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07/01/2006
-
20h45
da Folha Online
O general brasileiro Urano Teixeira da Matta Bacellar, comandante da Missão de Estabilização das Nações Unidas no Haiti, liderada pelo Brasil, foi encontrado morto na manhã deste sábado no quarto do hotel onde estava hospedado, em Porto Príncipe. Membros da ONU cogitam a hipótese de suicídio, mas a informação ainda não foi confirmada pelo Exército brasileiro.
O corpo do oficial foi encontrado com um tiro --segundo declaração do tenente coronel Fernando da Cunha Matos à agência Brasil, o general morreu em um "acidente com arma de fogo". O traslado do corpo ao Brasil será feito pela FAB (Força Aérea Brasileira) ainda neste domingo. O mesmo avião que transportará uma delegação brasileira até o país, para participar das investigações, deve trazer o corpo de volta.
Um militar da Força da Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti, a Minustah, que pediu anonimato, disse à agência de notícia France Presse que "o general disparou uma bala na boca". O porta-voz da Minustah, Damian Onses-Cardona, rejeitou dar explicações sobre as circunstâncias da morte do oficial.
Em nota divulgada na noite deste sábado, o Itamaraty afirmou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva orientou o Ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, a conversar com Kofi Annan (secretário-geral da ONU) sobre a importância da realização de uma investigação "imediata e plena".
Lula também pediu que os ministérios da Defesa, Relações Exteriores e Gabinete de Segurança Institucional coordenem o acompanhamento do caso e determinou que a equipe dos órgãos brasileiros envolvidos se desloque imediatamente ao Haiti --a missão parte neste domingo.
Tensão
Bacellar assumiu o comando da Força da Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti, a Minustah, em agosto passado. Nos últimos dias, membros deste grupo têm sido objeto de fortes críticas no Haiti, devido a uma crescente insegurança no país, principalmente em Porto Príncipe.
Em entrevista por telefone à BBC, o embaixador do Brasil no Haiti, Paulo Cordeiro de Andrade Pinto, disse que o general estava tenso, embora não desse sinais de "grande depressão" antes da sua morte.
Como prováveis motivos para esta tensão, o embaixador mencionou a falta de segurança e a indefinição eleitoral no país. A realização do que seriam as primeiras eleições desde a queda do então presidente Jean Bertrand Aristide já foi adiada quatro vezes.
A Minustah conta 7.500 homens procedentes de 14 países, sendo que o Brasil tem o maior contingente no país --1.213 efetivos-- seguido pelo Nepal, Jordânia e Sri Lanka, com 750 militares cada um. Argentina, Chile, Uruguai, Peru, Espanha e Marrocos também contribuem com soldados.
Crise
A crise no Haiti começou em 2004, com uma rebelião na cidade de Goinaves, que depois atingiu a capital Porto Príncipe.
O conflito levou o país a sofrer intervenção da ONU, que enviou forças de paz lideradas pelo Brasil à região. A Minustah foi criada pelo Conselho de Segurança em fevereiro de 2004, após a queda do então presidente haitiano Jean-Bertrand Aristide, em meio a uma profunda crise política.
A principal preocupação agora é que haja segurança para a realização das eleições, ainda sem data definida.
Com agências internacionais e agência Brasil
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O general brasileiro Urano Teixeira da Matta Bacellar, comandante da Missão de Estabilização das Nações Unidas no Haiti, liderada pelo Brasil, foi encontrado morto na manhã deste sábado no quarto do hotel onde estava hospedado, em Porto Príncipe. Membros da ONU cogitam a hipótese de suicídio, mas a informação ainda não foi confirmada pelo Exército brasileiro.
O corpo do oficial foi encontrado com um tiro --segundo declaração do tenente coronel Fernando da Cunha Matos à agência Brasil, o general morreu em um "acidente com arma de fogo". O traslado do corpo ao Brasil será feito pela FAB (Força Aérea Brasileira) ainda neste domingo. O mesmo avião que transportará uma delegação brasileira até o país, para participar das investigações, deve trazer o corpo de volta.
AP |
Imagem de TV mostra o corpo do general Urano Teixeira da Matta Bacellar em quarto de hotel |
Em nota divulgada na noite deste sábado, o Itamaraty afirmou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva orientou o Ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, a conversar com Kofi Annan (secretário-geral da ONU) sobre a importância da realização de uma investigação "imediata e plena".
Lula também pediu que os ministérios da Defesa, Relações Exteriores e Gabinete de Segurança Institucional coordenem o acompanhamento do caso e determinou que a equipe dos órgãos brasileiros envolvidos se desloque imediatamente ao Haiti --a missão parte neste domingo.
Tensão
Bacellar assumiu o comando da Força da Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti, a Minustah, em agosto passado. Nos últimos dias, membros deste grupo têm sido objeto de fortes críticas no Haiti, devido a uma crescente insegurança no país, principalmente em Porto Príncipe.
Em entrevista por telefone à BBC, o embaixador do Brasil no Haiti, Paulo Cordeiro de Andrade Pinto, disse que o general estava tenso, embora não desse sinais de "grande depressão" antes da sua morte.
Como prováveis motivos para esta tensão, o embaixador mencionou a falta de segurança e a indefinição eleitoral no país. A realização do que seriam as primeiras eleições desde a queda do então presidente Jean Bertrand Aristide já foi adiada quatro vezes.
31.ago.2005/AP |
Circustâncias da morte do general Bacellar serão investigadas |
A Minustah conta 7.500 homens procedentes de 14 países, sendo que o Brasil tem o maior contingente no país --1.213 efetivos-- seguido pelo Nepal, Jordânia e Sri Lanka, com 750 militares cada um. Argentina, Chile, Uruguai, Peru, Espanha e Marrocos também contribuem com soldados.
Crise
A crise no Haiti começou em 2004, com uma rebelião na cidade de Goinaves, que depois atingiu a capital Porto Príncipe.
O conflito levou o país a sofrer intervenção da ONU, que enviou forças de paz lideradas pelo Brasil à região. A Minustah foi criada pelo Conselho de Segurança em fevereiro de 2004, após a queda do então presidente haitiano Jean-Bertrand Aristide, em meio a uma profunda crise política.
A principal preocupação agora é que haja segurança para a realização das eleições, ainda sem data definida.
Com agências internacionais e agência Brasil
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