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27/10/2005
-
13h48
da Folha Online
O primeiro-ministro israelense, Ariel Sharon, descartou qualquer possibilidade de prosseguir as negociações de paz com o presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, até que ele "tome uma atitude séria" contra os grupos extremistas palestinos armados. A decisão acontece um dia depois do atentado terrorista, realizado por um suicida, que matou cinco civis israelenses na cidade de Hadera.
No início deste mês, israelenses e palestinos tinham remarcado um encontro que deveria ter acontecido ainda em outubro, para o início de novembro próximo. A reunião --agora cancelada por tempo indefinido-- seria a primeira entre os dois líderes desde a retirada de todas as colônias judaicas de Gaza e de outras quatro da Cisjordânia, operação finalizada em 12 de setembro passado.
O Exército israelense iniciou nesta quinta-feira uma megaofensiva em territórios palestinos na faixa de Gaza e na Cisjordânia, onde, na cidade de Jenin, um líder local do grupo extremista palestino Jihad Islâmico --que reivindicou o ataque de ontem-- foi preso nesta quinta-feira.
Nesta manhã, Sharon aprovou a ofensiva, que deverá ser levada adiante até que o "terrorismo pare". Aviões israelenses bombardearam vários locais de Gaza nesta primeira etapa, principalmente aqueles que, segundo o Exército israelense, são usados como base de lançamentos dos foguetes Qassam [de fabricação caseira], lançados pelos palestinos para atacar cidades israelenses.
O atentado realizado ontem em Hadera --o primeiro desde que Israel completou a retirada-- comprometeu seriamente o acordo de paz realizado entre Sharon e Abbas, realizado durante a cúpula de Sharm el Sheikh, em fevereiro passado, e ao qual todos os grupos extremistas palestinos tinham aderido.
"Infelizmente, a ANP não realizou nenhuma ação séria para combater o terrorismo", afirmou Sharon, no início de uma reunião com o ministro russo das Relações Exteriores, Sergey Lavrov. "Não vamos aceitar, sob qualquer circunstância, a continuação do terrorismo. Nossas ações serão amplas e não vão parar até que as ações terroristas sejam interrompidas", afirmou Sharon.
Crítica
Membros dos grupos de extrema direita israelenses disseram ontem que o atentado em Hadera ocorreu por causa da retirada das colônias judaicas de Gaza que, segundo eles, "teria dado um novo impulso ao terror", de acordo com o jornal israelense "Haaretz", desta quinta-feira.
"Os moradores de Hadera pagaram o preço da saída de Gush Katif", afirmou o diretor do Partido Religioso Nacional Zevulun Olev. "Os cidadãos israelenses estão colhendo com sangue as sementes da violência plantadas pelo plano de retirada".
Olev também disse que a retirada do bloco de colônias judaicas de Gush Katif --que ficava na faixa de Gaza-- representou um "tiro no braço dos terroristas", e que o governo israelense está "aumentando seus pecados", colocando toda a confiança "em Abbas e seu bando", ao invés de assumir a "batalha contra o terror".
Homem-bomba
O suicida realizou o ataque desta quarta-feira em frente a um estande de falafel --comida típica árabe-judaica-- localizado em uma feira na cidade de Hadera, que foi um dos principais alvos de ataques palestinos em território israelense desde o início da Segunda Intifada [revolta popular palestina contra a ocupação israelense], em 2000.
De acordo com a polícia, cinco pessoas morreram e mais de 20 ficaram feridas.
Abbas condenou o atentado e prometeu "tentar salvar" o acordo de paz feito entre ele e Sharon. "Isso prejudica os interesses dos palestinos e leva à expansão do ciclo de violência", afirmou.
Por meio de uma ligação anônima, uma pessoa que se identificou como sendo membro do Jihad Islâmico afirmou que o atentado era uma "vingança" contra o assassinato de Luai Saadi, comandante do grupo, morto em um tiroteio travado com soldados israelenses em Tulkarem, na Cisjordânia.
Em resposta, os militantes tinham prometido vingar-se. Desde o início desta semana, dezenas de foguetes Qassam [de fabricação caseira] foram lançados contra cidades israelenses, o que provocou uma resposta do Exército. Militares israelenses realizaram nesta quarta-feira uma ofensiva a nordeste de Gaza.
Esta quarta-feira também marcava o aniversário de dez anos da morte de um outro líder do Jihad Islâmico, Fathi Shekaki em Malta, durante uma suposta ação israelense.
