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12/05/2010 - 18h36

Premiê israelense recorre à Bíblia para reivindicar Jerusalém

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da Reuters

O primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, recorreu nesta quarta-feira à Bíblia para reafirmar o direito de seu país a Jerusalém, cidade disputada por judeus e palestinos.

Numa sessão parlamentar por ocasião dos 43 anos da conquista israelense de Jerusalém Oriental, que então pertencia à Jordânia, Netanyahu disse que o nome "Jerusalém" e sua versão hebraica "Sion" aparecem 850 vezes no Velho Testamento, cânone mais sagrado dos judeus.

Yossi Zamir/Efe - 25.nov.09
Netanyahu: "Jerusalém é citada 142 vezes no Novo Testamento, e nenhum dos 16 nomes árabes de Jerusalém é citado no Alcorão"
Netanyahu: "Jerusalém é citada 142 vezes no Novo Testamento, e nenhum dos 16 nomes árabes de Jerusalém é citado no Alcorão"

"Sobre quantas vezes Jerusalém é mencionada nas escrituras sagradas de outros credos, recomendo que vocês chequem", disse ele.

Citando a Bíblia, Israel costuma se referir a Jerusalém como sua capital "eterna e indivisível" --designação que não é reconhecida internacionalmente, já que os palestinos reivindicam Jerusalém Oriental como capital do seu eventual Estado.

Disputa histórica

Destruída como capital dos judeus pelos romanos no século 1º da nossa era, Jerusalém foi uma cidade cristã sob seus sucessores bizantinos, até cair no domínio dos árabes muçulmanos, no século 7º. Cruzados europeus a recuperaram por mais um século, antes de outros 700 anos de controle islâmico --até que os britânicos derrotassem os turcos otomanos, em 1917.

Em 1947, quando os britânicos preparavam a descolonização, a ONU (Organização das Nações Unidas) propôs que a cidade ficasse sob controle internacional, como um "corpus separatum". A proposta acabou sepultada sob a guerra de criação de Israel --o Estado judeu ficou com a parte oeste, e a Jordânia manteve o leste da cidade até a Guerra dos Seis Dias (1967), quando toda ela passou ao controle judaico.

Atualmente, 750 mil pessoas vivem num município com limites definidos por Israel, mas sem reconhecimento internacional. Dois terços da população são de judeus, e o restante é de muçulmanos palestinos.

Jerusalém também é considerada a terceira cidade mais sagrada do Islã, atrás de Meca e Medina, porque ali fica a mesquita de Al Aqsa, numa praça venerada por judeus por conter os vestígios de dois templos de épocas bíblicas.

Aula de religião

Pressionado por um parlamentar da minoria árabe de Israel, Netanyahu ofereceu uma aula de religião comparada.

"Já que o senhor perguntou: Jerusalém é citada 142 vezes no Novo Testamento, e nenhum dos 16 nomes árabes de Jerusalém é citado no Alcorão. Mas numa interpretação ampliada do Alcorão do século 12, uma passagem faria referência a Jerusalém."

Netanyahu não citou, no seu discurso, as negociações indiretas com os palestinos sob mediação dos EUA, retomadas após um hiato de 18 meses.

Mas ele prometeu que Israel preservará Jerusalém inteira para si, assegurando a liberdade de culto em seus templos --embora, nos últimos anos, Israel tenha várias vezes proibido muçulmanos de rezarem em Al Aqsa.

Cristãos da Cisjordânia também se queixam de dificuldades de acesso às igrejas hierosolimitas.

"Não há prejuízo, nem pretendo prejudicar, a conexão de outros com Jerusalém", disse Netanyahu. "Mas confronto a tentativa de prejudicar, complicar ou ofuscar a conexão única que nós, o povo de Israel, temos com a capital de Israel."

 

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