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25/08/2005
-
21h00
SHIN OLIVA SUZUKI
da Folha Online
Para Herbert Koeneke, professor de ciência política da Universidade Simón Bolívar de Caracas, em entrevista à Folha Online, por telefone, as declarações do pastor norte-americano Pat Robertson foram ao encontro da teoria advogada por Hugo Chávez de que existe uma conspiração para matá-lo.
Segundo Koeneke, 57, "[as palavras de Robertson] só reforçam um ponto de vista que já foi muito utilizado pelo governo venezuelano para desacreditar [o presidente norte-americano] George W. Bush e a oposição do país, já que o porta-voz do governo diz que há setores da oposição que estão unidos em uma espécie de conspiração para levar Chávez à morte".
Na última segunda-feira (22), o líder evangélico afirmou em seu programa de TV, "The 700 Club", que era mais barato matar Chávez do que iniciar uma guerra.
"Não sei sobre essa doutrina de assassinato [em referência às acusações de Chávez de que Washington já planejou o assassinato do venezuelano], mas se ele pensa que estamos querendo assassiná-lo, acho que deveríamos ir em frente e fazê-lo. É muito mais barato que lançar uma guerra", disse na ocasião.
Dois dias depois, Robertson recuou, e disse que foi mal-interpretado e que quis dizer que Chávez deveria ser "derrubado" do poder. Por meio do seu Departamento de Estado, os EUA declararam que "Pat Robertson é um cidadão comum e que suas opiniões não representam a política dos Estados Unidos".
O professor Koeneke afirma que as críticas da oposição venezuelana às palavras do religioso estão centradas no fato de representarem uma intromissão externa em assuntos internos do país.
Chávez x EUA
Os confrontos entre Chávez e os Estados Unidos recrudesceram desde o frustrado golpe de Estado em 2002 que tentou derrubá-lo do poder e empossar Pedro Carmona, então presidente da Fedecámaras, organização empresarial do país. O governo norte-americano tardou para condenar o ocorrido, e Chávez afirmou que os oposicionistas haviam recebido auxílio dos Estados Unidos.
Neste ano, um integrante do Departamento de Defesa norte-americano, Roger Pardo-Maurer, disse que "Chávez é um problema porque está claramente usando sua influência e o dinheiro do petróleo para introduzir seu estilo conflituoso na política de outros países".
O professor da Universidade Simón Bolívar de Caracas diz que a postura contrária do presidente venezuelano aos EUA vem de longa data. "Desde a época em que Chávez era um jovem cadete, ele já se mostrava antiianque. E agora, qualquer coisa que venha dos EUA, ainda mais de um pregador evangélico com força midiática, será utilizado para dizer que a liderança norte-americana não é algo positiva".
Herbert Koeneke também ressalta que a falta de coordenação entre as forças de oposição, que se encontram bastante enfraquecidas, e a recente eleição para a Fedecámaras de um presidente simpático a Chávez, favorecerá o desempenho do governo nas próximas eleições, para o Congresso Nacional em dezembro deste ano e nas eleições presidenciais no ano que vem.
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da Folha Online
Para Herbert Koeneke, professor de ciência política da Universidade Simón Bolívar de Caracas, em entrevista à Folha Online, por telefone, as declarações do pastor norte-americano Pat Robertson foram ao encontro da teoria advogada por Hugo Chávez de que existe uma conspiração para matá-lo.
Segundo Koeneke, 57, "[as palavras de Robertson] só reforçam um ponto de vista que já foi muito utilizado pelo governo venezuelano para desacreditar [o presidente norte-americano] George W. Bush e a oposição do país, já que o porta-voz do governo diz que há setores da oposição que estão unidos em uma espécie de conspiração para levar Chávez à morte".
Na última segunda-feira (22), o líder evangélico afirmou em seu programa de TV, "The 700 Club", que era mais barato matar Chávez do que iniciar uma guerra.
"Não sei sobre essa doutrina de assassinato [em referência às acusações de Chávez de que Washington já planejou o assassinato do venezuelano], mas se ele pensa que estamos querendo assassiná-lo, acho que deveríamos ir em frente e fazê-lo. É muito mais barato que lançar uma guerra", disse na ocasião.
Dois dias depois, Robertson recuou, e disse que foi mal-interpretado e que quis dizer que Chávez deveria ser "derrubado" do poder. Por meio do seu Departamento de Estado, os EUA declararam que "Pat Robertson é um cidadão comum e que suas opiniões não representam a política dos Estados Unidos".
O professor Koeneke afirma que as críticas da oposição venezuelana às palavras do religioso estão centradas no fato de representarem uma intromissão externa em assuntos internos do país.
Chávez x EUA
Os confrontos entre Chávez e os Estados Unidos recrudesceram desde o frustrado golpe de Estado em 2002 que tentou derrubá-lo do poder e empossar Pedro Carmona, então presidente da Fedecámaras, organização empresarial do país. O governo norte-americano tardou para condenar o ocorrido, e Chávez afirmou que os oposicionistas haviam recebido auxílio dos Estados Unidos.
Neste ano, um integrante do Departamento de Defesa norte-americano, Roger Pardo-Maurer, disse que "Chávez é um problema porque está claramente usando sua influência e o dinheiro do petróleo para introduzir seu estilo conflituoso na política de outros países".
O professor da Universidade Simón Bolívar de Caracas diz que a postura contrária do presidente venezuelano aos EUA vem de longa data. "Desde a época em que Chávez era um jovem cadete, ele já se mostrava antiianque. E agora, qualquer coisa que venha dos EUA, ainda mais de um pregador evangélico com força midiática, será utilizado para dizer que a liderança norte-americana não é algo positiva".
Herbert Koeneke também ressalta que a falta de coordenação entre as forças de oposição, que se encontram bastante enfraquecidas, e a recente eleição para a Fedecámaras de um presidente simpático a Chávez, favorecerá o desempenho do governo nas próximas eleições, para o Congresso Nacional em dezembro deste ano e nas eleições presidenciais no ano que vem.
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