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11/10/2005
-
19h37
da Folha Online
Sobreviventes do terremoto que abalou o Paquistão no último sábado (08) lutam para receber mantimentos nesta terça-feira, quando dez caminhões carregados com alimentos e cobertores chegaram à cidade de Muzaffarabad.
O número oficial de mortos divulgado pelo governo paquistanês já chega a 23 mil. No entanto, há estimativas de que o número final alcance entre 35 mil e 40 mil mortos.
Muitos corpos ainda continuam soterrados e a ONU (Organização das Nações Unidas) alertou sobre o risco de surtos de cólera, diarréia, malária e sarampo entre os milhões de sobreviventes.
O terremoto de 7,6 graus na escala Richter destruiu diversas comunidades --principalmente da região da Caxemira-- e a ajuda ainda não chegou a diversas áreas.
"Os esforços de recuperação estão sendo prejudicados por causa do mau tempo e porque várias partes do país estão inacessíveis, devido a deslizamentos de terra que bloquearam várias estradas", informou um comunicado da ONU divulgado nesta terça-feira no Paquistão.
Bob McKerrow, coordenador dos esforços de ajuda da Cruz Vermelha Internacional, afirmou que 17 caminhões carregados de mantimentos deixaram a capital do Paquistão, Islamabad, nesta terça-feira.
Segundo McKerrow, as fortes chuvas atrasam a chegada dos caminhões. "Algumas estradas ainda estão sendo reabertas e as fortes chuvas que atingem a região não ajudam também", disse. "Há possibilidade de novos deslizamentos de terra e bloqueios de estradas."
Caos
Cerca de dez caminhões trazidos por associações de caridade paquistanesas e voluntários chegaram a Muzaffarabad nesta terça-feira.
As tentativas dos membros das equipes de resgate de distribuir mantimentos causaram caos, já que os sobreviventes lutavam para receber alimentos como óleo de cozinha, açúcar, arroz, cobertores e barracas.
Policiais não reagiram quando mais de 200 pessoas invadiram um estoque de alimentos improvisado por equipes de resgate em um campo de futebol no centro de Muzaffarabad --um dos seis pontos de distribuição de mantimentos.
"Eu não posso esperar até que os alimentos sejam distribuídos", afirmou Ali Khan, trabalhador da construção civil que não comia há dias. "Eu preciso desesperadamente da comida e vou levá-la", acrescentou.
Doenças
O terremoto danificou a rede de saneamento básico da região, destruiu hospitais e deixou muitas vítimas sem acesso à água potável, tornando-as mais vulneráveis à proliferação de doenças.
"O surto de sarampo pode se tornar potencialmente um problema sério", afirmou Fadela Chaib, porta-voz da Organização Mundial de Saúde (OMS), em Genebra.
"Nós tememos que as aglomerações em abrigos temporários possam ocasionar a proliferação do sarampo", afirmou Chaib.
Em crianças, o sarampo pode levar à morte. Apenas 60% das crianças da região são vacinadas contra a doença. Segundo a OMS, é necessário que ao menos 90% sejam vacinadas para evitar uma epidemia. A agência deve iniciar em breve uma campanha de imunização em massa na região.
Desabrigados
De acordo com estimativas do governo paquistanês, ao menos 2,5 milhões de pessoas ficaram desabrigadas após o terremoto, e mais de 4 milhões de crianças podem ter sido afetadas pelo desastre.
Muzaffarabad --capital da Caxemira paquistanesa-- foi uma das regiões mais afetadas pelo terremoto, onde casas e prédios do governo foram destruídos.
Não há energia elétrica nem fornecimento de água na cidade, que já concentra 11 mil mortos e 600 mil desabrigados.
Equipes internacionais de ajuda --que incluem médicos turcos e da ONG Médicos Sem Fronteiras, além de equipes de outras agência internacionais-- trabalham no local.
Índia
Na Índia, mais de 1.400 pessoas morreram. O primeiro-ministro indiano, Manmohan Singh, visitou as áreas atingidas pelo terremoto nesta terça-feira.
Ele disse aos repórteres que acompanharam sua visita que o tremor é uma "calamidade nacional" e que o governo "não vai poupar" esforços para ajudar os sobreviventes.
O governo indiano anunciou que irá investir US$ 111 milhões em ajuda ao território indiano da Caxemira, bastante afetado pelo terremoto, e que outros US$ 31,5 milhões devem ser colocados à disposição dos governos locais.
O país anunciou, nesta segunda-feira, o envio de comida, barracas e remédios ao Paquistão.
O Paquistão aceitou a ajuda do país rival --com o qual disputa a região da Caxemira-- mas não permitiu a entrada de soldados indianos em seu território.
A disputa pelo controle da região já provocou guerras entre os dois países. Há quase seis décadas, separatistas entram em confronto com agentes de segurança indianos em plena cordilheira do Himalaia pelo controle da área, que é considerada passagem estratégica à parte sul do continente asiático.
