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04/04/2005 - 14h37

Estilo de João Paulo 2º deixa pistas para escolha do novo papa

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da Folha Online

O mundo inteiro espera por qualquer sinal que esboce quem será o novo papa. Segundo reportagem do jornal italiano "La Repubblica", é possível ter alguns indícios sobre os rumos da escolha do próximo líder da Igreja Católica. "A igreja não está pronta para um papa americano", disse ao jornal o cardeal Theodore Mc Carrick, de Washington.

A partir do trabalho desempenhado por João Paulo 2º, é possível traçar algumas características necessárias ao novo sumo pontífice: humanidade, simpatia, experiência em lidar paróquias e dioceses --requisitos fundamentais. Não há nenhum funcionário da Cúria que não tenha a mesma percepção, diz o jornal.

A igreja também demonstra sinais de que vai manter a "linha-dura" na escolha do novo papa. O cardeal alemão Joseph Ratzinger, um dos colaboradores mais próximos de João Paulo 2º, tem criticado a escolha dos religiosos do clero, e defende que a seleção seja feita de forma mais "dura".

Ratzinger sempre afirmou que João Paulo 2º era "um grande testemunho da fé". Isso quer dizer que o papa fez uma defesa intransigente da identidade cristã, o que certamente será um ponto controverso no próximo conclave --reunião de cardeais para definir um novo papa.

Sinagoga

O próximo líder da Igreja Católica também deverá continuar o trabalho de João Paulo 2º, o de aproximação de outras religiões. O cardeal Carlo Maria Martini, arcebispo de Milão, lembrou que João Paulo 2º foi "o primeiro papa em 2.000 anos de história a entrar oficialmente, com respeito e amor, em uma sinagoga".

Segundo o "La Repubblica", há um pensamento bastante difundido entre os cardeais eleitores, de que o próximo papa deve saber falar com seus fiéis, utilizando um discurso moderno, que possa atingir a todos os católicos.

O arcebispo de Tegucigalpa (Honduras), Oscar Andrés Rodríguez Maradiaga, disse ao "La Repubblica" que o próximo papa deverá enfrentar os novos desafios da igreja: "globalização, avanço da pobreza e biogenética". A postura do novo papa frente a questões ainda muito controversas --até mesmo dentro da própria igreja-- também deve pesar na hora da escolha.

Brasileiro

O empenho social é também um "quesito obrigatório" para todos os candidatos. O arcebispo emérito de Manila (Filipinas), cardeal Jaime Sin, disse ao "La repubblica" que João Paulo 2º sempre "buscou a justiça e promoveu a dignidade das pessoas."

O teólogo brasileiro Leonardo Boff, uma das lideranças da Teologia da Libertação, disse "não acreditar que um cardeal ligado diretamente ao Vaticano" possa ser o modelo de "padre amável" que foi João Paulo 2º.

A maioria dos religiosos concorda que será difícil haver outro papado caracterizado pelo "testemunho da esperança, amizade, e dignidade à vida humana", como foi o de João Paulo 2º.

De qualquer forma, o cardeal brasileiro dom Cláudio Hummes tem sido citado freqüentemente pela mídia internacional como um dos possíveis sucessores de João Paulo 2º.

Dom Cláudio não está hoje entre os mais influentes da cúpula da Igreja Católica, mas representaria uma renovação conveniente neste momento para a instituição pelo ineditismo da escolha de um latino-americano. A região concentra praticamente a metade dos católicos do mundo.

Com agências internacionais

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