Publicidade
Publicidade
19/09/2005
-
17h57
da Folha Online
O chanceler social-democrata Gerhard Schröder e sua rival Angela Merkel disputam o poder na Alemanha após a divulgação dos resultados oficiais parciais das eleições legislativas, realizadas neste domingo.
De acordo com os resultados, a candidata da União Democrata Cristã (CDU), ficou apenas um ponto à frente do Partido Social Democrata (SPD) do atual líder de governo. Nenhum dos dois conseguiu obter maioria absoluta no Parlamento.
Após a disputa acirrada, Merkel -- que a imprensa alemã considera a grande perdedora das eleições-- reafirmou nesta segunda-feira, pouco antes de uma reunião com seu partido, suas palavras de domingo: "Somos o maior grupo parlamentar e, como tal, temos uma missão governamental clara."
Nesta terça-feira, ela se apresentará à reeleição como presidente do grupo parlamentar conservador --uma forma de medir o apoio do qual dispõe.
Já Schröder falou nesta segunda-feira, pouco antes de uma reunião da direção do SPD, do "êxito" obtido no pleito. Tanto o atual chanceler --que pediu a antecipação das eleições após sofrer um revés nas eleições regionais, em maio-- quanto Merkel afirmavam ter a intenção de aprofundar as reformas no país.
Crise
No entanto, a paralisia política agora ameaça a Alemanha --um país imerso em uma crise econômica e social.
Longe da formação rápida de um governo sólido com uma maioria estável, o país -- peça importante da União Européia (UE)-- parece estar à beira de uma crise governamental, que pode durar semanas ou meses.
O presidente da Comissão Européia, José Manuel Barroso, pediu nesta segunda-feira para que os líderes alemães formem um "governo estável o mais rápido possível", já que, para ele, a recuperação econômica da Europa depende da estabilização política alemã.
"Eu espero que, assim que possível, um governo estável se forme na Alemanha", afirmou Barroso. "O país é o motor europeu: sem uma Alemanha dinâmica, a Europa não pode se recuperar."
Angela Merkel afirmou, após a reunião de seu partido, que não tem "preferência" em relação à coalizão que pretende formar para governar.
A dirigente da CDU disse ainda que o SPD deve reconhecer que a coalizão entre seu partido e a CSU obtiveram um melhor resultado --com 225 deputados contra 222 para o SPD.
No entanto, o SPD conta separadamente as cadeiras ocupadas pela CDU e pela CSU, afirmando assim que obteve a vitória.
Acordo
O presidente do SPD, Franz Muntefering, anunciou que fez um convite formal aos dirigentes da CDU/CSU, do Partido Democrático Liberal (LDP) e do Partido Verde para uma tentativa de acordo.
Segundo ele, há três condições para que se chegue a um consenso: que o SPD governe, que Schröder continue sendo chanceler e que os pontos essenciais do programa do SPD sejam implementados.
Os dois partidos reclamam a direção do governo, o que torna mais difícil a formação de uma grande coalizão entre ambos. No entanto, diversos jornais alemães defendem essa medida com a melhor solução --inclusive se nem Schröder nem Merkel ocuparem a Chancelaria.
De acordo com o jornal regional Westfalische Nachrichten, não se pode excluir uma grande coalizão, mas "sem Schröder nem Merkel". A idéia também é defendida pelo diário berlinense Taz: "A única solução é que os dois candidatos à Chancelaria se retirem", afirma o jornal.
Resultados
O resultado provisório das eleições legislativas alemãs --o distrito de Dresden deve realizar o pleito apenas em 2 de outubro próximo, devido a morte de uma candidata, e só então o processo será encerrado-- aponta para uma vitória da União Democrata Cristã (CDU), liderada por Angela Merkel, por 35,2% dos votos, menos de um ponto de vantagem à frente de seu principal opositor, o Partido Social Democrata (SPD), comandado pelo atual chanceler Gerhard Schröder, que obteve 34,3% dos votos.
Na prática, isso significa que o partido de Merkel conseguiu 225 cadeiras no Bundestag [Parlamento alemão], contra 222 assentos obtidos pelo SPD. Nesse próximo mandato, fruto das eleições realizadas neste domingo, o Legislativo alemão deverá ter 613 cadeiras [o mínimo são 598, mas o número acaba flutuando para que a proporcionalidade seja garantida]. Para que um partido tenha a maioria no Parlamento, é preciso eleger, ao menos, 307 representantes.
O Partido Liberal, de Guido Westerwelle, obteve 61 assentos no Parlamento (9,8% dos votos), O Partido Verde ficou com 51 cadeiras (8,1%) e o Partido da Esquerda teve 54 assentos, com 8,7% dos votos.
Aproximadamente 77,7% dos quase 67 milhões dos cidadãos alemães que poderiam exercer o direito do voto foram às urnas neste domingo.
Com agências internacionais
Especial
Enquete: quem será o próximo chanceler alemão?
Leia o que já foi publicado sobre Gerhard Schröder
Leia o que já foi publicado sobre Angela Merkel
Leia cobertura completa sobre as eleições na Alemanha
Leia o que já foi publicado sobre as eleições legislativas alemãs
Após pleito acirrado, Merkel e Schröder disputam poder na Alemanha
Publicidade
O chanceler social-democrata Gerhard Schröder e sua rival Angela Merkel disputam o poder na Alemanha após a divulgação dos resultados oficiais parciais das eleições legislativas, realizadas neste domingo.
