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10/01/2005
-
08h42
da Folha Online
Com 10 dos 16 distritos que participaram da eleição palestina apurados, Mahmoud Abbas vence a disputa para a presidência da Autoridade Nacional Palestina (ANP) com 65% dos votos, segundo resultado parcial divulgado nesta segunda-feira por fontes oficiais.
Apesar dos números oficiais, ontem mesmo Abbas já havia sido declarado vitorioso pelo resultado de boca-de-urna.
Seu principal rival eleitoral, o candidato independente Mustafah Barghouti, tem 21% dos votos, até o momento. Ontem Barghouti reconheceu a vitória de Abbas, logo após a divulgação dos resultados de boca-de-urna.
Em discurso, ontem, Abbas ofereceu sua vitória ao líder Iasser Arafat, morto em novembro na França, e disse que lutará para pôr fim ao sofrimento dos palestinos.
Missão difícil
Durante um evento em Ramallah [Cisjordânia], Abbas disse que vai enfrentar "uma missão difícil", e afirmou que não vai "seguir os militantes" e quer dar "aos fugitivos [procurados por Israel] uma vida digna."
O grupo extremista islâmico Hamas, a maior oposição ao futuro governo de Abbas, anunciou nesta segunda-feira que irá trabalhar com o novo presidente da ANP, apesar das reclamações de irregularidades na eleição. Durante a campanha, militantes chegaram a pedir o boicote à eleição, mas não houve tentativa de interromper a votação ontem.
Abbas ganhou notoriedade internacional como um dos primeiros opositores da Segunda Intifada [revolta palestina contra a ocupação israelense, iniciada em setembro de 2000], e como um dos articuladores do Acordo de Oslo, de 1993, sobre a autonomia palestina. Angariou popularidade também com a defesa de conversações de paz com Israel.
Boca-de-urna
Após a divulgação dos primeiros resultados de boca-de-urna, que previam a vitória de Abbas, vários grupos que apóiam o candidato saíram às ruas, em Gaza e na Cisjordânia, na noite de ontem.
Militantes saudaram o novo presidente eleito com rajadas de tiros para o ar, e integrantes do Fatah, partido político de Abbas, dançavam nas ruas.
O presidente americano, George W. Bush, disse que a eleição palestina era um "passo histórico", rumo à criação de um Estado palestino.
"Os Estados Unidos estão prontos para ajudar o povo palestino a realizar suas aspirações", afirmou o presidente. "O novo presidente da ANP e seu gabinete tem tarefas críticas à frente, incluindo a luta contra o terrorismo, o combate à corrupção, a criação de instituições democráticas e a retomada da economia palestina", disse Bush.
Israel
A eleição de Abbas como presidente da ANP significa o começo de um novo processo, afirmou o líder trabalhista israelense Shimon Peres.
"Um novo processo vai começar. Uma mudança importante aconteceu, e espero que o novo governo palestino seja o reflexo de uma mudança das ruas", declarou Peres.
"Abbas será um interlocutor intransigente, mas é um sábio, experiente e moderado. Foi eleito pela esmagadora maioria dos palestinos e devemos dar a ele a possibilidade de ter êxito", disse.
Em uma entrevista à rádio pública israelense, Peres lembrou que Abbas "se pronunciou contra o terrorismo e os disparos de foguetes Qassam [de fabricação caseira] contra Israel, que provocaram um imenso prejuízo aos próprios palestinos."
O dirigente trabalhista também afirmou que "a questão é saber se as organizações terroristas darão a Abbas o tempo de agir. Nós o julgaremos sobre o que vai começar a fazer, e o objetivo de nosso governo será executar o plano de retirada [das colônias israelenses em Gaza e na Cisjordânia] e prosseguir com o processo de paz."
Eleição
Cerca de 800 observadores internacionais, entre eles o ex-presidente dos EUA, Jimmy Carter e o ex-primeiro-ministro francês Michel Rochard, acompanharam a eleição e não reportaram maiores incidentes nos 1.074 centros de votação, equipados com 2.800 urnas distribuídas por Gaza, Cisjordânia e a faixa oeste de Jerusalém.
Barghouti denunciou "graves violações" no processo eleitoral e pediu investigações. O Centro Eleitoral acusou um comparecimento da ordem de 66% do colégio eleitoral, composto por 1,8 milhão de votantes, apesar do boicote de movimentos como o Hamas e Jihad islâmica.
O nível de comparecimento dos eleitores na votação, não-obrigatória, era considerado como um elemento-chave para garantir a legitimidade das eleições presidenciais, que não eram realizadas desde 1996.
