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10/05/2010 - 18h12

Famílias poderão visitar montanhistas americanos presos em Teerã

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colaboração para Folha

As famílias de Sarah Shourd, 31, Shane Bauer, 27 e Josh Fattal, 27, os três montanhistas americanos detidos no Irã há quase nove meses, terão agora o direito de visitá-los na prisão, informou um canal de televisão iraniano nesta segunda-feira (10).

No mês passado o ministro da Inteligência iraniano, Haidar Moslehi, afirmou que Teerã tinha provas de que os três americanos, detidos sob acusações de espionagem, tinham ligações com serviços de inteligência americanos.

freethehikers.org/AP
Os três montanhistas americanos estão presos no Irã desde o dia 31 de julho do ano passado
Os três montanhistas americanos estão presos no Irã desde o dia 31 de julho do ano passado

Os três foram detidos após terem entrado em território iraniano a partir do norte do Iraque, num caso que complicou as já tensas relações entre Teerã e Washington.

De acordo com o canal Press TV, de língua inglesa, as famílias receberiam os vistos e as permissões para visitar os três prisioneiros, sem citar fontes ou mencionar uma data específica para a visita.

Consultadas na Califórnia (EUA), as três famílias disseram que ainda não receberam confirmação oficial das permissões.

"Mas é evidente que ficaríamos muito felizes se isto for verdade e estaremos prontos para viajar assim que nossos vistos forem emitidos. Estamos extremamente preocupados com o bem estar físico e emocional de Shane, Sarah e Josh e mal podemos esperar para vê-los após estes longos nove meses", informaram as famílias em comunicado.

Em Washington, o porta-voz do departamento de Estado, P. J. Crowley, disse que o governo tem defendido os interesses dos familiares. "Nós temos procurado dar apoio aos esforços das famílias dos três montanhistas para que possam visitar seus entes queridos em Teerã, e comunicamos isto ao Irã", afirmou.

Na semana passada, durante um breve encontro com o chanceler iraniano Manouchehr Mottaki, o vice-embaixador dos EUA na ONU (Organização das Nações Unidas), Alejandro Wolff, entregou cartas das três famílias.

Apelo por vistos

Ainda no final de abril o governo dos Estados Unidos reforçou sua demanda para que o Irã liberte imediatamente os três montanhistas americanos e também apelou ao governo do país para conceder vistos às famílias, para que possam visitá-los na prisão, em Teerã, onde estão desde o dia 31 de julho do ano passado.

Um dia após as mães de Sarah Shourd, Shane Bauer e Josh Fattal terem alertado as autoridades dos EUA que dois dos três americanos estão doentes, o porta-voz do Departamento de Estado, P.J. Crowley, informou que não há razão para o prosseguimento da detenção por parte do governo do Irã.

Crowley comentou o caso após ter recebido um briefing de diplomatas suíços que tiveram permissão para visitar os três americanos na prisão de Evin, em Teerã, na última quinta-feira (22).

"Temos consciência da preocupação das famílias com a saúde física e emocional de seus filhos e pedimos que o Irã conceda vistos para que eles possam ir ao país visitá-los logo", disse.

O porta-voz adicionou que os montanhistas estão presos há quase nove meses sem terem sido formalmente acusados de nenhum crime ou terem tido direito a um representante legal.

"Eles eram apenas turistas inocentes na região do Curdistão iraquiano quando foram presos. Não há justificativa para sua detenção prolongada, e eles deveriam ser soltos o mais rápido possível", indicou Crowley.

As acusações de espionagem que os três enfrentam podem ser punidas com a morte de acordo com a legislação iraniana.

Condições de saúde

A visita dos diplomatas suíços, que representam os interesses dos EUA no Irã, foi a primeira desde outubro e a terceira desde que os três montanhistas foram presos.

Eles teriam entrado em território iraniano enquanto escalavam num parque na região norte do Curdistão iraquiano. Este mês o ministro de Inteligência iraniano os acusou de terem ligações aos serviços de inteligência dos EUA, o que as famílias reiteram como totalmente absurdo.

Na última quinta (22) as mães de dois dos três detentos disseram que eles teriam indicado aos diplomatas suíços que estão doentes e consideram a ideia de fazer uma greve de fome.

Sarah Shourd, que está sozinha em uma cela, estaria sofrendo de um problema ginecológico sério e enfrentando depressão, enquanto Bauer estaria com uma doença estomacal, informaram as mães.

"Estou muito preocupada com saúde de Sarah, acho que ela precisa de tratamento imediato", disse Nora Shourd, que mora em Oakland, Califórnia.

O porta-voz do Departamento de Estado não comentou sobre o estado de saúde dos três detentos, mas disse que o governo está preocupado com as condições de seus três cidadãos desde o ano passado.

Relações

De acordo com as autoridades iranianas os três serão processados, mas ainda não houve trâmite algum que indicasse o início de um julgamento formal. Embora as famílias já tenham contratado um advogado iraniano, ele não tem acesso aos clientes.

A secretário de Estado Hillary Rodham Clinton já emitiu um apelo para a soltura dos três americanos. Em resposta, o presidente Mahmoud Ahadinejad disse que faria o que estivesse em seu alcance para liberá-los, mas observou que os EUA mantêm vários cidadãos iranianos presos e indicou uma possível troca, negada pelo governo americano.

Bauer, um jornalista freelancer, tinha sido contratado para cobrir as eleições no Curdistão, mas sua família disse que a viagem às montanhas era parte de um período de férias. Ele e Sarah Shourd eram namorados e estavam vivendo em Damasco, na Síria. Ela dava aulas de inglês e ele escrevia para diversas publicações online.

Josh Fattal foi visitá-los após ter passado um período no exterior como professor.

Com agências internacionais

 

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