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29/08/2005 - 09h33

Furacão chega à Louisiana com ventos de 233 km/h

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da Folha Online

O furacão Katrina, o pior dos Estados Unidos nos últimos 13 anos, chegou nesta segunda-feira à Louisiana com ventos de até 233 km/h. Há perspectiva de o fenômeno provocar uma gigantesca tempestade na região, segundo o Centro Nacional de Furacões, em Miami. O furacão se move em direção ao continente a uma velocidade de 24 km/h.

A velocidade dos ventos deixou Vieux Carré --um dos bairros mais antigos e pitorescos de Nova Orleans no chamado "quarteirão francês"-- às escuras, depois que fios de alta tensão, que alimentam a parte sul de Nova Orleans, foram arrancados.

Até o momento, a chegada do Katrina causou a morte de três pessoas, todos idosos que viviam em um asilo em Nova Orleans. Eles morreram neste domingo durante o trabalho de remoção de pessoas para áreas seguras.

Nesta segunda-feira, o furacão se deslocou levemente a leste antes de chegar em Grand Isle, ilha na costa da Louisiana. A pequena mudança pode significar que os ventos mais fortes do furacão fiquem distantes de Nova Orleans, uma das principais cidades do Estado que está na rota do fenômeno. Mas isso não significa que a cidade não será afetada.

O Katrina ganhou força neste domingo e levou pânico ao sul do país. O preço do barril de petróleo disparou nesta segunda-feira, passando dos US$ 70 pela primeira vez, por causa da chegada do furacão Katrina à região do golfo do México.

Essa região é crucial para a infra-estrutura de produção de energia nos Estados Unidos. Lá também ficam plataformas de produção de petróleo, terminais de importação, redes de oleodutos e diversas refinarias.

AP
Imagem de satélite mostra movimentação do furacão Katrina, que deve afetar os EUA hoje
Nesta segunda-feira, no mercado em Cingapura, os contratos para entrega futura de petróleo subiram US$ 5, chegando a US$ 70,80, depois caíram para US$ 69,93.

O furacão ganhou força neste domingo e atingiu a categoria 5 na escala Saffir-Simpson --a mais severa de todas, mas recuou e agora está na categoria 4 [que pode causar grandes danos em regiões habitadas]. O último furacão de categoria 5 a atingir os EUA foi o Andrew, em 1992, que devastou a Flórida e matou 26 pessoas.

As previsões indicam que o Katrina pode causar em Nova Orleans, cidade abaixo do nível do mar, inundações de até 7,6 metros, o que deixaria boa parte da cidade submersa.

Retirada

Centenas de milhares de pessoas deixaram a cidade de Nova Orleans, no Estado americano da Louisiana, antes da chegada do furacão Katrina ao local nesta segunda-feira.

Os moradores da região seguiram os pedidos do prefeito da cidade, Ray Nagin, e foram para locais mais altos.

Nova Orleans está em uma depressão geográfica, a dois metros abaixo do nível do mar. Segundo o prefeito, há o temor de enchentes com as chuvas após a passagem do furacão.

Rick Wilking/Reuters
Carros deixam a cidade de Nova Orleans, na Lousiana
Neste domingo, milhares de pessoas formaram filas nas portas dos abrigos disponibilizados em Nova Orleans ou deixaram a cidade, causando congestionamentos nas estradas.

A prefeitura disponibilizou dez abrigos para receber os moradores e turistas que não têm como deixar o município, incluindo o estádio Superdome Arena, com capacidade para quase 70 mil pessoas e altura de 82 metros, equivalente a 27 andares.

Os hotéis situados a uma distância de até 240 quilômetros ao norte de Nova Orleans já estão cheios. Os estabelecimentos comerciais e a maioria das casas foram fechadas.

Segundo o prefeito, o furacão Katrina pode danificar os diques que protegem Nova Orleans das águas do lago Pontchartian e do rio Mississippi.

Com a divulgação de que o Katrina havia se tornado mais forte, companhias de seguro deram início a projeções sobre os custos de sua passagem pela Louisiana.

A Eqecat Inc., que utiliza sistemas informatizados em seus cálculos, chegou a valores entre US$ 15 bilhões a US$ 30 bilhões --R$ 36 bilhões a R$ 72 bilhões.

Pior dos furacões

O furacão Katrina chegou à categoria cinco na escala Saffir-Simpson --o mais alto grau. Apenas três furacões que atingiram os Estados Unidos alcançaram essa marca.

O presidente George W. Bush declarou estado de emergência no Mississippi na manhã deste domingo, após fazer declaração semelhante em relação à Louisiana.

O prefeito de Nova Orleans pediu que as pessoas que forem aos refúgios levem comida e bebidas para vários dias, assim como cobertores e cadeiras, como se fossem acampar. Nagin advertiu que será um lugar incômodo, por isso pediu que as pessoas que puderem saiam da cidade.

O chefe da polícia do município, Eddie Compass, disse que provavelmente será estabelecido um toque de recolher a qualquer momento, e colocarão policiais nas lojas para evitar saques.

As conseqüências do furacão podem ser devastadoras na economia da Louisiana, que ocupa a 42ª posição entre 50 Estados norte-americanos em relação à renda da população. A economia do Estado cresceu 2%, menos da metade do crescimento da nação como um todo.

Outras regiões

Até agora, o furacão já deixou nove mortos na Flórida. Uma pessoa morreu e outra está desaparecida devido às fortes chuvas que caíram nas regiões norte e central da Nicarágua como resultado da passagem do Katrina.

A imprensa da Nicarágua informou neste domingo que, apesar da distância, o furacão atingiu o país pela extensão de suas nuvens e chuvas.

No México, as autoridades declararam alerta neste domingo em três Estados da península de Yucatán. São esperadas na região chuvas muitos fortes, ventos e ondas de três a quatro metros, segundo a Defesa Civil local.

Com agências internacionais

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