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09/12/2005 - 13h54

Conheça os candidatos à Presidência do Chile

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EMILIA BERTOLLI
da Folha Online

Os quatro candidatos à Presidência do Chile se enfrentam nas urnas neste domingo (11), e disputam os votos de mais de 8 milhões de chilenos aptos a participar do pleito. Serão escolhidos ainda 38 senadores e 120 deputados.

Analistas dizem que um segundo turno entre a candidata do governo, Michelle Bachelet, e Sebastián Piñera é quase certo, já que ela, em primeiro lugar nas pesquisas de opinião, não conseguiu alcançar a maioria para garantir a vitória.

Saiba mais sobre os candidatos à Presidência do Chile:

Michelle Bachelet Jeria

Ex-ministra da Saúde e da Defesa e ex-prisioneira política da ditadura do general Augusto Pinochet (1973-90), Michelle Bachelet Jeria, 53, é médica pediatra e epidemiologista, tem três filhos jovens e já foi casada duas vezes. Ela aparece em primeiro lugar na última pesquisa de intenção dos votos divulgada três dias antes das eleições pelo Centro de Estudos de Realidade Contemporânea do Chile (Cerc), com 41% da preferência dos eleitores.

Divulgação
Michelle Bachelet Jeria
Filha da arqueóloga Ángela Jeria e de Alberto Bachelet, general de brigada da Força Aérea do Chile, a candidata se mudou com sua família para os Estados Unidos em 1962, e só retornou ao seu país no ano seguinte. Em 1970, entrou no curso de medicina da Universidade do Chile, o que acabou levando a jovem estudante a se integrar na Juventude Socialista.

Em 1972, seu pai fora convidado pelo então presidente do Chile Salvador Allende a dirigir o Escritório de Distribuição de Alimentos. Quando Pinochet deu o golpe de Estado, que levou à queda de Allende, Bachelet foi preso e, de acordo com Michelle, morreu em 1974 após sofrer um ataque cardíaco.

Devido ao seu engajamento no Partido Socialista, Michelle acabou sendo presa em 1975 pela Dina (Direção Nacional de Inteligência), a polícia secreta da ditadura. Ela e sua mãe foram torturadas na prisão. Em 1979, ambas conseguiram asilo político na Austrália, e depois na antiga Alemanha Oriental.

Michelle é a candidata do atual presidente chileno, Ricardo Lagos, que tem 71% de aprovação no Chile, de acordo com o Cerc. Fazem parte de seu programa de governo a intenção de criar uma nova rede de proteção social, incluindo o combate à exclusão e à discriminação.

Sebastián Piñera Echenique

O economista de 56 anos aparece nas pesquisas de intenção de voto à Presidência do Chile realizada pelo Cerc em segundo lugar, com 22% da preferência do eleitorado chileno.

Divulgação
Sebastián Piñera Echenique
Uma das características mais marcantes de Echenique é a sua formação acadêmica, obtida em parte nos Estados Unidos, onde concluiu o doutorado em economia na Universidade de Harvard. Quando retornou ao Chile, em 1976, trabalhou como professor de Economia da Universidade do Chile. Os estudos sobre economia o levaram a fazer um trabalho sobre a pobreza na América do Sul na Comissão Econômica para América Latina e Caribe (Cepal).

Trabalhou em diversas empresas privadas no país, e detém atualmente parte da companhia aérea Lan Chile. Segundo a mídia chilena, sua fortuna ultrapassa os US$ 900 milhões.

A estréia de Echenique na política chilena aconteceu em 1989, quando ele ganhou as eleições para o Senado. Em 2001, tornou-se presidente do Partido de centro-direita Renovação Nacional, cargo que ocupou até o ano passado, quando passou a integrar o conselho da legenda.

Echenique tem um programa de governo baseado na igualdade socioeconômica dos chilenos e na geração de empregos. A seu favor, pesa em seu passado político o fato de ter defendido o "não" no plebiscito de 1988, que propunha mais oito anos de mandato para Pinochet, que acabou sendo derrotado no pleito.

Tomás Hirsch Goldschmidt

Tomás Hirsch Goldschmidt, 48, é candidato à Presidência do Chile pela coalizão dos partidos de esquerda Juntos Podemos Mais, que reúne o Partido Comunista, Humanista, a Esquerda Cristã, além de grupos de ecologistas, indígenas e sindicalistas.

Divulgação
Tomás Hirsch Goldschmidt
Em ascensão política no Chile, segundo analistas, Hirsch tem preferência de 7% dos chilenos. Especialistas dizem que seu avanço provocará no Chile um segundo turno com Bachelet e Echenique.

Filho de imigrantes judeus alemães que escaparam do regime nazista, Hirsch estudou engenharia civil na Universidade do Chile, mas não terminou a faculdade. Ao invés disso, começou a trabalhar com fotografia e, nos tempos livres, dedicava-se à divulgação das idéias do novo humanismo, uma corrente de pensamento que, em linhas gerais, sustenta a existência de valores transcendentais a partir do amor, e que a religião pode criar um vínculo entre todos os homens.

Duro crítico do regime militar, em 1984 fundou o Partido Humanista no Chile, que se legalizou em 1988 como instrumento de luta não-violenta contra a ditadura de Pinochet.

Nesse mesmo ano, Hirsch participou da fundação da coalizão de partidos, pelo não à continuidade do regime militar.

Casado e pai de dois filhos, Hirsch representa atualmente o ideal de muitos chilenos que não encontraram resposta a muitas de seus pedidos nestes 15 anos de democracia.

Joaquín Lavin Infante

Lavin, 52, é candidato do partido ultradireitista União Democrata Independente (UDI), e membro ativo do Opus Dei --organização católica bastante conservadora-- que, na disputa destas eleições presidenciais, assumiu um discurso de esquerda nesta sua segunda tentativa de chegar ao poder.

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Joaquín Lavin Infante
Desgastado por seis anos em campanha e ameaçado não só pela coalizão governante, mas pela própria direita chilena devido à candidatura de Piñera, Lavin desfez seus pilares conservadores e neoliberais para se mostrar defensor dos pobres e marginalizados. Ele também tenta se livrar da sombra de Pinochet: o UDI foi um dos principais pilares ideológicos do governo do ex-ditador.

Formado em engenharia, foi editor do jornal chileno "El Mercurio", e assessor do Escritório Nacional de Planejamento. Publicou o livro "A Revolução Silenciosa", permeado por vários elogios ao regime de Pinochet.

Em seus quatro anos como prefeito de Santiago (2000-2004), Lavin passou mais tempo como candidato do que como chefe do município mais importante do Chile, o que o levou a perder bônus em seu objetivo de transformar-se em "estadista".

Antes (1992-1999), tinha sido prefeito de Las Condes, o município mais rico do Chile, onde cumpriu um trabalho elogiado diariamente pela imprensa, que o elevou à categoria de figura nacional.

Segundo os demais candidatos, as soluções propostas por Infante estão repletas de populismo, pois vão desde reformas que alteram o modelo econômico que seu partido ajudou a criar até aposentadorias para todas as donas de casa.

Com agência Efe e sites dos candiatos

Especial
  • Leia o que já foi publicado sobre Michelle Bachelet Jeria
  • Leia o que já foi publicado sobre Sebastián Piñera Echenique
  • Leia o que já foi publicado sobre Tomás Hirsch Goldschmidt
  • Leia o que já foi publicado sobre Joaquín Lavin Infante
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