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28/07/2005
-
09h48
da Folha Online
O IRA [Exército Republicano Irlandês, guerrilha católica], anunciou nesta quinta-feira que vai abandonar sua "campanha armada" e continuar o processo de desarmamento, o que deve ajudar a retomada do processo de paz na Irlanda do Norte. Declarou também que deve prosseguir com sua luta pela unificação da região com a República da Irlanda pela "via política".
Com a decisão, o grupo põe fim a mais de 30 anos de violência, que deixaram ao menos 3.600 mortos.
"A direção do IRA ordenou formalmente o fim de sua campanha armada, que deve ser iniciado às 16h (12h de Brasília). Todas as unidades do IRA devem depor as armas. Os membros [do grupo] receberam instruções para ajudar no desenvolvimento de programas puramente políticos e democráticos, em termos pacíficos", diz o comunicado.
Apesar do anúncio, o grupo não vai se dissolver. Essa é uma das demandas dos unionistas protestantes, que defendem a continuidade da união da Irlanda do Norte com o Reino Unido, ao contrário do Sinn Fein, partido político que representa a minoria católica da Irlanda do Norte, --e sustenta o IRA como seu braço armado-- que quer que a região seja integrada à Irlanda, onde o catolicismo é predominante.
A organização também pede a seus militantes que mantenham como objetivo a reunificação da Irlanda e o fim da autoridade britânica sobre a Irlanda do Norte, mas unicamente por meios políticos.
Protestantes
Uma das discussões entre os católicos e protestantes é sobre a formação de um governo misto para a região do Ulster [como também é conhecida a Irlanda do Norte], discussão suspensa em 2002, após a deflagração de um suposto caso de espionagem realizado pelo IRA sobre o governo britânico.
Houve uma tentativa de retomada dessas negociações no final do ano passado, o que acabou sendo minado pela recusa do IRA em permitir que o desarme do grupo fosse registrado publicamente.
Líderes protestantes, entretanto, disseram que irão esperar vários meses para "testar" se a ação tomada pelo IRA será "verdadeira". O grupo deveria ter obedecido a um desarmamento total em 2000, como parte do acordo de Sexta-Feira Santa, realizado em 1998, mas não iniciou o processo até o fim de 2001, e o interrompeu em 2003.
Especialistas em segurança dizem que o IRA detém boa parte de seu arsenal escondido em depósitos na Irlanda. Na década de 80, o grupo recebeu mais de 130 toneladas de armas da Líbia, e a polícia diz que o grupo continua a contrabandear armas mais modernas para dentro da Irlanda e da Irlanda do Norte.
Libertação
As especulações sobre o fim da luta armada do IRA cresceram na noite desta quarta-feira, quando o governo britânico libertou da prisão um dos membros do IRA acusado de vários ataques terroristas, Sean Kelly, que cumpria a pena de prisão perpétua pela morte de nove civis, com uma bomba colocada dentro de uma loja de Belfast, em 1993.
O grupo levou quase quatro meses para responder ao pedido do líder do Sinn Fein, Gerry Adams, que havia pedido ao IRA para deixar a luta armada e integrar a discussão política.
No início deste ano, o Sinn Fein e o IRA passavam por uma crise interna desencadeada pelo suposto assassinato por um membro do grupo, de um católico da Irlanda do Norte, Robert McCartney, em 30 de janeiro passado.
Com agências internacionais
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Com a decisão, o grupo põe fim a mais de 30 anos de violência, que deixaram ao menos 3.600 mortos.
"A direção do IRA ordenou formalmente o fim de sua campanha armada, que deve ser iniciado às 16h (12h de Brasília). Todas as unidades do IRA devem depor as armas. Os membros [do grupo] receberam instruções para ajudar no desenvolvimento de programas puramente políticos e democráticos, em termos pacíficos", diz o comunicado.
Apesar do anúncio, o grupo não vai se dissolver. Essa é uma das demandas dos unionistas protestantes, que defendem a continuidade da união da Irlanda do Norte com o Reino Unido, ao contrário do Sinn Fein, partido político que representa a minoria católica da Irlanda do Norte, --e sustenta o IRA como seu braço armado-- que quer que a região seja integrada à Irlanda, onde o catolicismo é predominante.
A organização também pede a seus militantes que mantenham como objetivo a reunificação da Irlanda e o fim da autoridade britânica sobre a Irlanda do Norte, mas unicamente por meios políticos.
Protestantes
Uma das discussões entre os católicos e protestantes é sobre a formação de um governo misto para a região do Ulster [como também é conhecida a Irlanda do Norte], discussão suspensa em 2002, após a deflagração de um suposto caso de espionagem realizado pelo IRA sobre o governo britânico.
Houve uma tentativa de retomada dessas negociações no final do ano passado, o que acabou sendo minado pela recusa do IRA em permitir que o desarme do grupo fosse registrado publicamente.
Líderes protestantes, entretanto, disseram que irão esperar vários meses para "testar" se a ação tomada pelo IRA será "verdadeira". O grupo deveria ter obedecido a um desarmamento total em 2000, como parte do acordo de Sexta-Feira Santa, realizado em 1998, mas não iniciou o processo até o fim de 2001, e o interrompeu em 2003.
Especialistas em segurança dizem que o IRA detém boa parte de seu arsenal escondido em depósitos na Irlanda. Na década de 80, o grupo recebeu mais de 130 toneladas de armas da Líbia, e a polícia diz que o grupo continua a contrabandear armas mais modernas para dentro da Irlanda e da Irlanda do Norte.
Libertação
As especulações sobre o fim da luta armada do IRA cresceram na noite desta quarta-feira, quando o governo britânico libertou da prisão um dos membros do IRA acusado de vários ataques terroristas, Sean Kelly, que cumpria a pena de prisão perpétua pela morte de nove civis, com uma bomba colocada dentro de uma loja de Belfast, em 1993.
O grupo levou quase quatro meses para responder ao pedido do líder do Sinn Fein, Gerry Adams, que havia pedido ao IRA para deixar a luta armada e integrar a discussão política.
No início deste ano, o Sinn Fein e o IRA passavam por uma crise interna desencadeada pelo suposto assassinato por um membro do grupo, de um católico da Irlanda do Norte, Robert McCartney, em 30 de janeiro passado.
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