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04/10/2005
-
19h44
da Folha Online
Líderes sunitas ameaçaram nesta terça-feira boicotar o referendo sobre a Constituição iraquiana --marcado para o próximo dia 15-- depois que o Parlamento aprovou novas regras para a votação.
O Parlamento iraquiano--que é composto por cerca de 150 membros xiitas contra apenas 16 sunitas-- aprovou a mudança nas regras no último domingo (2), praticamente descartando a possibilidade de que a população desaprove a Constituição no referendo.
As regras da votação previam que dois terços dos eleitores das 18 Províncias iraquianas teriam de votar "não" para que a Carta fosse vetada.
No entanto, de acordo com a nova interpretação do Parlamento, dois terços dos eleitores registrados teriam de votar "não" para que houvesse o veto, e não dois terços dos eleitores que de fato comparecerem à votação.
Com a mudança, o veto à Carta se tornaria praticamente impossível. Em uma Província de 1 milhão de eleitores registrados, por exemplo, 600 mil teriam que votar contra a Constituição para que ela fosse vetada-- independentemente de quantas pessoas fossem às urnas.
Boicote
Os líderes árabes sunitas se opõem à Constituição que será votada no referendo, enquanto os Estados Unidos querem que a Carta seja aprovada.
No entanto, um boicote sunita minaria a credibilidade da votação e prejudicaria os esforços para levar a minoria --que apóia a insurgência-- para o processo político.
"Esta mudança é uma fraude que pretende distorcer a verdade e minar nossos esforços para derrubar a Constituição", afirmou Ayad al Samarraie, um dos líderes do Partido Islâmico Iraquiano--um dos principais grupos árabes sunitas.
"Ninguém tem o direito de interpretar as regras como lhe convém, caso contrário, nós contestaremos a validade do referendo e os seus resultados", acrescentou Al Samarraie.
A ONU também criticou as mudanças nas regras, dizendo que elas violam os padrões internacionais.
Segundo o legislador iraquiano Mahmoud Othman, autoridades americanas conversam com líderes do governo xiita para reverter as mudanças. Uma nova versão das regras do referendo deve ser votada pelo Parlamento nesta quarta-feira, segundo Othman.
Petróleo
Líderes americanos e iraquianos esperavam que a Constituição unisse as diferentes facções e enfraquecesse o apoio dos sunitas à insurgência.
No entanto, os sunitas se opuseram à versão da Carta, afirmando que seu caráter federalista dividiria o Iraque em dois Estados -- um xiita, ao sul, e outro curdo, ao norte-- deixando apenas o centro do país --que não têm recursos petrolíferos-- com os sunitas.
A menos de duas semanas do referendo, funcionários eleitorais correm para preparar a votação a tempo. Cerca de 5 milhões de cópias do texto da Constituição --produzidas pela ONU-- chegaram ao Iraque nesta segunda-feira e começaram a ser distribuídas, de acordo com Laura Makdissi, funcionária da ONU em Bagdá.
Nesta terça-feira, a missão da ONU no Iraque informou que mais de 2 toneladas de urnas, cédulas e outros materiais eleitorais já foram distribuídos em todo o país.
Com agências internacionais
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O Parlamento iraquiano--que é composto por cerca de 150 membros xiitas contra apenas 16 sunitas-- aprovou a mudança nas regras no último domingo (2), praticamente descartando a possibilidade de que a população desaprove a Constituição no referendo.
As regras da votação previam que dois terços dos eleitores das 18 Províncias iraquianas teriam de votar "não" para que a Carta fosse vetada.
No entanto, de acordo com a nova interpretação do Parlamento, dois terços dos eleitores registrados teriam de votar "não" para que houvesse o veto, e não dois terços dos eleitores que de fato comparecerem à votação.
Com a mudança, o veto à Carta se tornaria praticamente impossível. Em uma Província de 1 milhão de eleitores registrados, por exemplo, 600 mil teriam que votar contra a Constituição para que ela fosse vetada-- independentemente de quantas pessoas fossem às urnas.
Boicote
Os líderes árabes sunitas se opõem à Constituição que será votada no referendo, enquanto os Estados Unidos querem que a Carta seja aprovada.
No entanto, um boicote sunita minaria a credibilidade da votação e prejudicaria os esforços para levar a minoria --que apóia a insurgência-- para o processo político.
"Esta mudança é uma fraude que pretende distorcer a verdade e minar nossos esforços para derrubar a Constituição", afirmou Ayad al Samarraie, um dos líderes do Partido Islâmico Iraquiano--um dos principais grupos árabes sunitas.
"Ninguém tem o direito de interpretar as regras como lhe convém, caso contrário, nós contestaremos a validade do referendo e os seus resultados", acrescentou Al Samarraie.
A ONU também criticou as mudanças nas regras, dizendo que elas violam os padrões internacionais.
Segundo o legislador iraquiano Mahmoud Othman, autoridades americanas conversam com líderes do governo xiita para reverter as mudanças. Uma nova versão das regras do referendo deve ser votada pelo Parlamento nesta quarta-feira, segundo Othman.
Petróleo
Líderes americanos e iraquianos esperavam que a Constituição unisse as diferentes facções e enfraquecesse o apoio dos sunitas à insurgência.
No entanto, os sunitas se opuseram à versão da Carta, afirmando que seu caráter federalista dividiria o Iraque em dois Estados -- um xiita, ao sul, e outro curdo, ao norte-- deixando apenas o centro do país --que não têm recursos petrolíferos-- com os sunitas.
A menos de duas semanas do referendo, funcionários eleitorais correm para preparar a votação a tempo. Cerca de 5 milhões de cópias do texto da Constituição --produzidas pela ONU-- chegaram ao Iraque nesta segunda-feira e começaram a ser distribuídas, de acordo com Laura Makdissi, funcionária da ONU em Bagdá.
Nesta terça-feira, a missão da ONU no Iraque informou que mais de 2 toneladas de urnas, cédulas e outros materiais eleitorais já foram distribuídos em todo o país.
Com agências internacionais
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