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07/12/2004 - 11h52

Brasil financiou ditadura de Pinochet, diz "New York Times"

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VINICIUS ALBUQUERQUE
da Folha Online

O governo ditatorial do general chileno Augusto Pinochet (1973-1990) foi financiado pelo Brasil, entre outros países, segundo reportagem de hoje do jornal americano "The New York Times".

O Brasil, em conjunto com o Reino Unido e com a Malásia, fez um pagamento de US$ 3 milhões à ditadura chilena, segundo o "NYT". Os EUA deram US$ 3 milhões em 1976, seguidos de outras contribuições do Paraguai (US$ 1,5 milhão), Espanha (US$ 1 milhão), China (US$ 2,5 milhões) e um outro pagamento combinado da China com o Reino Unido (US$ 2,5 milhões).

De acordo com a reportagem, os documentos que comprovam os pagamentos foram encontrados durante uma investigação do Senado americano sobre um caso de lavagem de dinheiro no Riggs Bank. Os documentos, na época entregues ao Riggs Bank pelo governo chileno, descrevem as contribuições como "comissões de serviços e viagens ao exterior".

O Riggs Bank tem sido alvo de investigações federais nos EUA desde 2002, por suspeitas de lavagem de dinheiro e financiamento de ações terroristas.

Os investigadores do Senado publicaram em julho um relatório detalhado sobre as contas de Pinochet e sua esposa, Lucia, no Riggs, lembra o jornal americano. Os registros do banco indicam que Pinochet é cliente desde 1985. Segundo o Riggs, a fortuna de Pinochet advém de "patrimônio familiar" e "remuneração por alto cargo no setor público por muitos anos".

O governo chileno, no entanto, descarta essas duas fontes, mas ainda não sabe qual a verdadeira origem do dinheiro de Pinochet. As declarações financeiras do general listam, entre seus bens, "100 mil livros", "poupanças em diversas instituições financeiras", royalties de livros de sua autoria e investimentos em imóveis.

O general Pinochet, 89, tomou o poder no Chile em 1973, derrubando do governo o presidente eleito Salvador Allende. Cerca de 4 mil pessoas, tidas por dissidentes pelo governo de Pinochet, foram mortas ou seqüestradas na época. Pinochet manteve-se no poder até 1990.

Até 1998, o general se manteve à frente das Forças Armadas do país e tem enfrentado processos por crimes cometidos pelo regime ditatorial, como violações de direitos humanos, e por crimes financeiros, como contas secretas nos EUA.

Com agências internacionais

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