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08/06/2004 - 12h24

Itália prende suposto autor dos atentados de Madri

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da France Presse, em Roma

A polícia italiana prendeu nesta terça-feira em Milão "Mohammed, o Egípcio", considerado o "cérebro" dos atentados de 11 de março em Madri (capital espanhola), durante uma operação coordenada com vários países europeus, informou o governo.

O ministro do Interior, Giuseppe Pisanu, afirmou que três pessoas foram detidas na Itália durante a operação. "Um dos detidos é um personagem importante, tanto do ponto de vista ideológico como operacional, um dos autores do massacre de Madri, que estava preparando novos atentados", declarou o ministro.

"Mohammed, o Egípcio", 32, é Osman Sayed Ahmed. Outro detido na operação foi identificado como Yahia Payumi, um palestino de 21 anos, que alugou o apartamento onde morava o principal suspeito.

Dois dos três detidos foram acusados de terrorismo internacional, enquanto para o terceiro as autoridades ainda estão estabelecendo o tipo de relação que mantinha com o grupo, ligado à organização terrorista Al Qaeda.

A operação foi coordenada pelo juiz espanhol Juan del Olmo, encarregado pelos interrogatórios sobre os atentados de Madri, que deixaram um balanço de 191 mortos, e que havia emitido um mandado de captura contra o principal suspeito.

O promotor público italiano Maurizio Romanelli informou que a polícia atuou rapidamente, considerando a existência de riscos de fuga após "vários sinais preocupantes" detectados.

Cinco apartamentos foram revistados em Milão. Em nenhum deles, foram descobertos explosivos, armas ou material de propaganda.

Telefone

"Estamos prontos para o martírio", afirmou um dos detidos em uma conversa telefônica gravada pelos investigadores.

Os detidos freqüentavam a célebre mesquita de Milão, localizada na Via Jenner, que é vigiada de forma permanente pelas autoridades italianas.

"Mohammed, o Egípcio" teria estado antes de 11 de março na Espanha, onde supostamente manteve contatos com o tunisiano Serhane Ben Abdelmajid Fakhet, considerado pelo juiz espanhol como o "dirigente e coordenador" dos ataques.

O tunisiano se suicidou no dia 3 de abril em um apartamento de Leganés, zona sul de Madri, imolando-se com explosivos junto com outros seis islâmicos radicais.

Bélgica

Uma operação semelhante à da Itália foi realizada em meios islâmicos da Bélgica, em colaboração com as polícias italiana e espanhola, e terminou na prisão de 15 pessoas.

O promotor federal belga Daniel Bernard explicou que as autoridades italianas informaram o governo de Bruxelas sobre a "presença na Bélgica de grupos de cidadãos estrangeiros suspeitos de envolvimento na preparação de um atentado, provavelmente no exterior".

Todos os detidos são estrangeiros, de nacionalidades palestina, jordaniana, marroquina e egípcia, e alguns serão levados a um juiz de instrução.

A operação começou na noite de segunda-feira. Casas em Bruxelas e Antuérpia (norte) foram revistadas, mas nenhuma arma ou explosivo foi encontrado.

O promotor não relacionou as pessoas presas aos atentados de Madri e garantiu não ter nenhuma indicação sobre a preparação de um ataque em território belga.

Repercussão

O ministro espanhol do Interior, José Antonio Alonso, confirmou a detenção na Itália de um dos organizadores dos atentados de 11 de março em Madri.

"Felicitamos a polícia italiana pela detenção", declarou Alonso, à margem de uma reunião de ministros europeus do Interior.

O presidente da República italiana, Carlo Azeglio Ciampi, dirigiu uma mensagem de felicitações ao ministro Pisanu, a quem elogiou pelo importante golpe contra o terrorismo internacional, "que permitiu a detenção do suposto responsável pelos atentados de Madri".

A operação é fruto "da colaboração eficiente" entre as autoridades italianas.

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