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26/05/2004
-
13h29
da France Presse, em Nova York
O jornal americano "The New York Times" ("NYT") publicou nesta quarta-feira uma nota de mea culpa por uma cobertura pouco rigorosa do Iraque nos meses que precederam a guerra e cuja expressão mais visível foi o crédito dado às informações fornecidas por opositores do ex-presidente Saddam Hussein.
"Encontramos um número de exemplos de cobertura que não foram tão rigorosos como deveriam ter sido", afirma a nota, de três colunas e meia página, publicada na seção de informação internacional.
"Em alguns casos", acrescenta o "NYT", foi publicada uma informação "controvertida" apoiada por fontes pouco qualificadas que não foram apuradas.
"Olhando para trás, desejaríamos ter sido mais agressivos ao reexaminar" a informação, segue a publicação.
A nota cita como exemplo artigos de vários jornalistas sobre temas variados, apesar de a maioria ter como fontes dissidentes ou exilados iraquianos obviamente interessados numa mudança de regime em Bagdá.
Fontes
A credibilidade destas fontes foi posta em dúvida desde então, dizem os editores, citando como exemplo o opositor, e ex-aliado dos Estados Unidos, Ahmed Chalabi, utilizado como fonte pelo "NTY" regularmente desde 1991.
"Complicando ainda mais o tema para os jornalistas, os relatos destes exilados foram confirmados com entusiasmo por funcionários públicos americanos convictos da necessidade de intervenção no Iraque", diz.
Assim mesmo, prossegue, os "editores deveriam ter questionado os jornalistas e pressionado para que tivessem mais imparcialidade quando estavam muito empenhados em publicar (matérias) exclusivas no jornal".
Entre os artigos citados pela nota editorial estão dois [de 26 de outubro e 8 de novembro de 2001] que, tendo como fontes exilados iraquianos, descreviam a existência de um campo no qual eram treinados terroristas islâmicos e armas biológicas eram fabricadas.
"Estes relatos nunca foram verificados independentemente", afirma o texto desta quarta-feira.
Informações não comprovadas
Outras reportagens criticadas pelos editores são uma sobre o depoimento de outro "desertor", que dizia ter trabalhado na renovação de instalações secretas para a fabricação de armas nucleares, biológicas e químicas, e outra com o título de "EUA dizem que Saddam intensifica a busca de componentes para a fabricação de uma bomba atômica".
Este último assunto "tinha que ter sido apresentado com mais cautela", diz o jornal no segundo exercício de autocrítica que realiza no prazo de um ano, depois da revisão pública das reportagens "falsas" de seu repórter Jayson Blair efetuada em maio de 2003.
Em ambos os casos, o de Blair e o do Iraque, o diretor do jornal era Howell Raines, que pediu demissão em junho do ano passado por culpa do primeiro escândalo.
"Consideramos que a história das armas do Iraque não é um assunto fechado. E temos a total intenção de continuar informando agressivamente com o objetivo de corrigir erros", conclui a nota.
Concorrência
Em declarações à edição desta quarta-feira do jornal "The Washington Post", o ombudsman do "NYT", Dan Okrent, explicou que está revisando "a cobertura sobre armas de destruição em massa" e que pretende publicar os primeiros resultados no domingo.
O "Washington Post" aproveitou para recordar ao jornal concorrente que poucos veículos de comunicação informaram sobre as armas de destruição em massa antes da guerra "tão agressivamente como o 'NYT'".
Apesar deste tratamento, o "New York Times" sempre foi contrário à guerra por considerar que seu objetivo era "vazio e fundado em premissas discutíveis", segundo um editorial publicado em 9 de março de 2003 intitulado "Dizer não à guerra".
Especial
Leia mais sobre o Iraque ocupado
"NYT" faz mea culpa por cobertura fraca antes da guerra
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O jornal americano "The New York Times" ("NYT") publicou nesta quarta-feira uma nota de mea culpa por uma cobertura pouco rigorosa do Iraque nos meses que precederam a guerra e cuja expressão mais visível foi o crédito dado às informações fornecidas por opositores do ex-presidente Saddam Hussein.
"Encontramos um número de exemplos de cobertura que não foram tão rigorosos como deveriam ter sido", afirma a nota, de três colunas e meia página, publicada na seção de informação internacional.
"Em alguns casos", acrescenta o "NYT", foi publicada uma informação "controvertida" apoiada por fontes pouco qualificadas que não foram apuradas.
"Olhando para trás, desejaríamos ter sido mais agressivos ao reexaminar" a informação, segue a publicação.
A nota cita como exemplo artigos de vários jornalistas sobre temas variados, apesar de a maioria ter como fontes dissidentes ou exilados iraquianos obviamente interessados numa mudança de regime em Bagdá.
Fontes
A credibilidade destas fontes foi posta em dúvida desde então, dizem os editores, citando como exemplo o opositor, e ex-aliado dos Estados Unidos, Ahmed Chalabi, utilizado como fonte pelo "NTY" regularmente desde 1991.
"Complicando ainda mais o tema para os jornalistas, os relatos destes exilados foram confirmados com entusiasmo por funcionários públicos americanos convictos da necessidade de intervenção no Iraque", diz.
Assim mesmo, prossegue, os "editores deveriam ter questionado os jornalistas e pressionado para que tivessem mais imparcialidade quando estavam muito empenhados em publicar (matérias) exclusivas no jornal".
Entre os artigos citados pela nota editorial estão dois [de 26 de outubro e 8 de novembro de 2001] que, tendo como fontes exilados iraquianos, descreviam a existência de um campo no qual eram treinados terroristas islâmicos e armas biológicas eram fabricadas.
"Estes relatos nunca foram verificados independentemente", afirma o texto desta quarta-feira.
Informações não comprovadas
Outras reportagens criticadas pelos editores são uma sobre o depoimento de outro "desertor", que dizia ter trabalhado na renovação de instalações secretas para a fabricação de armas nucleares, biológicas e químicas, e outra com o título de "EUA dizem que Saddam intensifica a busca de componentes para a fabricação de uma bomba atômica".
Este último assunto "tinha que ter sido apresentado com mais cautela", diz o jornal no segundo exercício de autocrítica que realiza no prazo de um ano, depois da revisão pública das reportagens "falsas" de seu repórter Jayson Blair efetuada em maio de 2003.
Em ambos os casos, o de Blair e o do Iraque, o diretor do jornal era Howell Raines, que pediu demissão em junho do ano passado por culpa do primeiro escândalo.
"Consideramos que a história das armas do Iraque não é um assunto fechado. E temos a total intenção de continuar informando agressivamente com o objetivo de corrigir erros", conclui a nota.
Concorrência
Em declarações à edição desta quarta-feira do jornal "The Washington Post", o ombudsman do "NYT", Dan Okrent, explicou que está revisando "a cobertura sobre armas de destruição em massa" e que pretende publicar os primeiros resultados no domingo.
O "Washington Post" aproveitou para recordar ao jornal concorrente que poucos veículos de comunicação informaram sobre as armas de destruição em massa antes da guerra "tão agressivamente como o 'NYT'".
Apesar deste tratamento, o "New York Times" sempre foi contrário à guerra por considerar que seu objetivo era "vazio e fundado em premissas discutíveis", segundo um editorial publicado em 9 de março de 2003 intitulado "Dizer não à guerra".
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