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12/10/2005 - 08h53

Equipes retomam operação de ajuda, mas paquistaneses reclamam

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da Folha Online

Chuva e neve fizeram com que o serviço de resgate às vítimas do terremoto que atingiu a Índia e o Paquistão fosse interrompido nas últimas 12 horas, e retomado apenas na manhã desta quarta-feira. Paquistaneses reclamam, cada vez mais, do abandono e do descaso por parte das autoridades.

Socorristas conseguiram entregar mantimentos na capital da Província da Caxemira paquistanesa, Muzaffarabad, nesta terça-feira, mas as estradas que levam a vilarejos mais ao norte, em direção à cordilheira do Himalaia, ainda estão fechadas por causa dos deslizamentos de terra. Em muitas áreas, nenhum grupo de resgate conseguiu chegar ainda.

Com a melhora das condições meteorológicas da região da Caxemira indiana --bastante próxima à cordilheira do Himalaia-- caminhões começaram a levar tendas, cobertores, remédios, arroz e farinha para vários vilarejos indianos atingidos pelo terremoto de 7,6 graus na escala Richter, ocorrido no sábado (8).

Ao menos 1.358 pessoas foram mortas na Caxemira indiana em decorrência do tremor, e o governo federal alertou nesta quarta-feira que o número de mortos poderá subir muito mais à medida que os soldados conseguem acessar os vilarejos mais remotos, o que pode ainda levar vários dias. As chuvas das últimas 12 horas provocaram vários deslizamentos de terra, que fecharam estradas e tornaram o trabalho de resgate bastante perigoso, principalmente nas regiões de Salamabad, Uri e Tangdar --os distritos indianos mais afetados, próximos da linha de armistício que divide o território.

Mas foi no Paquistão que o terremoto provocou uma destruição muito maior. O epicentro do tremor --localizado na cidade de Muzaffarabad, capital provincial da Caxemira paquistanesa-- ocorrido a uma profundidade de 10 quilômetros provocou vários desabamentos nessa região, que abriga ao menos 600 mil pessoas. De acordo com o governo paquistanês, ao menos 23 mil pessoas morreram no país por causa do terremoto, mas as estimativas chegam a 40 mil.

Os sobreviventes em Muzaffarabad, que sofrem a ameaça da ocorrência de epidemias por conta da contaminação das águas do rio Neelum --que corta a cidade-- por corpos e dejetos enfrentam também a falta de luz, água e condições para enfrentar o frio.

Falta de ajuda

Na Província paquistanesa da Fronteira Nordeste --outra área paquistanesa que foi praticamente devastada pelo terremoto, autoridades locais dizem que, depois de quatro dias, a maioria dos sobreviventes não teve acesso a qualquer tipo de ajuda.

"Nossos recursos são muito esparsos e os vilarejos próximos estão piores", afirmou o coronel Y.P. Sayyaj, em Bata Mora, cidade montanhosa localizada na Província da Fronteira Nordeste, que fica a 250 quilômetros da capital paquistanesa, Islamabad.

Na entrada da cidade, centenas de pessoas esperam por ajuda, mas nenhum tipo de mantimentos chegou à região até agora.

A chegada da ajuda na cidade de Battagram nesta terça-feira, localizada a 30 quilômetros de Bata Mora, causou confusão entre a população e brigas pela comida.

Amanullah Khan, líder do grupo separatista Frente de Liberação de Jammu e Caxemira, afirmou nesta quarta-feira que as pessoas "estão ficando com ódio" no Paquistão pela falta de resposta do governo em ajuda às vítimas.

Com agências internacionais

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