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10/04/2005
-
11h17
da France Presse, no Vaticano
Pela primeira vez em mais de 26 anos, a praça de São Pedro permaneceu silenciosa este domingo, dois dias depois da missa fúnebre e enterro do papa João Paulo 2º.
Apesar do silêncio estar estipulado para os períodos de "sede vacante", ou seja, durante a transição entre a morte de um papa e a eleição de outro, centenas de fiéis e turistas se aproximaram da esplanada vaticana nesta manhã fria e chuvosa para ouvir o Angelus de meio-dia.
"Estamos esperando", explicam Alberto e Mariana, um jovem casal de Isernia, na região central italiana de Molise, olhando com insistência para a janela fechada do aposento papal no Palácio Apostólico, a qual João Paulo 2º apareceu a cada domingo desde o início de seu pontificado em outubro de 1978.
Em todos esses anos, a benção não foi apresentada pelo papa em duas ocasiões: a primeira no dia 27 de fevereiro, três dias depois de ter sido submetido a uma traqueostomia, e a segunda no domingo passado, dia seguinte a sua morte. Nas duas oportunidades, o arcebispo argentino Leonardo Sandri leu uma mensagem em seu nome.
Ao ser informado de que desta vez não haveria oração nem mensagem, Alberto afirma: "É uma pena, mas na verdade nós viemos prestar uma homenagem ao papa. Havíamos prometido vir neste domingo".
O casal permanece abraçado sob seu guarda-chuva em meio à praça semi-vazia, onde a chuva apagou as velas dos altares improvisados e destruiu os desenhos, fotos e mensagens. Uma delas diz em italiano, com as letras já meio apagadas, "Adeus, Grande Karol".
"Sinto muita nostalgia. Falta algo", explica com tristeza Manuel, um mexicano de Guanajuato que chegou a Roma na quarta-feira com sua esposa Elizabeth de lua-de-mel. Desde então, além de assistir o funeral em um telão no Coliseu, compareceram várias vezes ao Vaticano.
Este domingo entraram na fila para entrar na basílica de São Pedro. A espera máxima era de 20 minutos, o que não é praticamente nada em comparação às 20 horas que muitos peregrinos tiveram que suportar durante os quatro dias em que o corpo de João Paulo 2º esteve exposto ao público.
Muitos acreditam que conseguirão visitar a cripta onde está enterrado o corpo do primeiro papa polonês da história, que gozou de uma veneração sem precedentes em todo o mundo.
"A cripta abrirá na próxima semana", responde pela enésima vez um policial posicionado perto do detector de metais. Ele explica que a cúpula da basílica e os museus vaticanos também permanecerão fechados até nova ordem.
"Voltaremos à tarde para a missa", diz Bonnie Zagora, una jovem polonesa que veio especialmente a Roma com sua mãe, Danuta, de Chicago (Estados Unidos), onde ambas vivem há muitos anos, para homenagear o homem que "aboliu o comunismo".
"Era um santo e espero que seja canonizado rapidamente", afirma, reiterando o desejo manifestado por centenas de milhares de católicos em todo o mundo desde a morte do popular papa aos 84 anos, após uma longa agonia.
Num momento em que a comoção provocada por sua morte ainda não foi totalmente compreendida e a uma semana do início do conclave que elegerá o novo papa, o sentimento entre a maioria dos fiéis é o de que será muito difícil substituir João Paulo 2º.
"O novo papa não nos fará esquecer João Paulo 2º, o papa de todos os jovens, o papa de todo o mundo", explica Francesca Dileonforte, uma jovem siciliana de 23 anos.
"Acabarei gostando do próximo, mas este será para sempre meu papa".
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Praça de São Pedro vive domingo silencioso pela 1ª vez em 26 anos
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Pela primeira vez em mais de 26 anos, a praça de São Pedro permaneceu silenciosa este domingo, dois dias depois da missa fúnebre e enterro do papa João Paulo 2º.
Apesar do silêncio estar estipulado para os períodos de "sede vacante", ou seja, durante a transição entre a morte de um papa e a eleição de outro, centenas de fiéis e turistas se aproximaram da esplanada vaticana nesta manhã fria e chuvosa para ouvir o Angelus de meio-dia.
"Estamos esperando", explicam Alberto e Mariana, um jovem casal de Isernia, na região central italiana de Molise, olhando com insistência para a janela fechada do aposento papal no Palácio Apostólico, a qual João Paulo 2º apareceu a cada domingo desde o início de seu pontificado em outubro de 1978.
Em todos esses anos, a benção não foi apresentada pelo papa em duas ocasiões: a primeira no dia 27 de fevereiro, três dias depois de ter sido submetido a uma traqueostomia, e a segunda no domingo passado, dia seguinte a sua morte. Nas duas oportunidades, o arcebispo argentino Leonardo Sandri leu uma mensagem em seu nome.
Ao ser informado de que desta vez não haveria oração nem mensagem, Alberto afirma: "É uma pena, mas na verdade nós viemos prestar uma homenagem ao papa. Havíamos prometido vir neste domingo".
O casal permanece abraçado sob seu guarda-chuva em meio à praça semi-vazia, onde a chuva apagou as velas dos altares improvisados e destruiu os desenhos, fotos e mensagens. Uma delas diz em italiano, com as letras já meio apagadas, "Adeus, Grande Karol".
"Sinto muita nostalgia. Falta algo", explica com tristeza Manuel, um mexicano de Guanajuato que chegou a Roma na quarta-feira com sua esposa Elizabeth de lua-de-mel. Desde então, além de assistir o funeral em um telão no Coliseu, compareceram várias vezes ao Vaticano.
Este domingo entraram na fila para entrar na basílica de São Pedro. A espera máxima era de 20 minutos, o que não é praticamente nada em comparação às 20 horas que muitos peregrinos tiveram que suportar durante os quatro dias em que o corpo de João Paulo 2º esteve exposto ao público.
Muitos acreditam que conseguirão visitar a cripta onde está enterrado o corpo do primeiro papa polonês da história, que gozou de uma veneração sem precedentes em todo o mundo.
"A cripta abrirá na próxima semana", responde pela enésima vez um policial posicionado perto do detector de metais. Ele explica que a cúpula da basílica e os museus vaticanos também permanecerão fechados até nova ordem.
"Voltaremos à tarde para a missa", diz Bonnie Zagora, una jovem polonesa que veio especialmente a Roma com sua mãe, Danuta, de Chicago (Estados Unidos), onde ambas vivem há muitos anos, para homenagear o homem que "aboliu o comunismo".
"Era um santo e espero que seja canonizado rapidamente", afirma, reiterando o desejo manifestado por centenas de milhares de católicos em todo o mundo desde a morte do popular papa aos 84 anos, após uma longa agonia.
Num momento em que a comoção provocada por sua morte ainda não foi totalmente compreendida e a uma semana do início do conclave que elegerá o novo papa, o sentimento entre a maioria dos fiéis é o de que será muito difícil substituir João Paulo 2º.
"O novo papa não nos fará esquecer João Paulo 2º, o papa de todos os jovens, o papa de todo o mundo", explica Francesca Dileonforte, uma jovem siciliana de 23 anos.
"Acabarei gostando do próximo, mas este será para sempre meu papa".
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