Com agências internacionais
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Apuração parcial confirma vitória de Abbas na eleição palestina
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Com 10 dos 16 distritos que participaram da eleição palestina apurados, Mahmoud Abbas vence a disputa para a presidência da Autoridade Nacional Palestina (ANP) com 65% dos votos, segundo resultado parcial divulgado nesta segunda-feira por fontes oficiais.
Apesar dos números oficiais, ontem mesmo Abbas já havia sido declarado vitorioso pelo resultado de boca-de-urna.
Seu principal rival eleitoral, o candidato independente Mustafah Barghouti, tem 21% dos votos, até o momento. Ontem Barghouti reconheceu a vitória de Abbas, logo após a divulgação dos resultados de boca-de-urna.
Em discurso, ontem, Abbas ofereceu sua vitória ao líder Iasser Arafat, morto em novembro na França, e disse que lutará para pôr fim ao sofrimento dos palestinos.
Missão difícil
Durante um evento em Ramallah [Cisjordânia], Abbas disse que vai enfrentar "uma missão difícil", e afirmou que não vai "seguir os militantes" e quer dar "aos fugitivos [procurados por Israel] uma vida digna."
O grupo extremista islâmico Hamas, a maior oposição ao futuro governo de Abbas, anunciou nesta segunda-feira que irá trabalhar com o novo presidente da ANP, apesar das reclamações de irregularidades na eleição. Durante a campanha, militantes chegaram a pedir o boicote à eleição, mas não houve tentativa de interromper a votação ontem.
Abbas ganhou notoriedade internacional como um dos primeiros opositores da Segunda Intifada [revolta palestina contra a ocupação israelense, iniciada em setembro de 2000], e como um dos articuladores do Acordo de Oslo, de 1993, sobre a autonomia palestina. Angariou popularidade também com a defesa de conversações de paz com Israel.
Boca-de-urna
Após a divulgação dos primeiros resultados de boca-de-urna, que previam a vitória de Abbas, vários grupos que apóiam o candidato saíram às ruas, em Gaza e na Cisjordânia, na noite de ontem.
Militantes saudaram o novo presidente eleito com rajadas de tiros para o ar, e integrantes do Fatah, partido político de Abbas, dançavam nas ruas.
O presidente americano, George W. Bush, disse que a eleição palestina era um "passo histórico", rumo à criação de um Estado palestino.
"Os Estados Unidos estão prontos para ajudar o povo palestino a realizar suas aspirações", afirmou o presidente. "O novo presidente da ANP e seu gabinete tem tarefas críticas à frente, incluindo a luta contra o terrorismo, o combate à corrupção, a criação de instituições democráticas e a retomada da economia palestina", disse Bush.
Israel
A eleição de Abbas como presidente da ANP significa o começo de um novo processo, afirmou o líder trabalhista israelense Shimon Peres.
"Um novo processo vai começar. Uma mudança importante aconteceu, e espero que o novo governo palestino seja o reflexo de uma mudança das ruas", declarou Peres.
"Abbas será um interlocutor intransigente, mas é um sábio, experiente e moderado. Foi eleito pela esmagadora maioria dos palestinos e devemos dar a ele a possibilidade de ter êxito", disse.
Em uma entrevista à rádio pública israelense, Peres lembrou que Abbas "se pronunciou contra o terrorismo e os disparos de foguetes Qassam [de fabricação caseira] contra Israel, que provocaram um imenso prejuízo aos próprios palestinos."
O dirigente trabalhista também afirmou que "a questão é saber se as organizações terroristas darão a Abbas o tempo de agir. Nós o julgaremos sobre o que vai começar a fazer, e o objetivo de nosso governo será executar o plano de retirada [das colônias israelenses em Gaza e na Cisjordânia] e prosseguir com o processo de paz."
Eleição
Cerca de 800 observadores internacionais, entre eles o ex-presidente dos EUA, Jimmy Carter e o ex-primeiro-ministro francês Michel Rochard, acompanharam a eleição e não reportaram maiores incidentes nos 1.074 centros de votação, equipados com 2.800 urnas distribuídas por Gaza, Cisjordânia e a faixa oeste de Jerusalém.
Barghouti denunciou "graves violações" no processo eleitoral e pediu investigações. O Centro Eleitoral acusou um comparecimento da ordem de 66% do colégio eleitoral, composto por 1,8 milhão de votantes, apesar do boicote de movimentos como o Hamas e Jihad islâmica.
O nível de comparecimento dos eleitores na votação, não-obrigatória, era considerado como um elemento-chave para garantir a legitimidade das eleições presidenciais, que não eram realizadas desde 1996.
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