mão de um militar e desmentiu os boatos de que as Forças Armadas não estavam contentes de dividir a ação com a polícia.
Com o estado de exceção, Lugo terá mais liberdade de ação para capturar os membros do EPP, mas a medida pressupõe também maior pressão para que o presidente mostre resultados.
Recurso muito utilizado durante os 35 anos de ditadura de Alfredo Stroessner, o estado de exceção permite ao Poder Executivo realizar prisões sem ordem judicial, restringir reuniões públicas, impor toques de recolher e dar mais liberdade aos militares para atuar em conjunto com a polícia.
O EPP tem cerca de cem guerrilheiros que reivindicam a luta armada como forma de mudar o sistema político-econômico. Suas operações ocorrem em áreas onde o Estado está praticamente ausente.
Segundo autoridades paraguaias, vários integrantes do EPP foram treinados ou ajudados pelas Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia). O governo ainda considera o bando como uma quadrilha comum, mas teme que se torne uma guerrilha semelhante à colombiana.
Os principais líderes do EPP, apontado como responsável por sequestros e ataques a postos policiais há mais de uma década, estão escondidos em áreas de mata na região norte do país, onde as forças de segurança atuam sem êxito desde janeiro.
Lugo pediu ao Congresso o estado de emergência depois da morte de quatro pessoas na quarta-feira (21), que se acredita tenham sido emboscadas por membros do EPP na localidade de Arroyito. Nessa área foi encontrado logo depois um acampamento com apetrechos para prática de tiro.
O último estado de exceção no Paraguai ocorrera em 2002, durante manifestações violentas contra o governo de Luis González Macchi.
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