Publicidade
Publicidade
05/06/2004
-
17h17
da France Presse, em Berna
O papa João Paulo 2º, enfraquecido pelo mal de Parkinson, foi muito festejado hoje por 12 mil jovens reunidos para vê-lo no primeiro dia de sua visita à Suíça, que também é a sua primeira viagem ao exterior em oito meses.
João Paulo 2º foi ovacionado durante quase dez minutos em sua chegada, na tarde de sábado (hora local), na pista de patinação de Berna, no primeiro "Encontro dos Jovens Católicos" organizado na Suíça.
O papa, que acaba de comemorar seus 84 anos, respondeu aos aplausos do público acenando com a mão, antes de pronunciar na íntegra um longo discurso nas três línguas oficiais da Suíça: alemão, francês e italiano.
"Estou muito emocionado com o entusiasmo de vocês", começou o papa. Quando um de seus colaboradores pegou o discurso para continuar a leitura, João Paulo 2º o fez entender que queria continuar a pronunciá-lo sozinho.
Na véspera do 60º aniversário do desembarque aliado na Normandia, João Paulo 2º, que demonstrou dificuldade em articular as palavras, evocou sua juventude e as duras horas da guerra na sua Polônia natal.
"Como vocês, eu também tive 20 anos. Gostava de praticar esportes, esquiar, fazer teatro", lembrou. "Eu estudava e trabalhava. Tinha desejos e preocupações. Durante todos estes anos, enquanto meu país era devastado pela guerra e depois pelo regime totalitário, procurei o sentido que queria dar a minha vida. Encontrei o caminho seguindo o Senhor Jesus", declarou o papa.
O Sumo Pontífice, que devia permanecer no local durante 45 minutos, acabou ficando quase uma hora e meia.
Viagens
Esta visita a Berna é a primeira do papa ao exterior desde sua viagem à Eslováquia em setembro do ano passado. A deterioração do seu estado de saúde foi tão visível naquela ocasião que muitas pessoas haviam considerado que esta seria sua última viagem fora da Itália.
Na manhã de domingo, João Paulo 2º promoverá uma grande missa ao ar livre e deve retornar a Roma durante a noite.
O papa foi recebido no final da manhã deste sábado pelo presidente suíço, Joseph Deiss.
Deiss anunciou a designação de um embaixador suíço ante a Santa Sede, o que marca a normalização das relações entre a Suíça e o Vaticano depois de 131 de difícil diplomacia.
Em seu discurso de bem-vindas, Deiss se referiu à polêmica desatada pela visita do papa à Suíça, um país dividido entre 46% de católicos e 40% de protestantes. "No nosso país de democracia e de pluralidade cultural, é normal que as opiniões sejam diferentes quanto à certas doutrinas ou preceitos de Sua Santidade", declarou.
A Suíça aproveitou, dessa forma, a visita do papa para pôr fim a um longo processo de normalização de suas relações diplomáticas com o Vaticano, que começou em 1920.
O governo suíço nomeou Hansrudolf Hoffmann embaixador "extraordinário e plenipotenciário" ante a Santa Sé, o que constitui a última etapa do processo.
A Suíça rompeu suas relações diplomáticas com o Vaticano em 1873, ao pedir a retirada do núncio apostólico em Berna, reagindo dessa maneira a uma encíclica do papa Pio 9º que condenava a perseguição da Igreja nesse país, concretamente a expulsão do padre suíço Gaspard Mermillod.
De acordo com uma recente pesquisa, 74% dos católicos suíços acreditam que João Paulo 2º deveria se demitir por causa do mal de Parkinson e de sua idade avançada. Em uma carta aberta, 40 personalidades católicas aconselharam ao papa que se aposente.
Os protestantes se recusaram a participar da missa papal, destacando que o Vaticano proibia aos protestantes comungarem durante as missas católicas.
Pouco depois da chegada do papa, algumas dezenas de jovens protestaram no centro de Berna contra a presença do Sumo Pontífice, apesar de um importante esquema de segurança policial. Denunciando a hostilidade do Vaticano em relação às camisinhas, os manifestantes atiraram preservativos na direção dos policiais.
Especial
Arquivo: veja o que já foi publicado sobre o papa João Paulo 2º
João Paulo 2º é recebido com festa por jovens na Suíça
Publicidade
O papa João Paulo 2º, enfraquecido pelo mal de Parkinson, foi muito festejado hoje por 12 mil jovens reunidos para vê-lo no primeiro dia de sua visita à Suíça, que também é a sua primeira viagem ao exterior em oito meses.