Com agências internacionais
Especial
Leia cobertura completa sobre o terremoto na Ásia
Veja imagens do terremoto que atingiu o sul da Ásia
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Vítimas de terremoto lutam por sobrevivência no Paquistão
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Sobreviventes do terremoto que abalou o Paquistão no último sábado (08) lutam para receber mantimentos nesta terça-feira, quando dez caminhões carregados com alimentos e cobertores chegaram à cidade de Muzaffarabad.
O número oficial de mortos divulgado pelo governo paquistanês já chega a 23 mil. No entanto, há estimativas de que o número final alcance entre 35 mil e 40 mil mortos.
Muitos corpos ainda continuam soterrados e a ONU (Organização das Nações Unidas) alertou sobre o risco de surtos de cólera, diarréia, malária e sarampo entre os milhões de sobreviventes.
O terremoto de 7,6 graus na escala Richter destruiu diversas comunidades --principalmente da região da Caxemira-- e a ajuda ainda não chegou a diversas áreas.
"Os esforços de recuperação estão sendo prejudicados por causa do mau tempo e porque várias partes do país estão inacessíveis, devido a deslizamentos de terra que bloquearam várias estradas", informou um comunicado da ONU divulgado nesta terça-feira no Paquistão.
Bob McKerrow, coordenador dos esforços de ajuda da Cruz Vermelha Internacional, afirmou que 17 caminhões carregados de mantimentos deixaram a capital do Paquistão, Islamabad, nesta terça-feira.
Segundo McKerrow, as fortes chuvas atrasam a chegada dos caminhões. "Algumas estradas ainda estão sendo reabertas e as fortes chuvas que atingem a região não ajudam também", disse. "Há possibilidade de novos deslizamentos de terra e bloqueios de estradas."
Caos
Cerca de dez caminhões trazidos por associações de caridade paquistanesas e voluntários chegaram a Muzaffarabad nesta terça-feira.
EFE |
Paquistaneses aguardam em fila para receber comida; ao lado, relógio marca hora do tremor |
Policiais não reagiram quando mais de 200 pessoas invadiram um estoque de alimentos improvisado por equipes de resgate em um campo de futebol no centro de Muzaffarabad --um dos seis pontos de distribuição de mantimentos.
"Eu não posso esperar até que os alimentos sejam distribuídos", afirmou Ali Khan, trabalhador da construção civil que não comia há dias. "Eu preciso desesperadamente da comida e vou levá-la", acrescentou.
Doenças
O terremoto danificou a rede de saneamento básico da região, destruiu hospitais e deixou muitas vítimas sem acesso à água potável, tornando-as mais vulneráveis à proliferação de doenças.
"O surto de sarampo pode se tornar potencialmente um problema sério", afirmou Fadela Chaib, porta-voz da Organização Mundial de Saúde (OMS), em Genebra.
"Nós tememos que as aglomerações em abrigos temporários possam ocasionar a proliferação do sarampo", afirmou Chaib.
Em crianças, o sarampo pode levar à morte. Apenas 60% das crianças da região são vacinadas contra a doença. Segundo a OMS, é necessário que ao menos 90% sejam vacinadas para evitar uma epidemia. A agência deve iniciar em breve uma campanha de imunização em massa na região.
Desabrigados
De acordo com estimativas do governo paquistanês, ao menos 2,5 milhões de pessoas ficaram desabrigadas após o terremoto, e mais de 4 milhões de crianças podem ter sido afetadas pelo desastre.
Muzaffarabad --capital da Caxemira paquistanesa-- foi uma das regiões mais afetadas pelo terremoto, onde casas e prédios do governo foram destruídos.
Não há energia elétrica nem fornecimento de água na cidade, que já concentra 11 mil mortos e 600 mil desabrigados.
Equipes internacionais de ajuda --que incluem médicos turcos e da ONG Médicos Sem Fronteiras, além de equipes de outras agência internacionais-- trabalham no local.
Índia
Na Índia, mais de 1.400 pessoas morreram. O primeiro-ministro indiano, Manmohan Singh, visitou as áreas atingidas pelo terremoto nesta terça-feira.
Ele disse aos repórteres que acompanharam sua visita que o tremor é uma "calamidade nacional" e que o governo "não vai poupar" esforços para ajudar os sobreviventes.
O governo indiano anunciou que irá investir US$ 111 milhões em ajuda ao território indiano da Caxemira, bastante afetado pelo terremoto, e que outros US$ 31,5 milhões devem ser colocados à disposição dos governos locais.
O país anunciou, nesta segunda-feira, o envio de comida, barracas e remédios ao Paquistão.
O Paquistão aceitou a ajuda do país rival --com o qual disputa a região da Caxemira-- mas não permitiu a entrada de soldados indianos em seu território.
A disputa pelo controle da região já provocou guerras entre os dois países. Há quase seis décadas, separatistas entram em confronto com agentes de segurança indianos em plena cordilheira do Himalaia pelo controle da área, que é considerada passagem estratégica à parte sul do continente asiático.
Com agências internacionais
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