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31/05/2004 - 14h09

Brasil é modelo de convivência ao Oriente Médio, diz especialista

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MARIANA CAMPOS
Da Folha Online

Ao contrário do ambiente hostil existente entre judeus e palestinos no Oriente Médio, o Brasil se destaca do resto do mundo por ser exemplo da coexistência pacífica entre os dois povos. Esta é a opinião da especialista em comunidades judaicas Goreth Xethalis. Judia, Xethalis vive atualmente no Canadá e oferece auxílio na adaptação de novos imigrantes naquele país.

De acordo com ela, a convivência pacífica entre árabes e judeus no Brasil se deve à miscigenação do país e da existência da mesma base cultural entre os dois povos.

"Estas mesmas comunidades coexistiram há milhares de anos em seus países de origem, portanto, trazem a mesma bagagem cultural, os mesmos costumes, comidas e hábitos. O Brasil dá este exemplo ao mundo: coexistência independente de raça ou religião", afirma.

Piadas

Na opinião do estudante brasileiro David Abramvezt, 22, a comunidade israelita do Brasil está completamente inserida na sociedade e não sofre com o anti-semitismo. "A comunidade judaica é totalmente inserida na sociedade brasileira. O judeu brasileiro tem orgulho da escolha de seus ancestrais de terem aportado neste país", diz.

Apesar da quase inexistência do anti-semitismo no Brasil, Abramvezt afirma que as piadas não sumiram da convivência entre brasileiros e judeus. "Nunca sofri nenhum preconceito forte. Só as piadas, que são uma tradição brasileira. Digo isso, por exemplo, em relação àquelas de achar que todo o judeu é pão-duro", afirma.

"Linha vermelha"

De acordo com uma entrevista do embaixador do Brasil em Israel, Sérgio Moreira Lima, publicada na "Tribuna Judaica", o Oriente Médio é berço da civilização ocidental e das três religiões monoteístas: o cristianismo, o judaísmo e o islamismo.

Apesar de terem sido fundamentadas na mesma base, os caminhos traçados pelos seguidores de cada uma delas foram diferentes. Segundo Lima, a diferenciação lingüística também tendeu a agravar o distanciamento entre as civilizações.

Talvez o sentimento anti-semita exista desde esta época. Segundo Xethalis, este sentimento vem crescendo no mundo, principalmente na Europa. "É evidente que o sentimento anti-semita aumentou e vem aumentando gradativamente a cada dia, especialmente na Europa. Estranho é que este deveria ser o continente mais atento a esta problemática, e é o que mais sofre com ela hoje".

Segundo uma pesquisa divulgada em janeiro deste ano a pedido do jornal italiano "Corriere della Sera", 46% dos europeus afirmaram que os judeus possuem "um estilo de vida e uma mentalidade diferente" da deles.

O número comprova o alto grau de anti-semitismo na região. A exemplo disso, podemos ilustrar a existência do preconceito contra judeus com as profanações de cemitérios judaicos na França --muitos túmulos são pichados com frases em alemão ou símbolos do nazismo-- e com os casos de violência física e verbal cometidas, na maioria das vezes, por jovens muçulmanos contra judeus no velho continente.

"O mais importante é o mundo estar atento aos sinais do preconceito. Devemos levantar a voz para qualquer sinal, não só anti-semita, mas contra qualquer tipo de violação aos direitos humanos, independentemente de raça ou religião", segundo Xethalis.

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