Com "Haaretz"
Especial
Leia cobertura completa sobre o conflito no Oriente Médio
Leia o que já foi publicado sobre atentados em Israel
Sharon rompe negociações de paz com Abbas
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O primeiro-ministro israelense, Ariel Sharon, descartou qualquer possibilidade de prosseguir as negociações de paz com o presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, até que ele "tome uma atitude séria" contra os grupos extremistas palestinos armados. A decisão acontece um dia depois do atentado terrorista, realizado por um suicida, que matou cinco civis israelenses na cidade de Hadera.
No início deste mês, israelenses e palestinos tinham remarcado um encontro que deveria ter acontecido ainda em outubro, para o início de novembro próximo. A reunião --agora cancelada por tempo indefinido-- seria a primeira entre os dois líderes desde a retirada de todas as colônias judaicas de Gaza e de outras quatro da Cisjordânia, operação finalizada em 12 de setembro passado.
O Exército israelense iniciou nesta quinta-feira uma megaofensiva em territórios palestinos na faixa de Gaza e na Cisjordânia, onde, na cidade de Jenin, um líder local do grupo extremista palestino Jihad Islâmico --que reivindicou o ataque de ontem-- foi preso nesta quinta-feira.
Nesta manhã, Sharon aprovou a ofensiva, que deverá ser levada adiante até que o "terrorismo pare". Aviões israelenses bombardearam vários locais de Gaza nesta primeira etapa, principalmente aqueles que, segundo o Exército israelense, são usados como base de lançamentos dos foguetes Qassam [de fabricação caseira], lançados pelos palestinos para atacar cidades israelenses.
O atentado realizado ontem em Hadera --o primeiro desde que Israel completou a retirada-- comprometeu seriamente o acordo de paz realizado entre Sharon e Abbas, realizado durante a cúpula de Sharm el Sheikh, em fevereiro passado, e ao qual todos os grupos extremistas palestinos tinham aderido.
"Infelizmente, a ANP não realizou nenhuma ação séria para combater o terrorismo", afirmou Sharon, no início de uma reunião com o ministro russo das Relações Exteriores, Sergey Lavrov. "Não vamos aceitar, sob qualquer circunstância, a continuação do terrorismo. Nossas ações serão amplas e não vão parar até que as ações terroristas sejam interrompidas", afirmou Sharon.
Crítica
Membros dos grupos de extrema direita israelenses disseram ontem que o atentado em Hadera ocorreu por causa da retirada das colônias judaicas de Gaza que, segundo eles, "teria dado um novo impulso ao terror", de acordo com o jornal israelense "Haaretz", desta quinta-feira.
"Os moradores de Hadera pagaram o preço da saída de Gush Katif", afirmou o diretor do Partido Religioso Nacional Zevulun Olev. "Os cidadãos israelenses estão colhendo com sangue as sementes da violência plantadas pelo plano de retirada".
Olev também disse que a retirada do bloco de colônias judaicas de Gush Katif --que ficava na faixa de Gaza-- representou um "tiro no braço dos terroristas", e que o governo israelense está "aumentando seus pecados", colocando toda a confiança "em Abbas e seu bando", ao invés de assumir a "batalha contra o terror".
Homem-bomba
O suicida realizou o ataque desta quarta-feira em frente a um estande de falafel --comida típica árabe-judaica-- localizado em uma feira na cidade de Hadera, que foi um dos principais alvos de ataques palestinos em território israelense desde o início da Segunda Intifada [revolta popular palestina contra a ocupação israelense], em 2000.
De acordo com a polícia, cinco pessoas morreram e mais de 20 ficaram feridas.
Abbas condenou o atentado e prometeu "tentar salvar" o acordo de paz feito entre ele e Sharon. "Isso prejudica os interesses dos palestinos e leva à expansão do ciclo de violência", afirmou.
Por meio de uma ligação anônima, uma pessoa que se identificou como sendo membro do Jihad Islâmico afirmou que o atentado era uma "vingança" contra o assassinato de Luai Saadi, comandante do grupo, morto em um tiroteio travado com soldados israelenses em Tulkarem, na Cisjordânia.
Em resposta, os militantes tinham prometido vingar-se. Desde o início desta semana, dezenas de foguetes Qassam [de fabricação caseira] foram lançados contra cidades israelenses, o que provocou uma resposta do Exército. Militares israelenses realizaram nesta quarta-feira uma ofensiva a nordeste de Gaza.
Esta quarta-feira também marcava o aniversário de dez anos da morte de um outro líder do Jihad Islâmico, Fathi Shekaki em Malta, durante uma suposta ação israelense.
Com "Haaretz"
Especial
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