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Jornal britânico divulga suposta lista de negociação de Clegg para coalizão
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da Reportagem Local
O jornal britânico "The Guardian" divulgou nesta terça-feira em seu site a suposta lista de itens de negociação de Nick Clegg, líder dos liberais democratas, por uma coalizão de governo no Reino Unido. Terceiro lugar nas eleições parlamentares, o apoio do partido é disputado há cinco dias por conservadores e trabalhistas.
O "Guardian" exibe uma lista escrita a mão em uma folha branca e que era segurada por Clegg dentro de seu carro, em meio às reuniões com os dois partidos.
Reprodução | ||
Jornal "Guardian" decifra suposta lista de negociação do líder dos liberais democratas Nick Clegg |
Segundo o jornal, o primeiro item seria Europa, um dos mais divergentes entres os progressistas liberais democratas, que defendem maior cooperação em assuntos de defesa e segurança com União Europeia, e os conservadores (centro direita), que veem com maus olhos a influência das políticas europeias no governo britânico.
A lista inclui ainda imigração, outro tema de difícil debate entre os dois partidos. Clegg defende um sistema de anistia para os imigrantes que estão há mais de dez anos no país e que falem inglês --proposta que lhe rendeu críticas nos debates na TV.
Clegg deve discutir ainda os submarinos nucleares Trident. Os liberais democratas não querem renovar a frota, o que renderia uma economia de 100 bilhões de libras. Os conservadores querem a renovação e argumentam que o país deve manter uma forte defesa.
Na agenda das reuniões estaria ainda o dinheiro concedido a partidos da oposição para que continuem operando. O jornal especula que os liberais democratas queiram mais dinheiro, agora que estão no centro do poder.
O papel carregado por Clegg fala ainda em "tempo", que o jornal considera uma referência ao pedido de longa data do partido para limitar o tempo de mandato. Isto protegeria o partido, que sairia enfraquecido caso a coalizão fracasse e novas eleições fossem convocadas no curto prazo --com mandato de tempo pré-determinado, não seria possível convocar novas eleições.
No fim da lista, estão aparentemente as contas de Clegg para calcular quantos postos no gabinete os liberais democratas devem ter. Com 57 parlamentares, os liberais democratas têm 16% das vagas do Parlamento. Mas, se considerados os votos populares, eles respondem por 39%, cerca de dois quintos, de uma possível coalizão. Os números indicam que eles devem querer número proporcional de ministérios.
Historicamente, a aliança óbvia seria entre os liberais democratas e os trabalhistas, ambos de política progressista e que já trabalharam juntos no último governo de coalizão britânico --em 1974, sob líder trabalhista Harold Wilson.
Desta vez, contudo, analistas indicam que as chances maiores são de uma coalizão entre liberais democratas e conservadores, que teriam a seu favor maior votação popular.
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