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24/07/2005
-
21h04
da Folha Online
O comissário-chefe da polícia britânica, Ian Blair, lamentou a morte do brasileiro Jean Charles de Menezes, 27, morto por engano ao ser confundido com um terrorista, mas afirmou que a política de "atirar para matar" vai continuar a ser utilizada no combate ao terrorismo.
"Nós lamentamos profundamente esta tragédia mas precisamos ir em frente com as investigações, que estão progredindo extraordinariamente bem", afirmou Ian Blair.
"A polícia metropolitana assume totalmente a responsabilidade por isso. À família, só posso expressar meus mais profundos sentimentos", acrescentou o chefe de polícia.
No entanto, Blair defendeu a atitude dos agentes de "atirar para matar". "Não faz sentido atirar contra o peito de alguém neste caso, já que os explosivos poderiam estar escondidos justamente nesta parte do corpo e seriam detonados", disse ele, que também afirmou que nada muda na política da polícia.
Morte
Menezes, que era natural de Gonzaga, Minas Gerais, tinha deixado seu apartamento na rua Scotia, próxima à estação de metrô de Stockwell, no sul de Londres, onde vivia há cerca de quatro meses com duas primas, e tomado o ônibus para a estação de metrô.
Policiais vigiavam o condomínio em que o brasileiro morava, onde haviam revistado um dos apartamentos. Menezes estava sendo seguido por agentes à paisana quando desceu do ônibus perto do metrô.
De acordo com a polícia, seu comportamento e as roupas pesadas de inverno que usava, que poderiam esconder explosivos, levantaram suspeitas.
Policiais seguiram Menezes dentro da estação e pediram que ele parasse. Segundo testemunhas, o brasileiro correu para dentro do vagão de um dos trens, onde policiais o mataram com cinco tiros na cabeça.
Não ficou claro por que o brasileiro, que falava inglês, desobedeceu às ordens policiais.
Família
A família do brasileiro agora aguarda a liberação do corpo pelo governo britânico, o que só deve acontecer após o término das investigações.
A mineira Leide Menezes de Figueiredo, 17, disse esperar que o corpo do primo volte para o Brasil em até 15 dias. "Nossos primos em Londres estão resolvendo", afirma.
Alex Pereira, primo de Jean que mora em Londres, disse que pretende repatriar o corpo "o mais rápido possível".
Ontem, Vivian Menezes, que morava com Jean em Londres, se disse "indignada" e afirmou que as informações fornecidas pela polícia sobre o caso "deixam muito a desejar", apesar do apoio prestado. "Meu primo foi vítima da incompetência, da injustiça. Ele era completamente inocente", afirmou.
Segundo familiares e amigos, o brasileiro tinha visto de residência de cinco anos.
Itamaraty
Em um comunicado divulgado neste sábado, o Itamaraty afirmou que o governo brasileiro está "chocado e perplexo" com a morte de Menezes.
Nesta segunda-feira, o ministro das Relações Exteriores brasileiro, Celso Amorim, deve se encontrar com o colega britânico, Jack Straw, para tratar do assunto. Straw lamentou a morte de Menezes em um telefonema ao ministro brasileiro.
Segundo Amorim, o governo britânico prometeu fazer uma investigação "completa" sobre a morte do brasileiro.
Amorim disse que o governo britânico ainda não falou em indenização. "Acho que as investigações têm que preceder a qualquer ação deste tipo. Mas acho que a admissão do erro já deve implicar em alguma ação desse tipo", disse Amorim em referência à possível indenização.
Com agências internacionais
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Chefe da polícia britânica defende política de "atirar para matar"
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O comissário-chefe da polícia britânica, Ian Blair, lamentou a morte do brasileiro Jean Charles de Menezes, 27, morto por engano ao ser confundido com um terrorista, mas afirmou que a política de "atirar para matar" vai continuar a ser utilizada no combate ao terrorismo.
"Nós lamentamos profundamente esta tragédia mas precisamos ir em frente com as investigações, que estão progredindo extraordinariamente bem", afirmou Ian Blair.
"A polícia metropolitana assume totalmente a responsabilidade por isso. À família, só posso expressar meus mais profundos sentimentos", acrescentou o chefe de polícia.
No entanto, Blair defendeu a atitude dos agentes de "atirar para matar". "Não faz sentido atirar contra o peito de alguém neste caso, já que os explosivos poderiam estar escondidos justamente nesta parte do corpo e seriam detonados", disse ele, que também afirmou que nada muda na política da polícia.
Morte
Menezes, que era natural de Gonzaga, Minas Gerais, tinha deixado seu apartamento na rua Scotia, próxima à estação de metrô de Stockwell, no sul de Londres, onde vivia há cerca de quatro meses com duas primas, e tomado o ônibus para a estação de metrô.
Acervo pessoal |
Jean Charles de Menezes, morto pela polícia britânica |
De acordo com a polícia, seu comportamento e as roupas pesadas de inverno que usava, que poderiam esconder explosivos, levantaram suspeitas.
Policiais seguiram Menezes dentro da estação e pediram que ele parasse. Segundo testemunhas, o brasileiro correu para dentro do vagão de um dos trens, onde policiais o mataram com cinco tiros na cabeça.
Não ficou claro por que o brasileiro, que falava inglês, desobedeceu às ordens policiais.
Família
A família do brasileiro agora aguarda a liberação do corpo pelo governo britânico, o que só deve acontecer após o término das investigações.
A mineira Leide Menezes de Figueiredo, 17, disse esperar que o corpo do primo volte para o Brasil em até 15 dias. "Nossos primos em Londres estão resolvendo", afirma.
Alex Pereira, primo de Jean que mora em Londres, disse que pretende repatriar o corpo "o mais rápido possível".
Ontem, Vivian Menezes, que morava com Jean em Londres, se disse "indignada" e afirmou que as informações fornecidas pela polícia sobre o caso "deixam muito a desejar", apesar do apoio prestado. "Meu primo foi vítima da incompetência, da injustiça. Ele era completamente inocente", afirmou.
Segundo familiares e amigos, o brasileiro tinha visto de residência de cinco anos.
Itamaraty
Em um comunicado divulgado neste sábado, o Itamaraty afirmou que o governo brasileiro está "chocado e perplexo" com a morte de Menezes.
Nesta segunda-feira, o ministro das Relações Exteriores brasileiro, Celso Amorim, deve se encontrar com o colega britânico, Jack Straw, para tratar do assunto. Straw lamentou a morte de Menezes em um telefonema ao ministro brasileiro.
Segundo Amorim, o governo britânico prometeu fazer uma investigação "completa" sobre a morte do brasileiro.
Amorim disse que o governo britânico ainda não falou em indenização. "Acho que as investigações têm que preceder a qualquer ação deste tipo. Mas acho que a admissão do erro já deve implicar em alguma ação desse tipo", disse Amorim em referência à possível indenização.
Com agências internacionais
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