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13/01/2005
-
16h12
da BBC Brasil
O ministro do Exterior de Israel, Silvam Shalom, disse que a escolha de fantasia do príncipe Harry --que se vestiu de nazista numa festa à fantasia-- é algo pelo qual "não se deve mostrar compreensão ou simpatia".
"O uso de símbolos nazistas é intolerável (...) Especialmente quando estamos nos preparando para celebrar os 60 anos da libertação dos campos da morte, algo que vai ser marcado por eventos como uma conferência na ONU (Organização da Nações Unidas) e em Auschwitz."
Fotos do príncipe britânico, o terceiro na linha de sucessão ao trono britânico, foram reproduzidas em jornais israelenses nesta quinta-feira. A foto original apareceu no tablóide britânico "The Sun", com o título "Harry, o nazista".
O vice-primeiro-ministro israelense, Shimon Peres, disse que a fantasia foi inapropriada.
"Talvez na próxima vez ele se vista e se comporte como um príncipe. É muito bizarro, muito estranho", disse Peres.
Ignorância
A festa a fantasia aconteceu no sábado e teve como tema "Nativo e colonial". O anfitrião foi o cavaleiro da equipe olímpica britânica Richard Meade.
O respeitado historiador judeu da Segunda Guerra Mundial (1939-1945)David Cesarani disse que a atitude de Harry, filho do príncipe Charles e da princesa Diana, e neto da rainha Elizabeth, foi típica da ignorância entre as pessoas mais jovens.
Uma pesquisa recente conduzida pela BBC revelou que cerca de 40% das pessoas com menos de 25 anos não sabe onde ficava nem o que era Auschwitz.
"Acho que o príncipe Harry pode exemplificar a ignorância lamentável entre muitos jovens", disse.
Mas há quem diga que, aos 20 anos, e com acesso a uma educação de qualidade, o príncipe deveria saber o que estava fazendo.
Disciplina
E há quem acredite que o príncipe pare de cometer gafes desse tipo e de se envolver em confusões em boates assim que tiver que enfrentar a disciplina do Sandhurst Military College, onde ele deve começar a estudar em três meses.
Mas o parlamentar trabalhista Doug Henderson, ex-ministro das Forças Armadas, afirma não acreditar que Harry esteja pronto para entrar nessa faculdade.
"Acho que a fantasia de nazista vai ofender muitas pessoas que lutaram na Segunda Guerra Mundial e parentes de pessoas que morreram na guerra. E eu realmente acho que isso desqualifica Harry para Sandhurst", afirmou.
O próprio tema da festa fez muita gente protestar, lembrando de um passado que o Reino Unido já teria deixado para trás.
O líder da oposição, Michael Howard, que é judeu, quer que Harry peça desculpas pessoalmente em público.
A Casa Real emitiu uma declaração em nome do príncipe desculpando-se por qualquer ofensa.
Insensibilidade
O chefe de Política Externa e Segurança da União Européia, Javier Solana, também criticou Harry. "Não é uma coisa apropriada a se fazer", disse.
Em Israel, Robert Rozett, diretor do Yad Vashem, o memorial nacional aos 6 milhões de judeus mortos durante a perseguição nazista, disse que Harry foi insensível.
"Quando um príncipe britânico veste o uniforme de um soldado nazista em uma festa, indica que as lições e o significado do Holocausto não entraram realmente no entendimento e na consciência das pessoas."
A história também aparece nos jornais da Alemanha. Lá também houve surpresa e desapontamento.
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Príncipe Harry causa polêmica ao se fantasiar de nazista
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Veja o comentário de Américo Martins, da BBC Brasil (só para assinantes do UOL)
Israel critica príncipe Harry por fantasia de nazista
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O ministro do Exterior de Israel, Silvam Shalom, disse que a escolha de fantasia do príncipe Harry --que se vestiu de nazista numa festa à fantasia-- é algo pelo qual "não se deve mostrar compreensão ou simpatia".
"O uso de símbolos nazistas é intolerável (...) Especialmente quando estamos nos preparando para celebrar os 60 anos da libertação dos campos da morte, algo que vai ser marcado por eventos como uma conferência na ONU (Organização da Nações Unidas) e em Auschwitz."
Fotos do príncipe britânico, o terceiro na linha de sucessão ao trono britânico, foram reproduzidas em jornais israelenses nesta quinta-feira. A foto original apareceu no tablóide britânico "The Sun", com o título "Harry, o nazista".
O vice-primeiro-ministro israelense, Shimon Peres, disse que a fantasia foi inapropriada.
"Talvez na próxima vez ele se vista e se comporte como um príncipe. É muito bizarro, muito estranho", disse Peres.
Ignorância
A festa a fantasia aconteceu no sábado e teve como tema "Nativo e colonial". O anfitrião foi o cavaleiro da equipe olímpica britânica Richard Meade.
O respeitado historiador judeu da Segunda Guerra Mundial (1939-1945)David Cesarani disse que a atitude de Harry, filho do príncipe Charles e da princesa Diana, e neto da rainha Elizabeth, foi típica da ignorância entre as pessoas mais jovens.
Uma pesquisa recente conduzida pela BBC revelou que cerca de 40% das pessoas com menos de 25 anos não sabe onde ficava nem o que era Auschwitz.
"Acho que o príncipe Harry pode exemplificar a ignorância lamentável entre muitos jovens", disse.
Mas há quem diga que, aos 20 anos, e com acesso a uma educação de qualidade, o príncipe deveria saber o que estava fazendo.
Disciplina
E há quem acredite que o príncipe pare de cometer gafes desse tipo e de se envolver em confusões em boates assim que tiver que enfrentar a disciplina do Sandhurst Military College, onde ele deve começar a estudar em três meses.
Mas o parlamentar trabalhista Doug Henderson, ex-ministro das Forças Armadas, afirma não acreditar que Harry esteja pronto para entrar nessa faculdade.
"Acho que a fantasia de nazista vai ofender muitas pessoas que lutaram na Segunda Guerra Mundial e parentes de pessoas que morreram na guerra. E eu realmente acho que isso desqualifica Harry para Sandhurst", afirmou.
O próprio tema da festa fez muita gente protestar, lembrando de um passado que o Reino Unido já teria deixado para trás.
O líder da oposição, Michael Howard, que é judeu, quer que Harry peça desculpas pessoalmente em público.
A Casa Real emitiu uma declaração em nome do príncipe desculpando-se por qualquer ofensa.
Insensibilidade
O chefe de Política Externa e Segurança da União Européia, Javier Solana, também criticou Harry. "Não é uma coisa apropriada a se fazer", disse.
Em Israel, Robert Rozett, diretor do Yad Vashem, o memorial nacional aos 6 milhões de judeus mortos durante a perseguição nazista, disse que Harry foi insensível.
"Quando um príncipe britânico veste o uniforme de um soldado nazista em uma festa, indica que as lições e o significado do Holocausto não entraram realmente no entendimento e na consciência das pessoas."
A história também aparece nos jornais da Alemanha. Lá também houve surpresa e desapontamento.
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