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23/04/2005
-
09h19
da Folha Online
O papa Bento 16 teve neste sábado seu primeiro encontro com a imprensa, no qual agradeceu pelo trabalho dos jornalistas nos últimos dias e manifestou a intenção de dar continuidade ao que chamou de um "frutífero diálogo" [referindo-se ao contato entre a igreja e a mídia].
Numa breve intervenção, depois da qual não houve lugar para perguntas, o sumo pontífice falou em italiano, inglês, francês e alemão, mas não pronunciou uma só palavra em espanhol, apesar do grande peso da comunidade hispânica na Igreja Católica.
"Desejo continuar este diálogo frutífero e compartilho a idéia de João Paulo 2º de que o desenvolvimento atual da comunicação social impulsiona a igreja a uma revisão pastoral e cultural, permitindo-lhe enfrentar o mundo em que vivemos", declarou.
Bento 16 foi recebido com aplausos pelos cerca de 4.000 profissionais de comunicação e visitantes, que conseguiram entrar na sala da audiência.
Em seu breve discurso, Bento 16 citou seu antecessor, recordou o conclave na capela Sistina e pediu, surpreendendo, que fosse rezado um Pai Nosso em italiano.
O papa foi interrompido diversas vezes por aplausos e, após pequenas pausas, retomou a sua fala. O discurso demorou cerca de dez minutos.
Missa
O encontro entre o papa e a imprensa ocorre um dia antes da missa inaugural que Bento 16 celebrará neste domingo, na basílica de São Pedro, às 10h (5h de Brasília).
A cidade de Roma se prepara para receber ao menos 500 mil peregrinos e delegações oficiais do mundo inteiro, inclusive a da Alemanha, terra natal do novo papa, para a missa que marcará o início do pontificado de Bento 16.
A exemplo dos funerais de João Paulo 2º, as autoridades municipais criaram um dispositivo especial de segurança e de transporte para que a capital não entre em colapso.
Segundo os cálculos das autoridades locais, meio milhão de peregrinos, 100 mil deles alemães, chegarão à cidade para assistir à primeira missa do novo papa: o alemão Joseph Ratzinger, 78, eleito nesta terça-feira após um curto conclave. O padre George Ratzinger, irmão do novo papa, 81, deve participar da primeira missa pública do sumo pontífice.
Delegações
Entre as representações se destaca a importante delegação da Alemanha, que será encabeçada pelo chanceler Gerhard Schröder e o presidente Horst Köhler e que também incluirá o irmão mais velho do sumo pontífice, Georg Ratzinger.
Também viajarão a Roma os reis da Espanha, Juan Carlos e Sofia, e os presidentes Álvaro Uribe (Colômbia), Nicanor Duarte (Paraguai) e Elías Antonio Saca (El Salvador), além do vice-presidente americano, Dick Cheney.
Como havia prometido, o presidente argentino Néstor Kirchner, que não participou dos funerais de João Paulo 2º, irá a Roma em uma tentativa de normalizar suas relações com o Vaticano, abaladas pela exoneração por parte do governo do bispo militar Antonio Baseotto, que fez fortes declarações contra um ministro.
No entanto, a presença das delegações oficiais será muito menor que durante os funerais de João Paulo 2º. O novo papa receberá todas as delegações após a cerimônia.
Esta missa marcará oficialmente o início do pontificado de Bento 16, que receberá na cerimônia dois dos sinais visíveis de um papa: o pálio, uma faixa [estola] de lã branca, decorada de duas pontas pretas, que cai sobre os ombros e se sustenta com uma agulha de ouro, e o Anel de Pescador, que representa São Pedro.
Surpresa
As autoridades de segurança não descartam que Bento 16 decida surpreender os fiéis passeando entre a multidão ao final da missa.
Depois da experiência dos funerais de João Paulo 2º, no dia 8 de abril, as autoridades romanas organizaram um dispositivo de segurança idêntico nos aeroportos, estações de trem e ônibus.
O espaço aéreo sobre a capital permanecerá fechado e o aeroporto civil e militar de Ciampino não receberá vôos regulares nem sábado (23) nem domingo (24), para facilitar o pouso de aeronaves oficiais.
Um avião radar Awacs, caças e helicópteros patrulharão o céu da cidade. Um total de 7.000 agentes das forças de segurança será mobilizado e 2.000 voluntários ajudarão a conduzir os peregrinos até a praça São Pedro, oferecendo água e servindo de intérprete.
Oito postos médicos, 60 ambulâncias, uma centena de médicos e entre 200 e 300 enfermeiras também estarão posicionados para ajudar os fiéis.
