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04/07/2005
-
12h38
da Folha Online
A revista norte-americana "Newsweek" afirma em sua edição deste domingo que a fonte secreta do repórter Matthew Cooper [que enfrenta processo judicial por se recusar a revelar o nome de seus informantes] é Karl Rove --considerado por diversos analistas o homem mais influente da cena política dos EUA.
O nome de Rove aparece em e-mails enviados pelo jornalista da revista "Time" a seu editor, Norman Pearlstine.
Nos e-mails, Cooper diz que o assessor do governo de George W. Bush foi uma das fontes que revelaram a ação de uma agente da CIA (inteligência dos Estados Unidos) que espionava um embaixador americano. A "Newsweek" cita como fontes de informação "advogados que trabalham no caso".
O suposto caso de espionagem começou há dois anos, quando vários meios de comunicação americanos publicaram reportagens dizendo que Valerie Plame, mulher do ex-embaixador americano Joseph Wilson, era agente da CIA.
Wilson foi enviado à Nigéria para investigar supostas compras de urânio feitas pelo Iraque e era muito crítico em relação aos argumentos apresentados pelo governo dos EUA para invadir o Iraque.
O ex-embaixador chegou a afirmar que a revelação da identidade de sua mulher seria uma represália a sua posição em relação ao conflito.
As informações sobre a identidade da suposta espiã teriam sido repassadas a Cooper e também à jornalista do "New York Times" Judith Miller. Ambos se negam a revelar as suas fontes. Na última quinta-feira (30), o editor da revista "Time" entregou o material de Cooper à polícia na tentativa de livrar o jornalista do processo judicial.
Nos EUA, revelar a identidade de um agente secreto é um delito federal, pelo qual a pessoa que passou a informação aos jornalistas pode ser processada judicialmente.
Advogados
O advogado do subsecretário dos EUA, Robert Luskin, afirmou à "Time" que seu cliente "nunca revelou a jornalistas nenhuma informação secreta" e que "não disse a nenhum jornalista que Valerie Plame [suposta agente] trabalhava para a CIA". O advogado confirmou que Rove chegou a ser entrevistado por Cooper, mas não revelou o teor da entrevista.
Os primeiros relatos sobre a suposta ligação de Plame com a CIA apareceram em 2003, na coluna do jornalista Robert Novak, publicada em dezenas de jornais americanos, onde ele escreveu que Wilson só foi à Nigéria por sugestão de sua mulher, identificada como uma agente. A informação sobre Plame foi corroborada depois pelos dois repórteres da revista e do jornal.
Não se sabe se Novak, o primeiro a revelar o caso, cooperou com a Justiça e, se ele fez isso, por que o caso teve seguir adiante.
Na época, o porta-voz da Casa Branca, Scott McClellan, considerou "totalmente ridículo" o suposto envolvimento de Rove na divulgação de informações secretas, e disse ter conversado com o subsecretário e mais três funcionários do governo, que negaram envolvimento no escândalo.
Com agências internacionais
Especial
Leia o que já foi publicado sobre Robert Novak
Leia o que já foi publicado sobre Karl Rove
Assessor de Bush seria fonte de repórter da "Time"
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A revista norte-americana "Newsweek" afirma em sua edição deste domingo que a fonte secreta do repórter Matthew Cooper [que enfrenta processo judicial por se recusar a revelar o nome de seus informantes] é Karl Rove --considerado por diversos analistas o homem mais influente da cena política dos EUA.
O nome de Rove aparece em e-mails enviados pelo jornalista da revista "Time" a seu editor, Norman Pearlstine.
Nos e-mails, Cooper diz que o assessor do governo de George W. Bush foi uma das fontes que revelaram a ação de uma agente da CIA (inteligência dos Estados Unidos) que espionava um embaixador americano. A "Newsweek" cita como fontes de informação "advogados que trabalham no caso".
O suposto caso de espionagem começou há dois anos, quando vários meios de comunicação americanos publicaram reportagens dizendo que Valerie Plame, mulher do ex-embaixador americano Joseph Wilson, era agente da CIA.
Wilson foi enviado à Nigéria para investigar supostas compras de urânio feitas pelo Iraque e era muito crítico em relação aos argumentos apresentados pelo governo dos EUA para invadir o Iraque.
O ex-embaixador chegou a afirmar que a revelação da identidade de sua mulher seria uma represália a sua posição em relação ao conflito.
As informações sobre a identidade da suposta espiã teriam sido repassadas a Cooper e também à jornalista do "New York Times" Judith Miller. Ambos se negam a revelar as suas fontes. Na última quinta-feira (30), o editor da revista "Time" entregou o material de Cooper à polícia na tentativa de livrar o jornalista do processo judicial.
Nos EUA, revelar a identidade de um agente secreto é um delito federal, pelo qual a pessoa que passou a informação aos jornalistas pode ser processada judicialmente.
Advogados
O advogado do subsecretário dos EUA, Robert Luskin, afirmou à "Time" que seu cliente "nunca revelou a jornalistas nenhuma informação secreta" e que "não disse a nenhum jornalista que Valerie Plame [suposta agente] trabalhava para a CIA". O advogado confirmou que Rove chegou a ser entrevistado por Cooper, mas não revelou o teor da entrevista.
Os primeiros relatos sobre a suposta ligação de Plame com a CIA apareceram em 2003, na coluna do jornalista Robert Novak, publicada em dezenas de jornais americanos, onde ele escreveu que Wilson só foi à Nigéria por sugestão de sua mulher, identificada como uma agente. A informação sobre Plame foi corroborada depois pelos dois repórteres da revista e do jornal.
Não se sabe se Novak, o primeiro a revelar o caso, cooperou com a Justiça e, se ele fez isso, por que o caso teve seguir adiante.
Na época, o porta-voz da Casa Branca, Scott McClellan, considerou "totalmente ridículo" o suposto envolvimento de Rove na divulgação de informações secretas, e disse ter conversado com o subsecretário e mais três funcionários do governo, que negaram envolvimento no escândalo.
Com agências internacionais
Especial
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