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Análise: governo de coalizão britânico deve enfrentar futuro turbulento
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Colaboração para a Folha
KEITH WIER
da Reuters, em Londres
Os partidos Conservador e Liberal-Democrata chegaram a um acordo na noite desta terça-feira para formar um governo de coalizão no Reino Unido. O líder conservador, David Cameron, foi nomeado primeiro-ministro britânico pela rainha Elizabeth 2ª e o líder liberal-democrata, Nick Clegg, foi convidado pelos conservadores a assumir o cargo de vice-premiê.
Será o primeiro governo de coalizão no Reino Unido desde 1945. Unidos, os partidos Conservador e Liberal-Democrata têm uma maioria de 76 assentos em um Parlamento de 650 membros.
Foi a primeira vez desde 1974 que as eleições britânicas terminam sem um partido com maioria no Parlamento. Com todos os 649 distritos apurados (o último será decidido somente em 27 de maio), os conservadores venceram com 306 cadeiras, contra 258 dos trabalhistas e outras 57 dos liberais democratas. Os outros partidos elegeram 28 representantes.
Como nenhum partido conseguiu os 326 assentos necessários para governar sozinho, a saída foi mesmo uma coalizão com os demais partidos. Nesta lista, os liberais democratas despontaram como o centro das atenções, disputados por trabalhistas e conservadores.
Veja alguns desafios que essa coalizão partidária deve enfrentar no próximo governo:
- O primeiro governo de coalizão no Reino Unido desde 1945 terá uma maioria segura de 76 cadeiros em um Parlamento de 650 membros. Porém, os partidos têm divergências significativas em assuntos importantes, como a velocidade da redução do deficit britânico, o posicionamento do Reino Unido em relação à União Europeia e, crucialmente, a reforma eleitoral.
- Cortar um deficit que corre acima de 11% da produção nacional seria uma prioridade. Os conservadores disseram que queriam começar a cortar imediatamente, mas os liberais democratas foram mais ponderados, afirmando que cortes deveriam ser adiados até que a recuperação econômica esteja garantida.
- Os conservadores prometeram aos liberais-democratas um referendo sobre uma mudança para o sistema de voto alternativo. Isso atende à exigência liberal-democrata de um sistema eleitoral genuinamente proporcional, mas alguns parlamentares conservadores já disseram que vão fazer campanha para manter o sistema atual.
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