Como aconteceu nos funerais de João Paulo 2º, as pessoas poderão presenciar a missa em telões gigantes instalados em diversos pontos da cidade.
Com France Presse
Especial
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Papa agradece trabalho da imprensa em encontro no Vaticano
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O papa Bento 16 teve neste sábado seu primeiro encontro com a imprensa, no qual agradeceu pelo trabalho dos jornalistas nos últimos dias e manifestou a intenção de dar continuidade ao que chamou de um "frutífero diálogo" [referindo-se ao contato entre a igreja e a mídia].
Numa breve intervenção, depois da qual não houve lugar para perguntas, o sumo pontífice falou em italiano, inglês, francês e alemão, mas não pronunciou uma só palavra em espanhol, apesar do grande peso da comunidade hispânica na Igreja Católica.
AP |
Papa Bento 16 fala a jornalistas durante encontro no Vaticano neste sábado |
Bento 16 foi recebido com aplausos pelos cerca de 4.000 profissionais de comunicação e visitantes, que conseguiram entrar na sala da audiência.
Em seu breve discurso, Bento 16 citou seu antecessor, recordou o conclave na capela Sistina e pediu, surpreendendo, que fosse rezado um Pai Nosso em italiano.
O papa foi interrompido diversas vezes por aplausos e, após pequenas pausas, retomou a sua fala. O discurso demorou cerca de dez minutos.
Missa
O encontro entre o papa e a imprensa ocorre um dia antes da missa inaugural que Bento 16 celebrará neste domingo, na basílica de São Pedro, às 10h (5h de Brasília).
A cidade de Roma se prepara para receber ao menos 500 mil peregrinos e delegações oficiais do mundo inteiro, inclusive a da Alemanha, terra natal do novo papa, para a missa que marcará o início do pontificado de Bento 16.
A exemplo dos funerais de João Paulo 2º, as autoridades municipais criaram um dispositivo especial de segurança e de transporte para que a capital não entre em colapso.
Segundo os cálculos das autoridades locais, meio milhão de peregrinos, 100 mil deles alemães, chegarão à cidade para assistir à primeira missa do novo papa: o alemão Joseph Ratzinger, 78, eleito nesta terça-feira após um curto conclave. O padre George Ratzinger, irmão do novo papa, 81, deve participar da primeira missa pública do sumo pontífice.
Delegações
Entre as representações se destaca a importante delegação da Alemanha, que será encabeçada pelo chanceler Gerhard Schröder e o presidente Horst Köhler e que também incluirá o irmão mais velho do sumo pontífice, Georg Ratzinger.
23.abr.2005/Reuters |
Georg Ratzinger, 81, irmão do papa Bento 16 |
Como havia prometido, o presidente argentino Néstor Kirchner, que não participou dos funerais de João Paulo 2º, irá a Roma em uma tentativa de normalizar suas relações com o Vaticano, abaladas pela exoneração por parte do governo do bispo militar Antonio Baseotto, que fez fortes declarações contra um ministro.
No entanto, a presença das delegações oficiais será muito menor que durante os funerais de João Paulo 2º. O novo papa receberá todas as delegações após a cerimônia.
Esta missa marcará oficialmente o início do pontificado de Bento 16, que receberá na cerimônia dois dos sinais visíveis de um papa: o pálio, uma faixa [estola] de lã branca, decorada de duas pontas pretas, que cai sobre os ombros e se sustenta com uma agulha de ouro, e o Anel de Pescador, que representa São Pedro.
Surpresa
As autoridades de segurança não descartam que Bento 16 decida surpreender os fiéis passeando entre a multidão ao final da missa.
Depois da experiência dos funerais de João Paulo 2º, no dia 8 de abril, as autoridades romanas organizaram um dispositivo de segurança idêntico nos aeroportos, estações de trem e ônibus.
O espaço aéreo sobre a capital permanecerá fechado e o aeroporto civil e militar de Ciampino não receberá vôos regulares nem sábado (23) nem domingo (24), para facilitar o pouso de aeronaves oficiais.
Um avião radar Awacs, caças e helicópteros patrulharão o céu da cidade. Um total de 7.000 agentes das forças de segurança será mobilizado e 2.000 voluntários ajudarão a conduzir os peregrinos até a praça São Pedro, oferecendo água e servindo de intérprete.
Oito postos médicos, 60 ambulâncias, uma centena de médicos e entre 200 e 300 enfermeiras também estarão posicionados para ajudar os fiéis.
Como aconteceu nos funerais de João Paulo 2º, as pessoas poderão presenciar a missa em telões gigantes instalados em diversos pontos da cidade.
Com France Presse
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