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Após aceno ao Brasil, Irã diz rejeitar troca de urânio fora do país
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da Efe, em Teerã (Irã)
da Reportagem Local
O porta-voz do Ministério de Relações Exteriores do Irã, Ramin Mehmanparast, afirmou nesta terça-feira que Teerã ainda não aceitou as propostas sobre a troca de urânio pouco enriquecido por combustível nuclear fora do território iraniano.
A declaração vem seis dias depois do presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, dizer, em conversa por telefone com o colega venezuelano, Hugo Chávez, que aceita "em princípio" a proposta do brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, para realizar a troca em outro país --provavelmente a Turquia.
"Até agora não aceitamos nenhuma outra proposta sobre o lugar da troca nuclear", disse Mehmanparast. Ele ressaltou o argumento iraniano de que é necessária garantia da entrega do combustível e isso só ocorrerá se a troca for feita em seu território.
"Não acreditamos que essa garantia possa ser conquistada por meio de outra fórmula", acrescentou Mehmanparast.
A declaração mantém a tradição do Irã de intercalar acenos de diálogo com duras declarações sobre a soberania de seu programa nuclear.
O Brasil defende a ideia de que a Turquia seja a depositária de urânio pouco enriquecido iraniano. Lula já discutiu a questão no início do mês, em Washington, com o premiê turco, Recep Tayyip Erdogan, e o presidente dos EUA, Barack Obama, como alternativa às duras sanções que o americano vem defendendo.
Pela proposta das potências, sob mediação da AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica), o Irã embarcaria 70% do seu estoque de urânio baixamente enriquecido, que seria convertido na França ou Rússia em cápsulas de combustível compatíveis para produção de isótopos de uso médico.
Teerã recusou a proposta dizendo que o projeto de acordo não apresentava as garantias necessárias para a entrega do combustível. Depois disso, o país apresentou uma contraproposta para um intercâmbio gradual.
Com a paralisação das negociações, o Irã anunciou que começou a enriquecer o urânio a 20% em fevereiro passado, mesmo diante da repreensão das potências. Desde então, os EUA lideram uma campanha por uma nova rodada de sanções no Conselho de Segurança da ONU, à qual o Brasil se opõe.
Lula deve viajar para Teerã em 15 de maio próximo, para uma visita em princípio de 48 horas. Dois dias depois, em 17 de maio, Irã vai participar da cúpula do Grupo dos 15, do qual o Brasil faz parte e está previsto que também participe o presidente venezuelano. A presença de Lula ainda não está confirmada.
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