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21/05/2004 - 08h29

Novas fotos revelam piores torturas contra prisioneiros iraquianos

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da Folha Online

Uma nova série de fotografias, vídeos e documentos publicada nesta sexta-feira pelo jornal "The Washington Post" revela que as torturas físicas e psicológicas sofridas por prisioneiros iraquianos nas mãos de militares americanos na prisão de Abu Ghraib, perto de Bagdá, foram ainda piores do que mostraram imagens divulgadas anteriormente.

As novas imagens vão além das que já haviam sido publicadas na imprensa e retratam uma variedade de técnicas de tortura e soldados americanos que parecem se divertir com o abuso sofrido pelos prisioneiros iraquianos, disse o jornal.

Fotos e vídeos de Abu Ghraib foram apresentados a investigadores do Exército em janeiro, depois que um soldado apresentou uma denúncia de maus-tratos. As imagens começaram a vir a público no último dia 28, quando a rede de TV americana CBS exibiu as primeiras fotos, prejudicando seriamente a reputação dos Estados Unidos no mundo árabe.

O "Washington Post" publicou nesta sexta-feira em seu site uma nova série de fotografias e vídeos dos abusos, em que aparecem prisioneiros nus, encapuzados e algemados sendo golpeados, amontoados ou obrigados a adotar posturas obscenas e a se masturbar.

O jornal disse que um dos vídeos mostra cinco presos nus e encapuzados, colocados contra a parede e se masturbando na escuridão, com dois outros detentos encapuzados encolhidos a seus pés.

Outro trecho mostra um preso algemado do lado de fora de uma cela, batendo a cabeça contra o metal, de acordo com o "Washington Post". No seu site, o jornal colocou uma foto em que um soldado aparece brandindo um cassetete, enquanto um preso nu, coberto por uma substância marrom, está no corredor com os braços esticados e algemas nos tornozelos.

Em outra imagem divulgada pelo jornal, um preso em uniforme laranja se encolhe diante de um cão feroz.

Declarações

O "Washington Post" disse ter obtido também 13 declarações, feitas sob juramento secreto, de detentos de Abu Ghraib detalhando os abusos.

Muitos deles disseram ter sido sexualmente humilhados e agredidos, ameaçados de serem estuprados e obrigados a se masturbar na frente de mulheres militares, de acordo com o jornal. Eles também disseram que eram "cavalgados" como animais e obrigados a retirar sua comida de vasos sanitários.

Segundo o "Washington Post", prisioneiros denunciaram que haviam sido golpeados violentamente e humilhados sexualmente por soldados americanos na prisão de Abu Ghraib durante o Ramadã (mês sagrado para os islâmicos), quando foram obrigados a beber bebidas alcoólicas e comer carne de porco. No Ramadã, os seguidores do Islã não podem comer nem beber água durante o dia.

"Nos forçaram a caminhar como cachorros. Tínhamos que latir como um cachorro. Se não fazíamos, começavam a nos bater na cara e no peito sem pena", declarou um dos prisioneiros, segundo documentos revelados pelo "Washington Post".

Com agências internacionais

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