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10/01/2005
-
09h58
BEATRIZ LECUMBERRI
da France Presse, em Ramallah
Se Mahmoud Abbas quer entrar para a história como o presidente palestino que incentivou a paz com Israel deverá negociar, ao mesmo tempo, com o Estado judeu e com os grupos radicais, que não permitem que ele renuncie às aspirações históricas de seu povo.
Reformar os serviços de segurança, voltar à mesa de negociações, controlar a resistência armada, crescer como interlocutor diante da comunidade internacional e aliviar o sofrimento dos palestinos: a lista de desafios de Abbas é interminável e exigirá diplomacia, habilidade e perseverança.
Para o Alto Representante de Política Externa da União Européia (UE), Javier Solana, o sonho do povo palestino de criar um Estado independente e viver em paz com os israelenses começou com a vitória de Abbas.
"É um momento histórico. Os novos dirigentes palestinos serão os interlocutores que chegarão à paz", afirmou, garantindo o apoio da UE à Abbas.
Porém, antes de negociar com Israel, o sucessor de Iasser Arafat terá de colocar ordem dentro de casa.
Abbas, que foi eleito com mais de 60% dos votos [segundo resultado parcial divulgado] mas sem qualquer apoio dos grupos islâmicos radicais, como Hamas e Jihad Islâmico, que boicotaram a eleição, afirmou que tem os meios para conseguir que estes movimentos interrompam os ataques contra Israel.
Ontem os mesmos radicais que receberam Abbas a tiros em Gaza dias depois da morte de Arafat afirmaram que cooperarão com o novo governo.
O líder trabalhista israelense Shimon Peres, que será o número dois do primeiro-ministro Ariel Sharon no novo governo de união nacional, afirmou que a eleição de Abbas abria um novo processo.
"Abbas será um interlocutor intransigente, mas é um homem inteligente, experiente e moderado. Foi eleito pela esmagadora maioria dos palestinos e devemos dar a ele a possibilidade de ter êxito", disse.
Já Sharon se declarou disposto a reunir-se com o sucessor de Arafat "o mais rápido possível", sobretudo para tratar de questões relacionadas à retirada das colônias de Gaza.
Além do controle dos grupos armados, Abbas terá que encarar a renovação dos serviços de segurança palestinos.
"Quando Abbas falava de segurança para os cidadãos palestinos durante a campanha, não se referia apenas ao conflito com Israel, mas também à anarquia das forças de segurança da Autoridade nacional Palestina", disse o analista israelense Danny Rubinstein.
Estes serviços, fragmentados, ineficazes e corruptos, foram o principal motivo da renúncia de Abbas ao cargo de primeiro-ministro em 2003, quatro meses depois de assumir a função, já que Arafat não lhe dava poder suficiente para controlá-los.
Segundo analistas estrangeiros, será preciso esperar até as eleições legislativas de 17 de julho para que todas mudanças de Abbas sejam sentidas.
Para os palestinos, antes de começar a dialogar com Israel, é necessário interromper as incursões do Exército nas zonas autônomas palestinas, acabar com os postos de controles nas estradas e libertar os presos políticos.
"Não nos enganemos: talvez Abbas não grite que um milhão de mártires caminharão até Jerusalém, mas o que pede a Israel não é diferente do que Arafat pedia", disse Rubinstein.
Muitos palestinos também acreditam que Abbas será o líder que os conduzirá a um Estado independente com Jerusalém Oriental como capital e que encontrará uma solução para os milhões de refugiados palestinos.
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da France Presse, em Ramallah
Se Mahmoud Abbas quer entrar para a história como o presidente palestino que incentivou a paz com Israel deverá negociar, ao mesmo tempo, com o Estado judeu e com os grupos radicais, que não permitem que ele renuncie às aspirações históricas de seu povo.
Reformar os serviços de segurança, voltar à mesa de negociações, controlar a resistência armada, crescer como interlocutor diante da comunidade internacional e aliviar o sofrimento dos palestinos: a lista de desafios de Abbas é interminável e exigirá diplomacia, habilidade e perseverança.
Para o Alto Representante de Política Externa da União Européia (UE), Javier Solana, o sonho do povo palestino de criar um Estado independente e viver em paz com os israelenses começou com a vitória de Abbas.
"É um momento histórico. Os novos dirigentes palestinos serão os interlocutores que chegarão à paz", afirmou, garantindo o apoio da UE à Abbas.
Porém, antes de negociar com Israel, o sucessor de Iasser Arafat terá de colocar ordem dentro de casa.
Abbas, que foi eleito com mais de 60% dos votos [segundo resultado parcial divulgado] mas sem qualquer apoio dos grupos islâmicos radicais, como Hamas e Jihad Islâmico, que boicotaram a eleição, afirmou que tem os meios para conseguir que estes movimentos interrompam os ataques contra Israel.
Ontem os mesmos radicais que receberam Abbas a tiros em Gaza dias depois da morte de Arafat afirmaram que cooperarão com o novo governo.
O líder trabalhista israelense Shimon Peres, que será o número dois do primeiro-ministro Ariel Sharon no novo governo de união nacional, afirmou que a eleição de Abbas abria um novo processo.
"Abbas será um interlocutor intransigente, mas é um homem inteligente, experiente e moderado. Foi eleito pela esmagadora maioria dos palestinos e devemos dar a ele a possibilidade de ter êxito", disse.
Já Sharon se declarou disposto a reunir-se com o sucessor de Arafat "o mais rápido possível", sobretudo para tratar de questões relacionadas à retirada das colônias de Gaza.
Além do controle dos grupos armados, Abbas terá que encarar a renovação dos serviços de segurança palestinos.
"Quando Abbas falava de segurança para os cidadãos palestinos durante a campanha, não se referia apenas ao conflito com Israel, mas também à anarquia das forças de segurança da Autoridade nacional Palestina", disse o analista israelense Danny Rubinstein.
Estes serviços, fragmentados, ineficazes e corruptos, foram o principal motivo da renúncia de Abbas ao cargo de primeiro-ministro em 2003, quatro meses depois de assumir a função, já que Arafat não lhe dava poder suficiente para controlá-los.
Segundo analistas estrangeiros, será preciso esperar até as eleições legislativas de 17 de julho para que todas mudanças de Abbas sejam sentidas.
Para os palestinos, antes de começar a dialogar com Israel, é necessário interromper as incursões do Exército nas zonas autônomas palestinas, acabar com os postos de controles nas estradas e libertar os presos políticos.
"Não nos enganemos: talvez Abbas não grite que um milhão de mártires caminharão até Jerusalém, mas o que pede a Israel não é diferente do que Arafat pedia", disse Rubinstein.
Muitos palestinos também acreditam que Abbas será o líder que os conduzirá a um Estado independente com Jerusalém Oriental como capital e que encontrará uma solução para os milhões de refugiados palestinos.
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