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02/12/2004 - 13h17

Diplomatas da ONU dão apoio a Kofi Annan

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MARC CARNEGIE
da France Presse, em Nova York

Diplomatas de vários países deram uma demonstração de apoio ao secretário-geral da ONU (Organização das Nações Unidas), Kofi Annan, que enfrenta crescentes críticas sobre o papel da organização nas vendas de petróleo iraquiano durante o regime de Saddam Hussein.

A medida foi tomada depois que o senador americano Norman Coleman, presidente de uma subcomissão parlamentar que investigou o já cancelado programa Petróleo por Comida, pediu a renúncia de Annan, afirmando que existem provas de que funcionários da ONU receberam propinas do antigo governo do Iraque.

O Departamento de Estado afirmou que Annan é "um interlocutor valioso" que trabalha de forma "positiva e com cooperação à investigação do escândalo", mas não rebateu diretamente a solicitação de renúncia de Coleman.

Apoio

"Em nossa opinião, a ONU, sob a liderança do secretário-geral Annan, apóia a investigação, entende o que está em jogo e está fazendo o correto", disse o porta-voz adjunto do departamento, Adam Ereli.

Diplomatas de várias nações se reuniram com Annan na noite de ontem na sede da ONU em Nova York e manifestaram seu apoio, informou o embaixador da Espanha na organização, Juan Antonio Yanez-Barnuevo.

O diplomata disse que o líder da ONU enfrenta "ataques injustos e infundados" e que Annan, cujo mandato termina no final de 2006, tem sido uma "inspiração para todos nós". Afirmou ainda que os diplomatas encontraram Annan "com ótimo espírito".

África

Países africanos enviaram uma carta ressaltando um apoio "inquebrantável" ao secretário-geral da ONU.

"O grupo africano está muito preocupado com as reportagens, seus preconceitos e falta de objetividade, além de seu impacto sobre sua imagem" diz a carta. "O grupo o elogia pela maneira capaz com a qual está administrando a situação", dizem a Annan.

O secretário-geral da ONU designou o ex-presidente do Fed (Banco Central dos EUA) Paul Volcker para investigar as alegações de má gerência do programa, que permitiu ao Iraque vender petróleo, sob a supervisão da ONU, em troca de ajuda humanitária.

Coleman declarou ao "Wall Street Journal" que é hora do secretário-geral da ONU, Kofi Annan, renunciar.

"Cheguei a esta conclusão porque a maior fraude na história da ONU se desenvolveu durante seu mandato. Além disso, e talvez sobretudo, enquanto Annan continuar em sua função, o mundo não poderá conhecer o alcance das comissões e propinas que que passaram sob os narizes da ONU", acrescentou Coleman.

Governo Saddam

No mês passado, a subcomissão do senador descobriu provas de que o regime de Saddam acumulou US$ 21 bilhões do programa Petróleo por Comida, que tinha a meta de atenuar as sanções internacionais contra o povo iraquiano.

Ao que tudo indica, o governo de Saddam pagou funcionários, governos e instituições, como parte dos esforços para minar as sanções aplicadas contra o Iraque depois da invasão ao Kuait, que provocou a Guerra do Golfo (1991).

Porém, milhares de funcionários da ONU assinaram uma carta se queixando da "atmosfera contaminada" criada pelas alegações na imprensa "feitas sem o conhecimento completo dos fatos".

"Mais do que nunca apoiamos o secretário-geral", diz a carta.

A empresa suíça Cotecna, que empregava o filho de Annan, Kojo, negou que este tivesse envolvimento no escândalo relacionado ao programa Petróleo por Comida e disse que ele nunca participou dos contratos com o Iraque.

Kojo Annan, empregado como auxiliar e depois como consultor da Cotecna entre 1996 e 1998, "não se ocupou nem deste contrato [com o Iraque] nem de sua colocação em prática", afirmou o porta-voz da empresa, Seth Goldschlager.

Especial
  • Leia o que já foi publicado sobre Kofi Annan
  • Leia o que já foi publicado sobre o programa Petróleo por Comida
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