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17/05/2005 - 09h05

Caso do "homem do piano" intriga europeus

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da Folha de S.Paulo

O mistério está comovendo desde ontem parte da Europa. O personagem tem entre 20 e 30 anos, cabelos loiros, olhos castanhos e 1m83 de altura. Foi encontrado em 7 de abril numa estrada britânica, à beira-mar.

Estava encharcado dentro de um terno preto e uma camisa de traje a rigor. Mostrava-se bastante assustado. Não pronunciou desde então uma única palavra. Mas é um grande pianista.

O "homem do piano" levou o serviço britânico de pessoas desaparecidas a publicar sua fotografia e interpelar salas de concerto européias que eventualmente já o tenham contratado.

Centenas de ligações telefônicas tentaram dar alguma pista, mas nenhuma foi até agora conclusiva, disse Ramanah Venkiah, diretor do hospital psiquiátrico em que o músico está internado.

Ele continua a expressar muito medo. Fez há dias a lápis um desenho perfeito de um piano de cauda. Não se separa de folhas de pentagramas manuscritas.

Acreditava-se que ele tivesse sido atirado de um transatlântico ao largo do litoral britânico, já que o encontraram na ilha de Sheppey, na região de Kent.

Estaria mudo porque não compreende o inglês, pensaram os médicos e os policiais. Trouxeram-lhe sem sucesso intérpretes de letão, polonês e lituano.

Suas aptidões musicais foram descobertas ao acaso, diz Michael Camp, assistente social de um hospital em Gillingham que por mais tempo o acompanhou. Havia no local um piano. O misterioso personagem sentou-se no banquinho e tocou sem parar por uma hora e meia.

Nenhum musicólogo ainda o ouviu. Os médicos e enfermeiros acreditam, no entanto, que ele produz música erudita desconhecida e de grande qualidade. Talvez seja o compositor.

Camp também deu detalhes que aprofundam o enigma. As roupas que o "homem do piano" vestia tinham um corte bastante refinado. Mas suas etiquetas haviam sido arrancadas. Impossível saber em que país ele as comprou. Ele não trazia dinheiro nem documentos de identidade.

Com o tempo a polícia também abandonou a hipótese de ele ter-se apresentado em alguma récita na região ou de ter perdido a razão depois do sepultamento de alguma pessoa querida. Locais de concertos e familiares de mortos recentes foram interrogados, mas tudo até agora em vão.

É até possível que ele tenha simulado a mudez e distúrbios psíquicos como forma de ganhar publicidade e reiniciar sua carreira como celebridade. Mas não é o que pensam os psiquiatras.

Karen Dorey-Rees, psiquiatra e também diretora do serviço público de saúde mental da região de Kent Oeste, diz estar ciente "de que é alguém bastante frágil, e estaríamos colocando em risco sua vida caso lhe déssemos alta e o deixássemos ir embora", disse ela ao jornal "Independent".

Com agências internacionais

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