Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
03/10/2005 - 10h04

Alemanha comemora 15 anos de reunificação

Publicidade

da Folha Online

A Alemanha comemora nesta segunda-feira os 15 anos de reunificação do país, ocorrido em 1990, após a queda do Muro de Berlim, símbolo máximo da Guerra Fria, sob um clima de pessimismo marcado pela crise econômica e política. As comemorações foram realizadas em Postdam, e contaram com a participação do presidente Horst Köhler e o chanceler Gerhard Schröder.

Jan Bauer/AP
Köhler (esq.), Thierse (centro) e Schröder (dir.) participam de ato pelos 15 anos da reunificação
Em 9 de novembro de 1989, o Muro de Berlim foi derrubado, após o crescente descontentamento da população, que se refletiu na forma de protestos contra o antigo governo comunista da Alemanha Oriental. Em 1990, os dois países finalmente se reunificaram.

"Contrariamente às expectativas e esperanças, nós sabemos 15 anos depois que o trabalho de reconstrução que tivemos alcançou apenas a metade do caminho", afirmou o presidente do Parlamento alemão, Wolfgang Thierse, durante a cerimônia.

"Descobrimos que proporcionar níveis de vida semelhantes no oeste e no leste, como querer a Constituição, requer mais esforços, paciência e tempo do que esperávamos em 1990", afirmou.

Mas "contrário a todo o pessimismo, vários objetivos já foram conquistados", disse o presidente, que é membro do Partido Social Democrata, ao qual pertence também Schröder.

Nesses 15 anos, o governo federal transferiu bilhões de euros ao leste, sob um "pacto solidário", que expira em 2020.

Várias cidades pobres e mal estruturadas da antiga Alemanha Oriental foram reformadas, e a região tem atraído vários investimentos. Ainda assim, a falta de empregos tem levado vários jovens a abandonar o lado leste da cidade.

Um dos maiores indicadores que mostram os desafios do governo alemão na integração das duas regiões é a taxa de desemprego: enquanto que, em nível nacional, há 11,2% de desempregados, na parte oriental esse número chega a 17,6%.

Pedido

Durante a cerimônia realizada nesta segunda-feira, autoridades pediram aos alemães do leste e do oeste "para que não duvidem" da unidade do país, que é o mais populoso da Europa.

"O pessimismo exagerado acaba funcionando como uma profecia", disse Matthias Plartzeck, governador do Estado de Brandenburgo, no leste.

"Nós temos que retomar o espírito, a emoção e a força que todos os alemães sentiram em 1989 e 1990 e usar isso para construir o futuro da Alemanha", afirmou o governador.

Köhler, entretanto, foi bem mais cauteloso, alertou contra as expectativas de que os moradores do leste tenham as mesmas condições de vida que os alemães do oeste.

"É uma questão de honestidade dizer às pessoas que as mesmas condições de vida não podem ser criadas em todos os lugares da Alemanha", escreveu o presidente em um artigo para o jornal "Schweriner Volkszeitung.

Mesmo após 15 anos, orientais e ocidentais ainda têm posturas políticas bastante diferentes. O Partido de Esquerda teve uma percentagem mais alta de votos no leste que no oeste, durante as eleições ocorridas em 18 de setembro último.

Vida melhor

O atrativo de uma vida melhor no oeste continua sendo a tendência predominante. Entre 1991 e 2004, os "novos Estados" do leste perderam 900 mil habitantes: 2,18 milhões que migraram para o oeste não foram compensados e, com isso, 1,28 milhão fizeram o caminho inverso.

Mesmo quando o êxodo parece ter diminuído, as forças produtivas continuam deixando o leste.

Em um total de 146 mil pessoas que saíram dos territórios da antiga Alemanha Oriental em 2004, 54% eram jovens.

A reunificação, no entanto, é maciçamente apoiada pelos alemães. Apenas 6% gostariam de ver dois Estados alemães novamente separados. No oeste, 82% das pessoas e 91% dos moradores do leste consideram positiva a reunificação, de acordo com uma pesquisa de opinião do Instituto de Pesquisas Forschungsgruppe Wahlen para rede pública de televisão ZDF.

Um estudo a respeito dos consumidores do leste, apresentado recentemente pelas editoras Bauer e Springer mostra uma aproximação nos valores e aspirações dos habitantes das duas partes da Alemanha.

Para os moradores do leste, um futuro "seguro", a independência financeira e a renda são mais preocupantes que para os alemães do oeste, para os quais essas reivindicações básicas já estão asseguradas. Estes últimos destacam o aproveitamento do tempo livre e o compromisso social.

Com agências internacionais

Leia mais
  • Brasileira diz que queda do muro era algo "impossível" aos alemães
  • Reunificação é um dos maiores fenômenos do século 20, diz professor
  • "Muro ainda existe na cabeça das pessoas", diz professor alemão

    Especial
  • Leia cobertura sobre os 15 anos da reunificação alemã
  • Leia o que já foi publicado sobre o Muro de Berlim
  •  

    Publicidade

    Publicidade

    Publicidade


    Voltar ao topo da página