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17/11/2005 - 10h26

Identidade não evitará terrorismo, diz ex-membro da inteligência britânica

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da Efe, em Londres

A ex-diretora geral dos serviços secretos britânicos MI5 Stella Rimington acha que a carteira de identidade não evitará a atividade terrorista, pois será "inútil" a menos que não possa ser falsificada.

Em discurso na noite desta quarta-feira na conferência anual da Associação de Escolas em Birmingham, centro da Inglaterra, a ex-diretora do MI5 referiu-se ao plano do Governo trabalhista de introduzir o documento de identidade no Reino Unido para combater a ameaça terrorista e a imigração ilegal.

Rimington, a primeira mulher a ocupar a direção geral dos serviços de contra-espionagem, disse que não achava que o MI5 quisesse pressionar a favor da entrada em vigor da carteira.

"A carteira de identidade tem possivelmente algum propósito. Mas não acho que ninguém nos serviços secretos, particularmente em meu ex-serviço, queira pressionar pela carteira", afirmou.

"Minha opinião é que a carteira de identidade talvez possa ter algum uso, mas só se não puder ser falsificada", acrescentou Rimington, que saiu do MI5 em 1996. "Caso alguém possa falsificar, então o documento será 'inútil."

"A carteira de identidade poderia ser de utilidade para várias coisas, mas não acho que estejamos necessariamente mais seguros. Essa é minha opinião pessoal", afirmou.

Rimington é considerada uma autoridade em matéria terrorista já que lutou contra a atividade do IRA (Exército Republicano Irlandês) no Reino Unido.

Seus comentários foram recebidos com satisfação por políticos da oposição britânica e por grupos defensores dos direitos civis, que são a favor de que o governo abandone os planos para introduzir o documento de identidade no Reino Unido.

O porta-voz de Interior do Partido Liberal Democrata (terceira força política do país), Mark Oaten, disse hoje que "quando alguém com a experiência de Rimington expressa suas dúvidas desta maneira, o governo deveria escutar e abandonar seu plano antes de gastar o dinheiro do contribuinte".

"Tony Blair (primeiro-ministro do Reino Unido) está sempre dizendo que deveríamos escutar os especialistas. Desta vez, quem deveria escutar é ele", acrescentou Oaten.

A diretora do grupo defensor das liberdades civis Liberty, Shami Chakrabati, afirmou que os argumentos a favor do documento de identidade não são convincentes.

"Os homens responsáveis pelo 11 de Setembro e pelos ataques terroristas de Madri tinham identificação válida", acrescentou Chakrabati.

O Ministério do Interior estima que a entrada em vigor de um documento de identidade no Reino Unido pode custar cerca de 8,41 bilhões de euros.

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