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06/06/2004 - 19h53

João Paulo 2º atrai mais de 70 mil fiéis em visita à Suíça

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da France Presse, em Berna

João Paulo 2º, o papa peregrino, venceu este final de semana na Suíça sua aposta de continuar viajando, apesar dos problemas físicos causados pelo mal de Parkinson que o aflige.

Concluindo sua visita de dois dias ao país, o papa reuniu hoje, em Berna, mais de 70 mil fiéis para uma missa ao ar livre de quase três horas, o que representa um público recorde para a Suíça, comemoraram os organizadores, destacando que haviam previsto a presença de, no máximo, 50 mil pessoas.

João Paulo 2º já tinha atraído multidões durante sua precedente visita ao país em 1984, que durou seis dias.

Desta vez, o papa ficou apenas 32 horas na Suíça, e não deixou a capital por causa de sua doença e de sua idade avançada (84 anos), que o obrigam a limitar a promoção de eventos públicos.

Aproveitando um novo tratamento médico, o Sumo Pontífice pareceu menos cansado que durante sua última viagem ao exterior, na Eslováquia, em setembro de 2003. Seus colaboradores temiam então que esta fosse a última viagem do papa.

A missa foi o ponto culminante de sua visita. O papa conseguiu ler na íntegra o texto de seu discurso elaborado nas três línguas do país: alemão, francês e italiano.

Em seu discurso, o Sumo Pontífice denunciou implicitamente as torturas infligidas a seres humanos, uma referência a seu recente encontro com o presidente americano George W. Bush, durante o qual também condenou as torturas praticadas por soldados americanos contra prisioneiros iraquianos.

"Qualquer ultraje ao homem constitui uma ultrajem a seu Criador", sentenciou.

O papa também prestou uma homenagem ao ex-presidente americano Ronald Reagan, que morreu ontem, destacando "sua contribuição aos acontecimentos históricos que mudaram a vida de milhões de pessoas, principalmente na Europa". Os dois dirigentes desempenharam simultaneamente um papel importante na queda do bloco soviético durante os anos 1980.

Antes de retomar o avião para Roma, o Sumo Pontífice se encontrou com seus ex-guardas suíços, o corpo que garante a segurança do Vaticano desde 1505. Cansado depois de sua visita, João Paulo 2º teve de parar de ler seu discurso e o repassar para um de seus colaboradores.

Aposentadoria

De acordo com uma pesquisa publicada antes da chegada do papa, três em quatro católicos suíços consideram que João Paulo 2º deve se aposentar. Em carta aberta, 40 personalidades católicas lhe sugeriram que se retirasse.

Esta perspectiva foi categoricamente rejeitada pelos jovens fiéis de Berna.

"Envelhecer faz parte da natureza humana, o papa é uma referência para nós", declarou Hugues Moret, um estudante de 17 anos que veio de Friburgo para assistir à missa papal.

O papa fez um apelo a favor da "unidade de todos os cristãos", em um país que conta com cerca de 46% de católicos e 40% de protestantes. Estes últimos se recusaram a assistir à missa, destacando que não eram autorizados a comungar com os católicos.

Na noite de ontem, o papa foi recebido como um astro do rock no primeiro encontro nacional dos jovens católicos suíços, que reuniu 12 mil jovens na pista de patinagem de Berna.

Durante toda sua visita, João Paulo 2º não deixou sua cadeira de rodas.

João Paulo 2º foi convidado a visitar Lourdes (sudoeste da França), em 15 de agosto, para a festa da Ascensão, mas deverá confirmar sua visita somente nas vésperas, por causa de seu estado de saúde.

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