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15/08/2004
-
03h56
do enviado especial da Folha de S.Paulo a Caracas
Prevendo uma "violência moderada" após o plebiscito de hoje, que pode tirar Hugo Chávez da Presidência, empresas estrangeiras instaladas na Venezuela elaboraram planos de contingência para eventuais distúrbios, disse à Folha o diretor de uma multinacional no país.
"Os dois lados têm grupos radicais que devem reagir com violência. Serão distúrbios de curto prazo, que durarão um ou dois dias, mas não terão como alvo as empresas instaladas aqui", disse, sob a condição de anonimato.
Segundo esse diretor, os planos de contingência envolvem a proteção das instalações físicas e esquemas de funcionamento em condições desfavoráveis.
A preocupação tem precedentes bastante recentes. No dia 3 de junho, após o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) ter confirmado que a oposição havia conseguido as assinaturas suficientes necessárias para o plebiscito, supostos militantes chavistas incendiaram veículos no centro de Caracas, e um jornal que faz oposição ao governo foi atacado a tiros.
7.500 empregos
Radicadas há vários anos no país, as três maiores empresas instaladas na Venezuela, a empreiteira Odebrecht, a cervejaria Brahma e estatal Petrobras, não quiseram comentar medidas de segurança ou a situação política venezuelana. Juntas, empregam cerca de 7.500 pessoas, na maioria venezuelanos.
A empresa com o maior número de funcionários é a Odebrecht --5.000 funcionários, espalhados por quatro grandes projetos pelo país --alguns com financiamento brasileiro contratados antes do mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Em Caracas, a empreiteira constrói a quarta linha de metrô da cidade, com um financiamento de US$ 107 milhões do BNDES, segundo o diretor-presidente da Odebrecht na Venezuela, Euzenando Azevedo. A obra, prevista para ser entregue no final de 2006, teve início no governo de Rafael Caldera (1993-8).
Outra obra de grande porte é o sistema viário Orinoco, que inclui uma ponte e 170 km de estrada. De acordo com Azevedo, a obra foi contratada em 2000, durante os governos Chávez e Fernando Henrique Cardoso, e é financiada pelo Banco do Brasil. Valor: US$ 384 milhões.
Finalmente, a Odebrecht está implantando um sistema de irrigação numa área de 10 mil hectares, no projeto "El Dilúvio".
Na Venezuela desde 1994, a Petrobras está envolvida na exploração e produção de gás e petróleo em várias regiões do país, segundo seu diretor no país, o argentino Miguel Bibbó.
Em conjunto com seus parceiros, a Petrobras tem cerca de US$ 1,6 bilhão de dólares investidos no país e planejar investir mais US$ 1,1 bilhão nos próximos cinco anos. Entre empregos diretos e indiretos, tem 1.400 funcionários.
Já a cervejaria Brahma mantém uma fábrica no país desde 1994, que abastece a Venezuela, o Caribe e parte do Norte brasileiro. A empresa tem 1.130 empregados.
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Prevendo uma "violência moderada" após o plebiscito de hoje, que pode tirar Hugo Chávez da Presidência, empresas estrangeiras instaladas na Venezuela elaboraram planos de contingência para eventuais distúrbios, disse à Folha o diretor de uma multinacional no país.
"Os dois lados têm grupos radicais que devem reagir com violência. Serão distúrbios de curto prazo, que durarão um ou dois dias, mas não terão como alvo as empresas instaladas aqui", disse, sob a condição de anonimato.
Segundo esse diretor, os planos de contingência envolvem a proteção das instalações físicas e esquemas de funcionamento em condições desfavoráveis.
A preocupação tem precedentes bastante recentes. No dia 3 de junho, após o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) ter confirmado que a oposição havia conseguido as assinaturas suficientes necessárias para o plebiscito, supostos militantes chavistas incendiaram veículos no centro de Caracas, e um jornal que faz oposição ao governo foi atacado a tiros.
7.500 empregos
Radicadas há vários anos no país, as três maiores empresas instaladas na Venezuela, a empreiteira Odebrecht, a cervejaria Brahma e estatal Petrobras, não quiseram comentar medidas de segurança ou a situação política venezuelana. Juntas, empregam cerca de 7.500 pessoas, na maioria venezuelanos.
A empresa com o maior número de funcionários é a Odebrecht --5.000 funcionários, espalhados por quatro grandes projetos pelo país --alguns com financiamento brasileiro contratados antes do mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Em Caracas, a empreiteira constrói a quarta linha de metrô da cidade, com um financiamento de US$ 107 milhões do BNDES, segundo o diretor-presidente da Odebrecht na Venezuela, Euzenando Azevedo. A obra, prevista para ser entregue no final de 2006, teve início no governo de Rafael Caldera (1993-8).
Outra obra de grande porte é o sistema viário Orinoco, que inclui uma ponte e 170 km de estrada. De acordo com Azevedo, a obra foi contratada em 2000, durante os governos Chávez e Fernando Henrique Cardoso, e é financiada pelo Banco do Brasil. Valor: US$ 384 milhões.
Finalmente, a Odebrecht está implantando um sistema de irrigação numa área de 10 mil hectares, no projeto "El Dilúvio".
Na Venezuela desde 1994, a Petrobras está envolvida na exploração e produção de gás e petróleo em várias regiões do país, segundo seu diretor no país, o argentino Miguel Bibbó.
Em conjunto com seus parceiros, a Petrobras tem cerca de US$ 1,6 bilhão de dólares investidos no país e planejar investir mais US$ 1,1 bilhão nos próximos cinco anos. Entre empregos diretos e indiretos, tem 1.400 funcionários.
Já a cervejaria Brahma mantém uma fábrica no país desde 1994, que abastece a Venezuela, o Caribe e parte do Norte brasileiro. A empresa tem 1.130 empregados.
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