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27/07/2005 - 11h16

Iraque quer "retirada rápida" de soldados dos EUA do país

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da Folha Online

O primeiro-ministro iraquiano, Ibrahim al Jaafari, afirmou nesta quarta-feira que as autoridades no Iraque querem uma "retirada rápida" dos soldados americanos do país, o que pode começar a acontecer dentro de um ano, segundo o alto comando militar dos Estados Unidos no Iraque.

A declaração de Al Jaafari foi realizada durante uma coletiva de imprensa que contou com a participação do secretário americano da Defesa, Donald Rumsfeld, que fez uma visita de surpresa a capital iraquiana, Bagdá, nesta quarta-feira.

Al Jaafari afirmou que o momento de planejar uma transição coordenada do comando militar do país aos iraquianos "já chegou".

Logo após as declarações, o general George Casey, principal comandante americano no Iraque, disse acreditar que uma retirada dos soldados americanos do Iraque pode começar ainda no primeiro semestre de 2006, "se o progresso político continuar e a insurgência não se expandir".

Questionado sobre quando ocorrer uma retirada americana do Iraque, Rumsfeld se negou a dar uma data exata.

Retirada

Para que o contigente de soldados americanos possa sair do Iraque, é preciso aplicar um treinamento nas forças de segurança iraquianas, além de formular um plano coordenado de transição, afirmou Al Jaafari.

"Não queremos ser surpreendidos com uma retirada desligada de nosso planejamento", disse o primeiro-ministro iraquiano.

Mas as previsões feitas por Casey estão ligadas diretamente à atividade dos rebeldes no país, que, segundo os próprios militares americanos, não mostra nenhum sinal de diminuição.

Segundo o comando militar americano no Iraque, o Exército do país tem 77 mil soldados, e esse número deve chegar a 85 mil até dezembro deste ano. Atualmente, 94 mil policiais fazem o trabalho de patrulhamento no país, e há previsão de que a polícia tenha, até o fim deste ano, 145 mil oficiais.

A organização responsável pelo treinamento e equipamento das forças de segurança iraquianas é o Comando Multinacional de Transição de Segurança, comandado pelo general David Petraeus, que deve ser substituído em breve pelo general Martin Dempsey, que já comandou, durante mais de um ano, a 1º Divisão Armada do Exército americano em território iraquiano.

Os esforços em criar uma força de segurança no Iraque que seja efetiva contra os ataques insurgentes tem sido atrasada por vários problemas. Um deles é relacionado à desintegração do antigo Exército iraquiano logo após a chegada dos americanos, em março de 2003. Especialistas dizem que essa foi a pior decisão tomada pelo então administrador americano no Iraque, Paul Bremer.

Outro problema é a infiltração de insurgentes nas forças de segurança, segundo relatório do Pentágono divulgado ao Congresso americano na semana passada.

Rumsfeld disse que os líderes iraquianos "precisam realizar uma ação mais agressiva" contra a infiltração de militantes islâmicos sírios e iranianos em território iraquiano.

Governo

O governo permanente do Iraque deve assumir o poder em janeiro de 2006, após a adoção de uma nova Constituição, que deve ocorrer em dezembro deste ano.

Mas é possível que esse planejamento seja atrasado. A comissão de parlamentares iraquianos responsável pela criação de uma nova Constituição afirmou nesta quarta-feira que o processo poderá se prolongar por até seis meses. O anúncio sobre o prolongamento do prazo deverá ser feito na próxima segunda-feira (1º de agosto), prazo máximo que os deputados têm para declarar a mudança de datas.

A entrega da Constituição em 15 de agosto é um pré-requisito para que o governo iraquiano cumpra a resolução 1546 da ONU, que estipula que um novo gabinete deve entrar no governo de transição [que ocupa atualmente o governo] em 31 de dezembro de 2005.

Com agências internacionais

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