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13/09/2000 - 08h07

Bush é acusado de fazer propaganda subliminar

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da Folha de S.Paulo
do "The New York Times"

À primeira vista, o anúncio de TV da campanha do Partido Republicano à presidência sobre prescrição de remédios parece uma propaganda negativa comum. O narrador começa elogiando a proposta do candidato do partido, George W. Bush, e criticando o plano de Al Gore, candidato do Partido Democrata.

Fragmentos da frase "burocratas decidem" - ridicularizando a proposta de Gore - começam então a dançar na tela. Mas então, observando com atenção, é possível ver outra coisa.

A palavra "rats" (ratos), fragmento da palavra "bureaucrats" (burocratas) aparece rapidamente em um quadro. E embora a imagem dure apenas 1/30 de segundo, a palavra aparece em grandes letras brancas, maiores que qualquer outra no anúncio.

Alex Castellanos, que produziu o anúncio de 30 segundos, afirma que o uso da palavra foi "acidental". "Não jogamos desta forma. Não sou tão esperto", diz.

Mas vários publicitários republicanos e democratas, assim como acadêmicos independentes, disseram que o fato indica uma tentativa subliminar dos republicanos para desacreditar Gore.

Após ser avisado sobre a palavra, o consultor-chefe de mídia de Bush, Mark McKinnon, disse que o anúncio deveria ser corrigido porque ele "certamente pode dar aos repórteres ou a qualquer outro razão para chamar a atenção".

Mas, após rever o anúncio, ele mudou seus comentários. "Ratos não é uma mensagem", disse. "Plano ruim ou aposentados perdem poderiam ser. Mas ratos? Acabei de ver o anúncio cinco vezes seguidas. Por mais que observasse, não pude ver ratos."

Quase todos os profissionais de propaganda entrevistados disseram que, pela forma como os vídeos são montados quadro a quadro, seria virtualmente impossível que os produtores não soubessem que a palavra estava aparecendo. "Não existe a possibilidade de que Alex Castellanos tenha feito alguma coisa por acidente", disse Greg Stevens, um veterano publicitário republicano.

Ray Strother, presidente da Associação Americana de Consultores Políticos e um antigo publicitário democrata, disse: "Quando você está em uma campanha presidencial, você deve ficar muito, muito atento a todos os quadros de sua propaganda. Você fica observando até as palavras que aparecem no boné de beisebol que as pessoas estão usando".

Bobby Baker, chefe do escritório de programação política na Comissão Federal de Comunicações, disse que, se a palavra foi inserida deliberadamente, refletiria um "comportamento inconsequente". Ele diz que a comissão não veta propaganda subliminar, mas afirma que "há recomendações indicando que ela é inerentemente enganosa e contrária ao interesse público".

O partido gastou cerca de US$ 2,5 milhões (cerca de R$ 4,6 milhões) no anúncio, que ainda está sendo veiculado em 33 Estados. Ao todo, o anúncio foi ao ar cerca de 4.000 vezes.


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