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14/04/2005 - 10h29

Ratzinger pode enfrentar bloqueio durante conclave, diz jornal

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da Folha Online

O cardeal italiano Carlo Maria Martini pode ser o grande adversário do alemão Joseph Ratzinger, considerado "herdeiro direto" das idéias de João Paulo 2º, durante a realização do conclave para a escolha do novo papa, que começa na próxima segunda-feira (18).

Segundo o jornal "El Mundo", muitos cardeais, sobretudo os de origem americana e alemã, estão combinando votos a favor do cardeal Martini, a fim de impedir que Ratzinger seja eleito.

Martini e Ratzinger são as duas faces da herança do pontificado de João Paulo 2º. O primeiro representa a radicalidade evangélica e a proximidade às demais religiões. Além disso, é reformista, e defende a contracepção e a ordenação de mulheres.

Já o segundo personifica o rigor doutrinal e a tradição eclesiástica. Ultraconservador, é um dos mais poderosos do Vaticano, e dirige a Congregação para a Doutrina da Fé, órgão ortodoxo, antigo Tribunal da Inquisição.

Capacidade de gestão

O jornal "La Repubblica" afirma nesta quinta-feira que nenhum cardeal americano ou alemão vai apoiar a candidatura de Ratzinger, por "sua pouca capacidade de gestão". Os prelados americanos e alemães, segundo o jornal, temem que o cardeal seja fraco, e deixe todo o poder nas mãos da Cúria Romana. Por essa mesma razão esse grupo de cardeais também estaria contra a eleição de um candidato sul-americano.

Luigi Accatoli, um dos vaticanistas do jornal italiano "Corriere della Sera" publicou nesta quarta-feira que os dois cardeais podem obter o mesmo número de votos na primeira votação, obrigando os eleitores a mudar de candidatos.

Mas, os cardeais do grupo que apóiam Ratzinger podem, também, tentar eleger os cardeais Camillo Ruini (italiano), Christoph Schönborn (austríaco), ou Angelo Scola (italiano), mudando totalmente de direção.

Já o grupo favorável a Martini poderia dar apoio a algum candidato sul-americano, para o italiano Dionigi Tettamanzi ou o português José da Cruz Policarpo.

Nesta quarta-feira, a mídia italiana informou que Ratzinger já teria entre 40 e 50 votos assegurados durante o conclave. Mas, segundo o "La Repubblica", essa seria uma razão que contribuiria ao crescimento da oposição contra o alemão.

Alguns cardeais estão contra Ratzinger porque "a idéia de um papa de transição denota uma falta de coragem e levaria [a igreja] a um estancamento, como nos últimos cinco anos de pontificado, mas sem a intuição nem os gestos de João Paulo 2º", publicou o "La Repubblica", citando uma fonte do Vaticano.

Segundo o "Corriere della Sera", Ratzinger havia confessado a alguns amigos que não deseja ser eleito, assim como Martini, que também afirmou não desejar o cargo. O cardeal italiano também não deve indicar um candidato favorito.

Com agências internacionais

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