02/04/2005 - 20h36

Novo papa deve vir de reduto católico, diz representante do Vaticano

ANA PAULA RIBEIRO
da Folha Online, em Brasília

O novo papa deverá ser de um país majoritariamente católico, avalia o arcebispo Lorenzo Baldisseri, núncio apostólico (porta-voz) do Vaticano no Brasil.

D. Lorenzo acredita que esse é um dos elementos a ser considerado, como já ocorreu na eleição do polonês Karol Josef Wojtyla.

'Temos o papa João Paulo 2º. A personalidade dele é grandíssima, mas ele veio de um país profundamente católico. Esse também foi um elemento, eu imagino, que foi considerado', disse ele.

Após o funeral de João Paulo 2º, o conclave (assembléia de cardeais que elege o papa) irá se reunir. Fazem parte do conclave 184 cardeais. Entretanto, não votam 64 -- os mais idosos (com 80 anos ou mais)-- restando, portanto, 120.

Segundo o arcebispo, a decisão ficará por conta do Espírito Santo. 'Ele é o protagonista da eleição do papa', disse ele.

D. Lorenzo também afirmou que o próximo papa dará a sua contribuição para o seu tempo.

'Toda a igreja está rezando a partir de hoje para o descanso do papa atual, mas ao mesmo tempo já começa a oração para que o Senhor dê uma luz para que possam [os cardeais eleitores] escolher a pessoa apropriada.'

Para d. Lorenzo, João Paulo 2º, durante o seu pontificado de 26 anos --o terceiro maior da história--, deu a sua contribuição para a história.'

'O papa é a figura que soube unificar as diferenças, os contrates.'

O arcebispo evitou comentar o papel do novo papa em temas como o uso de contraceptivos e da camisinha --João Paulo 2º era contra.

'Esses temas serão desenvolvidos em um tempo oportuno. Quando forem abordados em circunstâncias concretas', disse.

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