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09/01/2005 - 17h16

Termina votação palestina; analistas apontam vitória de Abbas

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da France Presse, em Ramallah

Pela primeira vez em nove anos --e dois meses após a morte do líder Iasser Arafat--, milhares de palestinos foram às urnas neste domingo para eleger o novo presidente em uma jornada histórica sobre o qual a vitória do candidato Mahmud Abbas parecia indiscutível. O encerramento da eleição foi marcado para as 17h (hora de Brasília).

As zonas eleitorais palestinas abriram às 7h (3h em Brasília) e nos 1.074 postos de votação distribuídos em Gaza, na Cisjordânia e Jerusalém somente foram registrados alguns incidentes isolados, de acordo com os observadores internacionais.

O fechamento dos centros de votação foi prorrogado por duas horas, para as 19h (hora local), para facilitar o voto dos cidadãos que sofreram restrições pela parte do exército israelense ou por problemas técnicos da própria comissão eleitoral.

No total, 1,8 milhão de palestinos tinham direito a votar nestas eleições, as primeiras presidenciais desde as celebradas em 1996. Ao meio-dia (hora local), cerca de 30% dos cidadãos havia votado, de acordo com dados oficiais.

"Tenho 18 anos e voto pela primeira vez. Sei que meus pais não puderam exercer esse direito no passado e confio que minha participação nestas eleições possa melhorar as coisas", afirmou à agência France Presse Sumood, estudante do campo de refugiados de Al Amari, nas cercanias de Ramalah (Cisjordânia).

Vitória provável de Abbas

Salvo surpresas, Mahmud Abbas, 69 anos, o líder atual da OLP (Organização para a Libertação da Palestina), deve ganhar as eleições com uma ampla vantagem sobre os seis candidatos.

"Estamos felizes porque o processo democrática se leva a cabo de uma maneira formidável, o que mostra a vontade do povo palestino", disse Abbas, após depositar seu voto em Ramallah.

Segundo o alto representante de Política Exterior da União Européia, Javier Solana", tendo em conta que os territórios palestinos estão ocupados", a eleição transcorreu normalmente.

"A eleição de novos dirigentes palestinos abre uma página nova na história de toda a região. Eles serão sem dúvidas os interlocutores para chegar à paz", declarou à saída de uma zona eleitoral de Ramallah.

Abbas é conhecido por seu caráter moderado e por sua oposição à luta armada. Durante sua campanha, garantiu que renovará o diálogo com Israel mas sem renunciar aos ideais históricos do povo como o retorno dos refugiados, a libertação dos presos em cárceres israelenses, o fim da ocupação e a aspiração de fazer Jerusalém a capital de um futuro estado palestino.

"Mudança de rota"

Coincidindo com a jornada eleitoral, o primeiro-ministro de Israel, Ariel Sharon, mostrou sua disposição em "reunir-se o quanto antes" com o novo presidente da Autoridade Palestina para falar de "questões relativas à segurança" com vistas à retirada planejada das colônias de Gaza em 2005.

Estados Unidos também pretendem mostrar mais atividade na resolução do conflito entre israelenses e palestinos. O secretário de Estado Colin Powell afirmou que chegou a hora de avançar a "mudança de rota".

Como havia prometido, o exército israelense suavizou seus controles nas estradas e se retirou das cidades autônomas palestinas desde sábado e até segunda-feira. Mais de 800 observadores internacionais velaram pela transparência dos postos distribuídos por toda Gaza, Cisjordânia e Jerusalém, aonde os eleitores exerceram seu direito de voto em meio à grande vigilância policial.

Os enviados europeus registraram alguns atos de "intimidação" em pontos do subúrbio de Gaza. Os grupos radicais Hamas e Jihad islâmica não participaram das votações já que não reconhecem a Autoridade Palestina, surgida após os acordos de Oslo (1993) e consideram que não pode haver comícios democráticos em meio à ocupação israelense.

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