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24/10/2005 - 18h27

Futuro da Constituição do Iraque depende de Província sunita

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da Efe

A Província de Ninawa, de maioria sunita, deve definir o futuro do polêmico texto da Constituição iraquiana, depois que a Carta foi rejeitada em Al Anbar-- reduto da insurgência.

A contundente vitória do "não" em Al-Anbar --onde 96% da população votou contra a minuta proposta, junto com Salahedin, onde o "não" obteve 81% dos votos-- coloca a Constituição iraquiana à beira da rejeição.

A lei eleitoral iraquiana determina que o texto apresentado será rejeitado se mais da metade dos eleitores --ou dois terços dos eleitores em três das dezoito Províncias do país-- votarem "não".

Segundo os dados divulgados pela Comissão Eleitoral, falta saber apenas os resultados de quatro Províncias-- que podem ser divulgados nesta teça ou nesta quarta-feira: Babilônia, Basra, Arbil e Ninawa. Por ser majoritariamente sunita, Ninawa pode causar a rejeição definitiva da Constituição.

Definição

"Ninawa se transformou no fator-chave para determinar o destino da Constituição", afirmou à Efe um membro da Comissão Eleitoral, que comentou que, das Províncias que ainda faltam, Ninawa é a única onde deve haver uma rejeição em massa.

Ninawa, que tem Mossul como capital, é a terceira Província mais povoada do país --depois de Bagdá e Basra--, e os habitantes na maioria são árabes sunitas provenientes das tribos da península Arábica e do Golfo Pérsico.

Dentro da Província fica a rica e multi-étnica cidade de Kirkuk-- de onde milhares de cidadãos não-árabes foram expulsos, principalmente curdos-- durante a ditadura de Saddam Hussein.

O ex-ditador tentou, através da expulsão de milhares de cidadãos não- árabes, mudar a situação étnica da cidade --onde se concentram as reservas petrolíferas do país --e transformá-la em uma cidade de maioria árabe e sunita.

Concentração

Abdul Husein Hindawi, membro da Comissão Constitucional, disse nesta segunda-feira em entrevista coletiva que mais de 5 dos 7 milhões de eleitores que foram às urnas nas 14 Províncias com resultados divulgados votaram a favor da nova Constituição-- o que representa cerca 76% dos votos apurados.

No entanto, segundo Hindawi, 23% dos votos contra o texto constitucional se concentram em determinadas Províncias, o que, de acordo com a lei eleitoral, pode causar a rejeição da minuta proposta.

A maioria dos grupos da comunidade árabe sunita pediu que seus membros fossem às urnas em 15 de outubro para votar "não" à Constituição.

Os grupos pediram a rejeição porque, em sua opinião, a aprovação da Carta significaria "a divisão do país em comunidades étnicas".

Os árabes sunitas são os principais membros da insurgência iraquiana, que realiza uma campanha violenta contra a ocupação do país por tropas estrangeiras e se concentra no triângulo sunita --que vai de Tikrit, no norte, até Ramadi, no oeste do país.

A insurgência sunita também tem grande presença no triângulo da morte--ao sul de Bagdá-- uma região onde há muitas pequenas localidades e cidades tanto sunitas como xiitas.

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