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14/05/2010 - 22h33

Sobe para ao menos dez os mortos em confrontos na Tailândia

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Colaboração para a Folha

A escalada dos confrontos violentos entre as tropas do Exército da Tailândia e os oposicionistas conhecidos como camisas vermelhas deixou ao menos dez mortos e 125 feridos, incluindo três jornalistas, segundo hospitais e testemunhas.

Os confrontos prosseguiram na madrugada de sábado (noite de sexta-feira em Brasília), transformando o centro comercial da capital, Bancoc, em um sangrento campo de batalhas.

Exército tailandês enfrenta "camisas vermelhas" em Bancoc; veja
Jornalista canadense é baleado durante confrontos na Tailândia
Tropas atiram em camisas vermelhas e crise aprofunda na Tailândia

Wally Santana/AP
Soldados tailandeses atiram balas de borracha contra manifestantes antigoverno na capital da Tailândia
Soldados tailandeses atiram balas de borracha contra manifestantes antigoverno na capital da Tailândia

A agência France Presse chega a falar em 16 tailandeses mortos e 141 feridos, incluindo três estrangeiros --um birmanês, um polonês e um canadense--, citando fontes médicas.

Um jornalista canadense que trabalha para a TV France 24 foi atingido por vários tiros, mas seu estado de saúde é estável. Outros dois jornalistas tailandeses foram feridos por balas.

Foi declarado estado de emergência em 17 Províncias.

Os protestos começaram em 12 de março e transformaram-se na mais fatal violência política da Tailândia em 18 anos.

ONU

Em confrontos na sexta-feira, manifestantes puseram fogo em um ônibus e um caminhão da polícia, uma moto e pneus, em uma rua cheia de escritórios, hotéis, residências de embaixadores da ONU (Organização das Nações Unidas) e embaixadas, que foram fechadas e esvaziadas.

O secretário-geral da ONU (Organização das Nações Unidas), Ban Ki-moon, pediu pelo fim da violência na Tailândia e disse estar preocupado com os confrontos fatais entre forças de segurança e manifestantes antigoverno.

"O secretário-geral está acompanhando com grande preocupação as crescentes tensões e violência na Tailândia", disse comunicado divulgado pela assessora de Ban. "Ele faz um apelo para que tanto manifestantes quanto autoridades tailandesas façam tudo que esteja a seu alcance para evitar violência futura e perda de vidas", afirma.

"Ele fortemente encoraja que retomem o diálogo para diminuir a situação e resolver os assuntos pacificamente."

Confrontos

A nova onda de violência começou após a tentativa de assassinato, nesta quinta-feira, do opositor major general Khattiya Sawasdipol, ferido em meio aos confrontos entre camisas vermelhas e tropas do governo. Ele está com inchaço no cérebro e tem poucas chances de sobreviver, disse hoje o médico Chaiwan Charoenchokethawee, diretor do Hospital Vajira.

Sakchai Lalit/AP - 13.mai.10
Equipes de emergência atendem o general Khattiya Sawasdiphol, ferido após confronto com tropas do governo
Equipes de emergência atendem o general Khattiya Sawasdiphol, ferido após confronto com tropas do governo

Soldados tailandeses abriram fogo contra manifestantes antigoverno nesta sexta-feira na tentativa de isolar a área do protesto, transformando o centro comercial da capital, Bancoc, em um campo de batalhas sangrento.

As tropas usaram gás lacrimogêneo, balas de borracha e munição contra os manifestantes, que revidaram com bombas e foguetes de fabricação caseira em ruas ao redor de uma área de hotéis de luxo e shopping centers, que ocupam a quase seis semanas, disseram testemunhas.

A violência continuou ao longo da noite e deixou sob tensão a cidade de 15 milhões de habitantes. Era possível ouvir tiros e explosões em vários lugares onde manifestantes e policiais entraram em confronto.

O Exército negou ter planejado uma medida enérgica nesta sexta-feira contra o principal local de protesto, onde milhares de manifestantes camisas vermelhas, incluindo crianças e mulheres, estão reunidos, protegidos por barreiras de pneus e pedaços de madeira encharcadas de querosene, com arame farpado no topo.

O porta-voz do Exército, Sansern Kaewkamnerd, disse que cerca de 500 'terroristas' armados estão entre os manifestantes.

Contexto

A atual turbulência é sintoma de uma prolongada crise política que opõe, de um lado, os militares, os monarquistas e a elite urbana --que usam amarelo nos protestos e apoiam o atual primeiro-ministro, Abhisit Vejjajiva; e do outro lado, os seguidores do ex-premiê Thaksin Shinawatra, identificados pela cor vermelha, oriundos principalmente das classes trabalhadoras rurais, e que se sentem alienados pelo governo.

Vivek Prakash/Reuters
Camisas vermelhas montaram barricadas no centro comercial de Bancoc, que ocupam há quase seis semanas
Camisas vermelhas montaram barricadas no centro comercial de Bancoc, que ocupam há quase seis semanas

Thaksin, derrubado em 2006 em um golpe de Estado apoiado pelos camisas amarelas, foi condenado in absentia por corrupção e abuso de poder. Ele nega as acusações do exílio autoinfligido em Dubai.

Dois anos depois, os apoiadores de Thaksin voltaram ao poder por três meses. Na ocasião, confrontos entre apoiadores e opositores de Thaksin resultaram na ocupação e fechamento dos dois principais aeroportos de Bancoc por uma semana.

Antes de tornar-se primeiro-ministro, Thaksin já era bastante rico e possuía, entre outros negócios, a companhia de telecomunicações Shin Corp. A empresa foi vendida ao fundo soberano Tamasek, de Cingapura, em janeiro de 2006, numa operação controversa que acabou desencadeando os protestos que resultaram em sua queda.

Com agências internacionais

 

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