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29/01/2005 - 18h00

Venezuela e Colômbia resolvem crise diplomática

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da France Presse, em Caracas

A Venezuela e a Colômbia comemoravam, neste sábado, a resolução pacífica de uma crise diplomática que se alastrou por quatro semanas e opôs a concepção colombiana da luta contra o terrorismo aos imperativos da soberania nacional venezuelana.

Vários países, entre eles o Brasil, o Peru, Cuba e a Espanha, tinham se prontificado para intermediar, e uma fonte diplomática colombiana informou neste sábado que Fidel Castro, grande aliado do presidente venezuelano Hugo Chávez, havia desempenhado "um papel muito importante" na resolução da crise.

O presidente da Colômbia, Alvaro Uribe, viajará na próxima quinta-feira à Venezuela para participar de uma reunião que selará a reconciliação, anunciou sua assessoria na noite de sexta-feira.

A controvérsia, que provocou a pior crise entre os dois países em 20 anos, havia sido desatada pela captura, em 13 de dezembro passado, de Rodrigo Granda, um dirigente do movimento guerrilheiro colombiano das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC), em pleno Caracas e através do suborno de policiais venezuelanos, segundo as autoridades deste país.

No entanto, esta versão é contestada até agora por Bogotá, apesar de muitos testemunhos sobre a presença de Granda em Caracas no momento de seu desaparecimento. Ao contrário, os colombianos admitiram ter subornado os responsáveis pela detenção de Granda, argumentando que este método era praxe em matéria de combate ao terrorismo.

Caracas havia denunciado, através de manifestações populares, uma violação de sua soberania nacional, retirado seu embaixador da Colômbia, congelado as relações comerciais bilaterais e criticado a ingerência dos Estados Unidos, grande aliado de Bogotá na luta contra o tráfico de drogas e contra o terrorismo de extrema-esquerda.

Bogotá se declarou disposta a "reexaminar os fatos" que provocaram a crise, segundo um comunicado emitido pelo governo colombiano. Uribe "abriu o caminho para uma retomada das relações muito positivas que prevaleciam entre os dois países", considerou o ministro venezuelano das Relações Exteriores, Ali Rodriguez.

Sem apresentar um pedido formal de desculpas, como queria Chávez, a Colômbia se desculpou pelos métodos utilizados, afirmando que existia agora uma "vontade" de instaurar "uma estratégia binacional contra o terrorismo, no mais estrito respeito da legalidade e principalmente da soberania dos dois países".

O presidente Chávez se mantêm em silêncio desde suas declarações explosivas de domingo passado contra Washington, que apoiou incondicionalmente Bogotá durante esta crise e que qualificou recentemente Caracas de "força negativa" para a região.

O vice-presidente venezuelano, José Vicente Rangel, se felicitou neste sábado da "maneira positiva com a qual o impasse entre as duas nações foi resolvido", e afirmou que este resultado colocava em uma posição incômoda "os Estados Unidos e suas constantes ingerências".

Rangel também qualificou de repetitivas as declarações do departamento de Estado americano segundo as quais Caracas apóia o terrorismo de extrema-esquerda.
 

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