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10/06/2005 - 19h24

Papa Bento 16 defende abstinência para combater Aids na África

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da Folha Online

O papa Bento 16 afirmou nesta sexta-feira a bispos africanos que a abstinência sexual é o único "modo seguro" de deter a proliferação da Aids no continente.

11.mai.2005/Reuters
O papa Bento 16, no Vaticano
"É de grande preocupação que a fábrica da vida africana, sua fonte de esperança e estabilidade, esteja ameaçada pelo divórcio, pelo aborto, pela prostituição, pelo tráfico humano e pela mentalidade contraceptiva, que contribuem para uma ruptura da moral sexual", disse Bento 16.

O papa se reuniu com bispos da África do Sul, Botswana, Suazilândia, Namíbia e Lesoto. Desde 19 de abril, quando assumiu o papado, Bento 16 já havia se encontrado com bispos de Burundi e da Ruanda. No entanto, foi a primeira vez que falou sobre a questão da epidemia de Aids no continente.

No mês passado, o papa disse ao presidente sul-africano, Thabo Mbeki, que a igreja tem a responsabilidade de promover os valores morais.

Bento 16 afirmou ainda que se solidariza com a preocupação dos bispos devido à proliferação da doença e que reza "por todos aqueles cujas vidas foram interrompidas por essa cruel epidemia".

Epidemia

A região do sub-Saara, na África, reúne mais de 60% dos 40 milhões de pessoas infectadas pelo HIV em todo o mundo.

Em março, um estudo da ONU (Organização das Nações Unidas) previu que mais de 80 milhões de africanos devem morrer de Aids até 2025 e que as infecções podem superar a marca dos 90 milhões-- ou 10% de toda a população do continente-- caso não se ampliem os programas de prevenção e o acesso aos medicamentos e ao controle do HIV.

A África do Sul tem o maior número de pessoas infectadas pela Aids no mundo --estima-se que entre 600 e mil pessoas morrem todos os dias no país devido à doença.

"Eu peço que vocês continuem com os esforços para lutar contra este vírus que não só mata como ameaça seriamente a estabilidade social e econômica do continente", disse o papa.

Preservativos

A oposição do Vaticano ao uso de preservativos vem sendo intensamente criticada, já que o uso é visto como um modo seguro e importante de conter a proliferação da Aids. O papa não tocou diretamente neste tema na reunião.

No entanto, disse que "a Igreja Católica sempre esteve à frente da prevenção e do tratamento desta doença" e que "os ensinamentos tradicionais da igreja são o único modo seguro de se prevenir contra a proliferação da Aids".

Por essa razão, disse o papa, a fidelidade no casamento e "a segurança que a castidade traz" devem estar sempre presentes nas vidas dos fiéis, especialmente nas dos jovens.

O papa tocou em outra questão delicada quando afirmou que os padres devem seguir seus votos de celibato.

"Um mundo cheio de tentações precisa de padres totalmente dedicados às suas missões", afirmou Bento 16. O papa disse ainda que os bispos devem "selecionar muito bem os candidatos a padres", para que o celibato "nunca se torne um fardo".

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