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07/04/2005 - 14h34

Freiras recusam "carteirada" e prometem sofrer na fila para ver o papa

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RICARDO FELTRIN
Enviado especial da Folha Online a Roma

Enquanto centenas de milhares de fiéis esperavam até 12 horas para dar adeus a João Paulo 2º, muitos padres, freiras e até seminaristas que moram em Roma usavam um expediente extra-oficial para "furar" a fila: bastava aguardarem a chegada de algum bispo em uma entrada lateral da basílica de São Pedro e ter acesso ao local onde está o corpo. Eles entravam então com os bispos. Padres e seminaristas que possuem a carteira do Vicariato de Roma, no entanto, também podem entrar pela porta da Aula Paulo 6º.

A prática disseminada entre os religiosos de Roma, no entanto, não foi seguida por pelo menos uma ordem católica: as 150 freiras da congregação Filhas Pobres de São José de Calazans fizeram uma promessa coletiva e decidiram que nenhuma delas "furaria" a fila. Ou seja, todas que quisessem se despedir de João Paulo 2º, teriam de enfrentar o martírio das longas horas de pé na fila. A ordem cuida de crianças carentes.

"É uma decisão que tomamos sem ninguém pedir. Várias tiveram a mesma idéia. Temos que estar lá no meio do povo e passando as mesmas coisas que o povo está tendo de provar antes de ver o papa", disse a irmã Rosa Mota, 38, brasileira de Salvador.

Segundo Rosa, a presença das Figlie Povere di San Giuseppe Calasanzio (nome da ordem em italiano) no meio das filas também poderia servir de conforto e força para os demais fiéis.

"Se alguma das irmãs estiver doente e não puder cumprir isso, ou mesmo se alguma quiser mudar de idéia, não vamos fazer nada. Cada uma é dona de sua consciência, mas acho realmente que nenhuma vai capitular", disse.

Rosa chegou a Roma em 2003 e faz parte do grupo de freiras que toma conta de 54 crianças carentes, abandonadas ou órfãs assistidas pelas irmãs.

Protetor dos estudantes

Conhecido como o "protetor dos estudantes, são José de Calazans nasceu na Espanha em 1557 e morreu em 1648. Diplomado em Direito, ordenou-se padre com 26 anos e começou a dar aulas para crianças carentes, impedidas de freqüentar as escolas que eram pagas.

Alguns anos depois, Calazans foi transferido para Roma e lá fundou a primeira escola gratuita da Itália. Calazans e mais outros padres prontificaram-se para o trabalho e logo encheram as salas de aulas com crianças trazidas das ruas, segundo o site "Meu Santo".

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