De acordo com os resultados, a candidata da União Democrata Cristã (CDU), ficou apenas um ponto à frente do Partido Social Democrata (SPD) do atual líder de governo. Nenhum dos dois conseguiu obter maioria absoluta no Parlamento.
Após a disputa acirrada, Merkel -- que a imprensa alemã considera a grande perdedora das eleições-- reafirmou nesta segunda-feira, pouco antes de uma reunião com seu partido, suas palavras de domingo: "Somos o maior grupo parlamentar e, como tal, temos uma missão governamental clara."
Nesta terça-feira, ela se apresentará à reeleição como presidente do grupo parlamentar conservador --uma forma de medir o apoio do qual dispõe.
Já Schröder falou nesta segunda-feira, pouco antes de uma reunião da direção do SPD, do "êxito" obtido no pleito. Tanto o atual chanceler --que pediu a antecipação das eleições após sofrer um revés nas eleições regionais, em maio-- quanto Merkel afirmavam ter a intenção de aprofundar as reformas no país.
Crise
No entanto, a paralisia política agora ameaça a Alemanha --um país imerso em uma crise econômica e social.
Longe da formação rápida de um governo sólido com uma maioria estável, o país -- peça importante da União Européia (UE)-- parece estar à beira de uma crise governamental, que pode durar semanas ou meses.
O presidente da Comissão Européia, José Manuel Barroso, pediu nesta segunda-feira para que os líderes alemães formem um "governo estável o mais rápido possível", já que, para ele, a recuperação econômica da Europa depende da estabilização política alemã.
"Eu espero que, assim que possível, um governo estável se forme na Alemanha", afirmou Barroso. "O país é o motor europeu: sem uma Alemanha dinâmica, a Europa não pode se recuperar."
Angela Merkel afirmou, após a reunião de seu partido, que não tem "preferência" em relação à coalizão que pretende formar para governar.
A dirigente da CDU disse ainda que o SPD deve reconhecer que a coalizão entre seu partido e a CSU obtiveram um melhor resultado --com 225 deputados contra 222 para o SPD.
No entanto, o SPD conta separadamente as cadeiras ocupadas pela CDU e pela CSU, afirmando assim que obteve a vitória.
Acordo
O presidente do SPD, Franz Muntefering, anunciou que fez um convite formal aos dirigentes da CDU/CSU, do Partido Democrático Liberal (LDP) e do Partido Verde para uma tentativa de acordo.
Segundo ele, há três condições para que se chegue a um consenso: que o SPD governe, que Schröder continue sendo chanceler e que os pontos essenciais do programa do SPD sejam implementados.
Os dois partidos reclamam a direção do governo, o que torna mais difícil a formação de uma grande coalizão entre ambos. No entanto, diversos jornais alemães defendem essa medida com a melhor solução --inclusive se nem Schröder nem Merkel ocuparem a Chancelaria.
De acordo com o jornal regional Westfalische Nachrichten, não se pode excluir uma grande coalizão, mas "sem Schröder nem Merkel". A idéia também é defendida pelo diário berlinense Taz: "A única solução é que os dois candidatos à Chancelaria se retirem", afirma o jornal.
Resultados
O resultado provisório das eleições legislativas alemãs --o distrito de Dresden deve realizar o pleito apenas em 2 de outubro próximo, devido a morte de uma candidata, e só então o processo será encerrado-- aponta para uma vitória da União Democrata Cristã (CDU), liderada por Angela Merkel, por 35,2% dos votos, menos de um ponto de vantagem à frente de seu principal opositor, o Partido Social Democrata (SPD), comandado pelo atual chanceler Gerhard Schröder, que obteve 34,3% dos votos.
Na prática, isso significa que o partido de Merkel conseguiu 225 cadeiras no Bundestag [Parlamento alemão], contra 222 assentos obtidos pelo SPD. Nesse próximo mandato, fruto das eleições realizadas neste domingo, o Legislativo alemão deverá ter 613 cadeiras [o mínimo são 598, mas o número acaba flutuando para que a proporcionalidade seja garantida]. Para que um partido tenha a maioria no Parlamento, é preciso eleger, ao menos, 307 representantes.
O Partido Liberal, de Guido Westerwelle, obteve 61 assentos no Parlamento (9,8% dos votos), O Partido Verde ficou com 51 cadeiras (8,1%) e o Partido da Esquerda teve 54 assentos, com 8,7% dos votos.
Aproximadamente 77,7% dos quase 67 milhões dos cidadãos alemães que poderiam exercer o direito do voto foram às urnas neste domingo.
Com agências internacionais
Especial
Publicidade
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Alvo de piadas, Barron Trump se adapta à vida de filho do presidente
- Facções terroristas recrutam jovens em campos de refugiados
- Trabalhadores impulsionam oposição do setor de tecnologia a Donald Trump
- Atentado contra Suprema Corte do Afeganistão mata 19 e fere 41
- Regime sírio enforcou até 13 mil oponentes em prisão, diz ONG
+ Comentadas
- Parlamento de Israel regulariza assentamentos ilegais na Cisjordânia
- Após difamação por foto com Merkel, refugiado sírio processa Facebook
+ EnviadasÍndice