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26/12/2005 - 12h44

Ásia lembra suas vítimas um ano após tsunami

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da Efe, em Banda Aceh
Folha Online

Países do oceano Índico lembraram nesta segunda-feira com muitas cerimônias os mais de 220 mil mortos no tsunami que há um ano atingiu a região e que se transformou em uma das mais devastadoras catástrofes naturais da história.

Na Indonésia, Tailândia, Índia e no Sri Lanka, os países mais afetados pelas ondas gigantes que destruíram tudo o que encontraram pela frente, sobreviventes, parentes e líderes políticos e religiosos homenagearam com emoção e minutos de silêncio as vítimas.

Nicky Loh/Reuters
Mulher olha o mar em Hang Nga (Tailândia), durante homenagens às vítimas do tsunami
Às 8h16 (23h16 deste domingo, no horário de Brasília), quando há um ano a primeira onda atingiu o litoral da Província indonésia de Banda Aceh, a mais próxima ao epicentro do terremoto de nove graus que deu início ao tsunami, foi feito um minuto de silêncio.

A atitude foi repetida em outros locais paradisíacos como Phuket (Tailândia) e as ilhas de Andaman e Nicobar (Índia).

"Foi sob este mesmo céu azul, exatamente há um ano, que a mãe natureza lançou seu mais destrutivo poder contra nós", disse o presidente da Indonésia, Susilo Bambang Yudhoyono, na cerimônia realizada na praia de Ulee Lee, a mais atingida de Banda Aceh.

Diante de vários líderes estrangeiros, representantes de organizações internacionais e parentes de vítimas, Yudhoyono declarou que tudo "começou com um grande terremoto, mas foi só o prelúdio de uma horrível catástrofe", e agradeceu à comunidade internacional pela ajuda oferecida.

"O futuro de Aceh não será um futuro de sangue e lágrimas, mas de suor e felicidade", disse, ao lembrar que a tragédia promoveu um acordo de paz que pôs fim a três décadas de conflito na Província, em que se calcula em 170 mil o número de mortos e desaparecidos.

Sirene

Yudhoyono também fez soar a sirene que marcou a implementação de um sistema de alarme de tsunami, inexistente há um ano na maioria dos 12 países atingidos pelo fenômeno das ondas gigantes.

Longe da cerimônia presidencial, fechada ao público por motivos de segurança, a população local foi em massa às valas comuns e mesquitas para lembrar esposos, mães, pais, filhos, avôs, netos e amigos desaparecidos há um ano sob as ondas.

Tailândia

Na Tailândia, milhares de pessoas de cerca de 40 países participaram dos atos realizados em sete cidades litorâneas do sudoeste do país em memória dos 5.395 mortos e dos 2.940 desaparecidos.

Chaiwat Subprasom/Reuters
Pessoas acendem velas em Phuket, na Tailândia, um ano após o maremoto
O primeiro-ministro tailandês, Thaksin Shinawatra, viajou para Phuket para participar das cerimônias, que incluíram minutos de silêncio, oferendas de flores e atos religiosos diversos.

No total, 2.248 estrangeiros de 37 países morreram na Tailândia, a maior parte em hotéis da popular praia de Khao Lak, onde mais se notaram os efeitos devastadores do maremoto. Muitos sobreviventes e parentes das vítimas viajaram ao país, inclusive centenas de suecos que lembraram os 543 cidadãos que o país europeu perdeu na tragédia.

Sri Lanka

O Sri Lanka também homenageou em silêncio os 35 mil mortos no tsunami. Nas principais cidades, a Polícia interrompeu o tráfego no momento em que há um ano as ondas atingiram dois terços do litoral cingalês, enquanto os cidadãos fizeram um minuto de silêncio e os sinos soaram em todos os templos do país.

Na principal cerimônia organizada pelas autoridades, na localidade de Peraliya, no sul da ilha, o presidente Mahinda Rajapakse felicitou a nação por reagir com coragem à tragédia e agradeceu a 'ajuda sem precedentes recebida de nações amigas".

Navios que saíram ao mar com tarjas de luto e milhares de velas acesas lembraram as mais de 12 mil vítimas na Índia, onde houve grandes cerimônias nos arquipélagos de Andaman e Nicobar, no golfo de Bengala, e no estado de Tamilnadu, no litoral leste.

O silêncio tomou conta de Nicobar e Andaman, em cuja capital, Port Blair, foi celebrada uma missa ecumênica com a presença do ministro do Interior regional, S. Raghupati.

Dezenas de estudantes caminharam em silêncio pelas ruas desertas da cidade, onde as lojas permaneceram fechadas durante toda a manhã desta segunda-feira para lembrar que a dor continua presente entre os habitantes da ilha, que ainda tentam se recuperar e refazer suas vidas.

Clinton

O ex-presidente americano e enviado especial da ONU (Organização das Nações Unidas) para a reconstrução pós-tsunami, Bill Clinton (1993-2001), disse nesta segunda-feira que ainda há muito que fazer na Indonésia.

Clinton se referiu à reconstrução pós-tsunami na Indonésia em mensagem gravada, que foi emitida na cerimônia de homenagem na capital da Província de Aceh.

"Todo o mundo, com a ONU, as organizações financeiras internacionais e a sociedade civil, está ajudando a construir escolas, centros de saúde e estradas. Mas ainda há muito que fazer", declarou Clinton.

O ex-presidente americano, que fez uma rápida visita a Aceh em novembro último, disse que ficará satisfeito quando todos os indonésios "tiverem casas decentes e oportunidades de trabalho, de forma que as crianças do país possam crescer com um renovado sentimento de segurança".

"Dezenas de milhares de indonésios estão vivendo em casas pré-fabricadas inadequadas, com escasso acesso a informações sobre o futuro", disse Clinton, que elogiou o trabalho de Kuntoro Mangkusubroto, chefe da organização encarregada da reconstrução de Aceh.

Bush

O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, recordou o primeiro aniversário do tsunami com uma mensagem de consolo emitida nesta segunda-feira, na cerimônia de homenagem às vítimas.

"A natureza é uma força imponente e pode causar grandes tragédias, ainda que através da história universal. A humanidade sempre conseguiu seguir adiante e se reconstruir novamente", declarou Bush.

"Um ano depois do tsunami, os americanos de todas as confissões religiosas se unem aos outros países do mundo num espírito de unidade e recordação. Que Deus onipotente leve consolo a todos os afetados pelo tsunami e lhes de força nos próximos anos", acrescentou.

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