Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
14/10/2005 - 17h48

Quatro postos eleitorais são atingidos por tiros em Bagdá

Publicidade

da Folha Online

Quatro postos eleitorais no sul e no sudoeste da capital iraquiana, Bagdá, foram atingidos por tiros nesta sexta-feira, poucas horas antes da realização do referendo sobre a Constituição iraquiana, segundo fontes do Ministério do Interior.

De acordo com funcionários do governo iraquiano, homens armados que estavam em um veículo abriram fogo contra dois postos eleitorais situados no distrito de Dora (sul). Um terceiro posto foi atingido em Baya e outro em Al Ilaam (sudoeste).

O ataque aconteceu apesar dos reforços na segurança das áreas onde ficam os postos eleitorais. Não houve registro de feridos nem vítimas.

Um blecaute atingiu Bagdá na véspera da votação do projeto de Constituição, que é apoiado pela maioria xiita e pelos curdos e divide as opiniões entre os sunitas.

A princípio, os sunitas se opuseram à Constituição, por acreditarem que o texto dividiria o Iraque em dois Estados --um curdo, ao norte, e outro xiita, ao sul, deixando apenas a parte central com a minoria sunita.

No entanto, posteriormente, os xiitas propuseram aos sunitas a possibilidade de fazerem alterações no texto final da Carta. A proposta convenceu o Partido Islâmico Iraquiano --maior partido sunita-- a deixar de lado a oposição ao texto e pedir aos partidários que votem "sim" neste sábado.

A decisão dividiu os sunitas e descartou a possibilidade de que a Constituição seja rejeitada pela população.

Segurança

O referendo deste sábado-- um passo importante para a entrada do Iraque na democracia-- acontece em um momento em que as forças se segurança americanas e iraquianas tentam combater a insurgência sunita em Bagdá e em áreas do oeste e do norte do país.

Os iraquianos permaneceram em suas casas nesta sexta-feira, e as ruas do país ficaram quase vazias. Muitas lojas não foram abertas.

Dezenas de milhares de soldados e policiais iraquianos reforçaram a segurança nas áreas que abrigam os cerca de 6.000 postos de votação em todo o país. Postos de controle foram estabelecidos em estradas e ruas.

Em Bagdá, a segurança foi particularmente reforçada em áreas de alta atividade insurgente, como o distrito sunita de Azamiyah, ao norte, e em Dora e Ghazaliya, a oeste.

Blecaute

O blecaute desta sexta-feira atingiu grande parte de Bagdá pouco antes do anoitecer. As causas do apagão não foram imediatamente conhecidas, embora cortes de energia elétrica já tenham ocorrido no país devido a ações rebelde.

O presidente iraquiano, Jalal Talabani, e o primeiro-ministro do país, Ibrahim al Jaafari, fizeram um apelo pelo "sim" na televisão nesta sexta-feira.

Talabani também pediu aos insurgentes sunitas que deixem as armas de lado e entrem no processo político "Nosso queridos irmãos, a maneira para alcançar suas exigências legítimas é por meio da política (...) e não do terrorismo, da violência e do boicote", afirmou.

A maioria dos xiitas --que representam 60% dos 26 milhões de iraquianos-- apóiam a Constituição e devem votar "sim" no referendo.

Protestos

Insurgentes explodiram uma bomba em frente ao escritório do Partido Islâmico Iraquiano em Bagdá e colocaram fogo no escritório do partido em Fallujah, a oeste de Bagdá. Não houve relato de feridos nos dois ataques.

Em Azamiyah, centenas de manifestantes carregando cartazes pediram o "não" na votação, chamando o líder do Partido Islâmico, Mohsen Abdul Hamid, de "traidor". Os manifestantes marcharam na região da mesquita Grande Imã -- o maior centro religioso sunita.

Uma granada foi lançada na casa do imã da mesquita, Muayad al Azami, que é membro do Partido Islâmico. Não houve feridos na explosão. Segundo o imã, nesta quinta-feira, seu filho foi ameaçado por sunitas que se opõem à Constituição

Oposição

Muitos árabes sunitas vêem a Carta como um fator de divisão no Iraque, que dará aos governos das Províncias o controle sobre os recursos naturais do país --entre eles, o petróleo-- e não aceita a identidade árabe do país.

As mudanças aceitas nesta quarta-feira pelos xiitas, que dominam o Parlamento, atendem a algumas exigências sunitas, mas não as principais, como a que diz respeito ao federalismo e às raízes árabes.

Se for adotada, a Constituição lançará a base para a realização de eleições gerais em dois meses. Se rejeitada --por maioria simples em ao menos três das 18 Províncias iraquianas-- as eleições de dezembro ainda ocorrerão, mas um novo projeto de Carta deverá ser elaborado.

Com agências internacionais

Leia mais
  • Rebeldes ateiam fogo em escritório de partido iraquiano pró-Constituição

    Especial
  • Leia cobertura completa sobre o Iraque sob tutela
  • Leia o que já foi publicado sobre a Constituição no Iraque
  •  

    Publicidade

    Publicidade

    Publicidade


    Voltar ao topo da página