22/09/2005 - 08h46

Furacão que pode atingir o Texas é o 3º mais forte do Atlântico

da Folha Online

O furacão Rita, que chegou à categoria 5 ontem, considerada de proporções catastróficas, deve tocar o solo do Texas na noite nesta sexta-feira ou madrugada de sábado (24), mas com menos força. O Rita já é terceiro furacão mais intenso a ser registrado no Atlântico norte.


Atualmente, o Rita possui ventos que chegam a uma velocidade de 280 km/h, mas sua categoria deve cair a 3 quando ele chegar ao Texas --o que pode ainda causar graves estragos à região.

O último furacão de grande proporção a atingir o Texas foi o Alicia, em 1983. Alicia inundou Houston, causou a formação de 22 tornados e matou 21 pessoas. Os danos causados pelo furacão de categoria 3 foi estimado em mais de US$ 2 bilhões. Em 2001, a tempestade tropical Allison inundou novamente Houston, danificando hospitais e matando 23 pessoas.

A extensão do Rita alcançou nesta quinta-feira quase 600 km, o que significa que ainda hoje algumas regiões da Costa Sul dos EUA podem começar a sentir os efeitos do fenômeno. Na manhã desta quinta-feira, o olho do furacão estava a 870 quilômetros de distância do Texas.

Retirada

A região costeira entre os Estados do Texas e Louisiana --da cidade texana de Corpus Christi até Nova Orleans (Louisiana)-- estão sob ordem de retirada, e os moradores devem sair dos locais que podem ser atingidos pelo Rita ainda nesta quinta-feira. O plano de retirada começou a ser executado ontem e, ao menos 1 milhão de pessoas deverão ser levadas para abrigos.

A cidade de Galveston --localizada em uma ilha texana do mesmo nome-- amanheceu quase vazia , nesta quinta-feira. Os mais de 60 mil moradores do local foram retirados ontem. Galveston já foi destruída por um furacão em 1900, que matou mais de 8.000 pessoas, e se tornou um dos piores desastres naturais ocorridos nos EUA.

A ilha é apenas 2,5 metros acima do nível do mar, e segundo autoridades locais, o Rita pode chegar a provocar ondas com mais de dez metros de altura. O muro que cerca a cidade tem apenas 5 metros.

Bush

Nesta quarta-feira, o presidente dos EUA, George W. Bush, afirmou estar "pronto para o pior" enquanto o furacão Rita se aproxima do Texas. Bush tenta evitar novas críticas após as censuras públicas que recebeu em relação à resposta federal ao furacão Katrina, que devastou Nova Orleans e deixou mais de mil mortos na região.

Membros do governo federal afirmaram que a administração de Bush acelerou os preparativos para o furacão Rita quando ele passou pelo golfo do México em direção ao Texas.

"Nós esperamos e rezamos para que o furacão Rita não seja uma tempestade devastadora, mas temos que estar preparados para o pior", disse.

Segundo Bush, autoridades locais, estaduais e federais trabalham de forma coordenada.

Houston

Em Houston --uma das maiores cidades texanas, que abrigou milhares de refugiados do furacão Katrina-- a operação de retirada dos moradores é especialmente delicada.

As pessoas a serem retiradas da região costeira precisam passar, obrigatoriamente, por Houston para deixar o local. Por isso, moradores podem sofrer com o tráfego intenso nesta quinta-feira.

Segundo autoridades locais, Houston pode sofrer com grandes enchentes causadas pelo Rita, devido ao fato de que a cidade está quase dois metros abaixo do nível do mar, como Nova Orleans (Louisiana) que, com a passagem do furacão Katrina pela cidade no final de agosto passado, ficou quase que inteiramente encoberta pela água.

Nova Orleans

Devastada pela passagem do Katrina, cidade de Nova Orleans se prepara para a possível passagem do Rita.

Policiais e membros da Guarda Nacional que estão na cidade auxiliando pelas buscas de vítimas do Katrina, pediram à população nesta quinta-feira para que deixe a cidade "assim que possível". Esse grupo inclui as pessoas que tinham voltado às suas casas depois que a maior parte das águas das enchentes --ocorridas após o rompimento dos diques na passagem do furacão no final de agosto-- fora drenada do local.

Mesmo que o Rita só atinja prioritariamente o Texas, fortes tempestades devem ocorrer em Nova Orleans. Por causa disso, a Corporação de Engenheiros do Exército americano começou a empilhar sacos de areia nas ruas da cidade que cercam os canais.

Com agências internacionais

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