João Paulo 2º foi ovacionado durante quase dez minutos em sua chegada, na tarde de sábado (hora local), na pista de patinação de Berna, no primeiro "Encontro dos Jovens Católicos" organizado na Suíça.
O papa, que acaba de comemorar seus 84 anos, respondeu aos aplausos do público acenando com a mão, antes de pronunciar na íntegra um longo discurso nas três línguas oficiais da Suíça: alemão, francês e italiano.
"Estou muito emocionado com o entusiasmo de vocês", começou o papa. Quando um de seus colaboradores pegou o discurso para continuar a leitura, João Paulo 2º o fez entender que queria continuar a pronunciá-lo sozinho.
Na véspera do 60º aniversário do desembarque aliado na Normandia, João Paulo 2º, que demonstrou dificuldade em articular as palavras, evocou sua juventude e as duras horas da guerra na sua Polônia natal.
"Como vocês, eu também tive 20 anos. Gostava de praticar esportes, esquiar, fazer teatro", lembrou. "Eu estudava e trabalhava. Tinha desejos e preocupações. Durante todos estes anos, enquanto meu país era devastado pela guerra e depois pelo regime totalitário, procurei o sentido que queria dar a minha vida. Encontrei o caminho seguindo o Senhor Jesus", declarou o papa.
O Sumo Pontífice, que devia permanecer no local durante 45 minutos, acabou ficando quase uma hora e meia.
Viagens
Esta visita a Berna é a primeira do papa ao exterior desde sua viagem à Eslováquia em setembro do ano passado. A deterioração do seu estado de saúde foi tão visível naquela ocasião que muitas pessoas haviam considerado que esta seria sua última viagem fora da Itália.
Na manhã de domingo, João Paulo 2º promoverá uma grande missa ao ar livre e deve retornar a Roma durante a noite.
O papa foi recebido no final da manhã deste sábado pelo presidente suíço, Joseph Deiss.
Deiss anunciou a designação de um embaixador suíço ante a Santa Sede, o que marca a normalização das relações entre a Suíça e o Vaticano depois de 131 de difícil diplomacia.
Em seu discurso de bem-vindas, Deiss se referiu à polêmica desatada pela visita do papa à Suíça, um país dividido entre 46% de católicos e 40% de protestantes. "No nosso país de democracia e de pluralidade cultural, é normal que as opiniões sejam diferentes quanto à certas doutrinas ou preceitos de Sua Santidade", declarou.
A Suíça aproveitou, dessa forma, a visita do papa para pôr fim a um longo processo de normalização de suas relações diplomáticas com o Vaticano, que começou em 1920.
O governo suíço nomeou Hansrudolf Hoffmann embaixador "extraordinário e plenipotenciário" ante a Santa Sé, o que constitui a última etapa do processo.
A Suíça rompeu suas relações diplomáticas com o Vaticano em 1873, ao pedir a retirada do núncio apostólico em Berna, reagindo dessa maneira a uma encíclica do papa Pio 9º que condenava a perseguição da Igreja nesse país, concretamente a expulsão do padre suíço Gaspard Mermillod.
De acordo com uma recente pesquisa, 74% dos católicos suíços acreditam que João Paulo 2º deveria se demitir por causa do mal de Parkinson e de sua idade avançada. Em uma carta aberta, 40 personalidades católicas aconselharam ao papa que se aposente.
Os protestantes se recusaram a participar da missa papal, destacando que o Vaticano proibia aos protestantes comungarem durante as missas católicas.
Pouco depois da chegada do papa, algumas dezenas de jovens protestaram no centro de Berna contra a presença do Sumo Pontífice, apesar de um importante esquema de segurança policial. Denunciando a hostilidade do Vaticano em relação às camisinhas, os manifestantes atiraram preservativos na direção dos policiais.
Especial
Publicidade
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Alvo de piadas, Barron Trump se adapta à vida de filho do presidente
- Facções terroristas recrutam jovens em campos de refugiados
- Trabalhadores impulsionam oposição do setor de tecnologia a Donald Trump
- Atentado contra Suprema Corte do Afeganistão mata 19 e fere 41
- Regime sírio enforcou até 13 mil oponentes em prisão, diz ONG
+ Comentadas
- Parlamento de Israel regulariza assentamentos ilegais na Cisjordânia
- Após difamação por foto com Merkel, refugiado sírio processa Facebook
+ EnviadasÍndice